O lugar da mulher nas canções de Chico Buarque: A lésbica 2 BÁRBARA Anna Bárbara, Bárbara O meu destino é caminhar assim, Anna Deixa eu te proteger do mal, As duas Bárbara, Bárbara Vamos ceder, enfim, à tentação E vou viver agonizando As duas Bárbara Essa composição foi feita para a personagem homônima da peça “Calabar” de Chico Buarque e Ruy Guerra. É construída por sete estrofes, cujos versos são heterométricos ( variando de três a dez sílabas) rimas interpoladas, prevalecendo os versos brancos. O texto apresenta como sujeito do discurso duas mulheres Anna e Bárbara que vivem uma relação homossexual. Na primeira estrofe, Anna se sente atraída por Bárbara e, aproveitando-se da fragilidade provocada pela viuvez da mesma, inicia o jogo de sedução fazendo-lhe uma promessa Meu: amor vou te buscar. Percebemos que essa mulher possui o “animus” (o lado masculino da personalidade da mulher) mais desenvolvido. Ideia reiterada na terceira estrofe, quando ela quer proteger a amada “dos medos e da chuva”, proporcionando-lhe prazeres carnais: "Deixa eu te proteger do mal /dos medos e da chuva/Acumulando de prazeres/ Teu leito de viúva." Na segunda estrofe, Bárbara apresenta sua condição de lésbica, ocultando-se na escuridão da noite, para viver esse amor marginalizado pela sociedade. O adjetivo “nua” apresenta uma ambiguidade, podendo significar despida ou sem escrúpulos. O adjetivo desesperada remete-nos à ideia angustiante de procura por um lugar em que ela possa se entregar à amante. Do ponto de vista sintático, prevalece a parataxe, o que caracteriza uma linguagem emotiva, reforçada pelo emprego de frases curtas. No nível fonológico, encontramos os seguintes fenômenos fonéticos: crase e elisão "Nunca é tarde /Nunca é demais e Onde estou?/ Onde estás?" Na quarta estrofe, embora haja uma indistinção das personagens, os dois últimos versos remetem-nos à Bárbara: "Meu amor/ vem me busca]' , por apresentarem características da fragilidade feminina , inerentes à referida mulher. Na quinta estrofe, por meio do emprego metafórico dos adjetivos “cruas” e escuro” referindo-se anaforicamente aos substantivos “bocas” e “poço”, Anna faz a proposta à
amada. Tais versos sugerem que ambas formam mutuamente uma incógnita, visto que ainda não trocaram carícias, não se conhecem intimamente. Bibliografia: Imagem da internet :http://search.babylon.com/imageres.php?iu=http://www.overmundo.com.br/uploads/banco/multiplas/1258553658_amorimpossivel1.jpg&ir=http://www.overmundo.com.br/banco/amor-proibido-2&ig=http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRoCEy_QTZCY_kbv1u9aAVupSY84QDd_3Z80b29ZI-0HheYWuKzfV4ShA&h=420&w=416&q=imagens+de+amor+proibido&babsrc=home |