O que é feito com o lodo de esgoto?

Material possui elementos como água, matéria orgânica e nutrientes que são benéficos às plantações.


O que é feito com o lodo de esgoto?

Lodo de esgoto vira adubo e colabora com meio ambiente e produtores

Um composto feito a partir de lodo de esgoto está sendo usado na agricultura como adubo e pode reduzir a quantidade de fertilizante que o Brasil precisa importar.

Cerca de 27% da população brasileira não conta com saneamento básico e boa parte do esgoto fica a céu aberto, indo direto para rios e lagos. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), apenas 43% destes detritos são coletados e tratados. O restante fica exposto e gera impactos negativos ao meio ambiente.

Quando tratado, o lodo é transformado em um resíduo sólido. Quase toda empresa de saneamento descarta o componente em aterros sanitários, onde ele se junta a todo tipo de lixo. Além dos problemas ambientais, o descarte também sai caro para as estações de tratamento.

O lodo do esgoto contém cerca de 85% de água, 20% de matéria orgânica e minerais, incluindo nutrientes para plantas, como nitrogênio, cálcio e potássio. Por outro lado, há também os chamados metais pesados, o chumbo e cádmio, por exemplo, que podem ser tóxicos para o nosso organismo.

Por causa desses metais e do excesso de microorganismos ruins para a saúde é que o lodo não pode ser usado diretamente como adubo: é preciso transformá-lo, primeiro, em um composto orgânico.

Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.

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Atualizado: 18 de nov. de 2019

O que é feito com o lodo de esgoto?

O gerenciamento do lodo de esgoto proveniente de estações de tratamento é uma atividade de grande complexidade e alto custo, podendo representar de 40 a 60% dos custos operacionais de uma ETE ao longo de toda sua vida útil (energia elétrica, reagentes químicos, maquinário, depreciação, mão de obra, logística de destinação, etc.).

A estimativa de geração de lodos no Brasil, considerando que 42,7 % dos esgotos produzidos são tratados (88,3 milhões de habitantes), é de:

88.000 a 353.000 m³/dia de lodo líquido*

8.800 a 13.000 m³/dia de lodo desaguado*

*Volume per capta de lodo líquido a ser tratado: 1 a 4 L/Hab.dia. Volume per capta de lodo desaguado a ser disposto: 0,1 a 0,15 L/Hab.dia (Andreoli et al., 2010)

Tendo em vista que 95% dos municípios brasileiros tem população menor que 100 mil habitantes, a escolha da tecnologia de tratamento de lodos é importante para garantir a sustentabilidade técnica e econômica para ETE de médio e pequeno porte.

Para o setor industrial, a viabilidade financeira da forma de gerenciamento dos lodos gerados é de extrema importância. Além da conformidade com normas ambientais, a competitividade comercial dos produtos oferecidos está relacionada aos custos operacionais (OPEX), dos quais o gerenciamento dos lodos pode ser parte significativa.

Neste cenário, as Unidades de Gerenciamento de Lodos por sistemas Wetlands Construídos (UGL Wetlands Construídos) associadas ao aproveitamento agrícola dos lodos tratados, são uma excelente opção, pois solucionam com elevada eficiência e baixos CAPEX e OPEX a problemática do tratamento e destinação dos lodos de esgoto.

SISTEMAS MECANIZADOS VS. PASSIVOS: Qual a melhor opção para tratamento de lodos?

A seleção de tecnologias de tratamento de lodos em uma ETE é dirigida por fatores técnicos, tais como simplicidade operacional, disponibilidade de área e teor de umidade desejado; e econômicos, como custos de implantação, operação e manutenção.

Sistemas mecanizados (filtros prensa, centrífugas) são positivos em estações em que os volumes de lodos a serem tratados são bastante elevados e as áreas requeridas por tecnologias passivas seriam excessivamente grandes. Em contrapartida, estes sistemas compactos apresentam elevados custos de implantação, operação e manutenção, por requerem uso intensivo de equipamentos mecânicos, de energia elétrica e de cuidados técnicos especializados.

Por outro lado, os sistemas passivos (leitos de secagem, bags de desaguamento, wetlands construídos) são positivos em locais onde maiores áreas de implantação não são o fator decisivo. Neste caso, os custos operacionais e de manutenção são mais reduzidos e o sistema apresenta maior simplicidade operacional. A título de exemplificação, uma UGL por sistemas wetlands construídos, pode operar sem consumo de energia elétrica, produtos químicos e descarte de sólidos, em ciclos operacionais de até 15 anos, com o empenho de apenas 6 horas semanais de um operador sem formação técnica especializada. (Saiba mais sobre a UGL Wetlands clicando aqui.)

Um importante fator a ser observado nesta análise é o teor de sólidos alcançado. Em centrífugas o teor de sólidos gira em torno de 15 a 20 %, o que significa que 80 a 85% da massa de lodo a ser disposta é composta por água. Já nos leitos de secagem, os teores de sólidos podem alcançar até 40%.

DESTINAÇÃO FINAL DE LODOS

O que é feito com o lodo de esgoto?

Em ambas as abordagens de tratamento (mecanizada e passiva), ainda há a necessidade da disposição final dos resíduos gerados. A forma de disposição final mais tradicional no Brasil é a destinação em aterro sanitário.

O custo da destinação final em aterro sanitário é composto pelo frete até o aterro (logística de transporte) e pelo preço da tonelada. Considerando que o lodo a ser destinado possui de 15 a 40% de água em seu conteúdo (em função da eficiência do desaguamento), pode-se concluir de maneira simples que grande parte dos custos de destinação e transporte são com a água presente no lodo. Além disso, a disposição em aterro aumenta a produção de chorume e gases estufa e representa riscos geotécnicos ao maciço. Em função desses aspectos, há uma tendência de os aterros interromperem o recebimento de lodos de esgoto. Essa atividade também não é coerente com as visões mais atuais de aproveitamento de subprodudos de ETE e de reciclagem de nutrientes.

Uma das formas de destinação de lodos mais recomendadas para o Brasil, haja vista a distribuição demográfica, as condições climáticas favoráveis, a disponibilidade de terra e a vocação agropecuária do país, é o aproveitamento na agricultura e/ou na recuperação de áreas degradadas. Diversas pesquisas nacionais já demonstram a forte aptidão do país para recebimento de lodos de esgoto como fertilizantes para produção agrícola.

O QUE SÃO AS UGL WETLANDS CONSTRUÍDOS?

O que é feito com o lodo de esgoto?

As Unidades de Gerenciamento de Lodos (UGL) por Wetlands Construídos estão transformando o gerenciamento da fase sólida das ETE em uma atividade simples e rentável em locais onde há área disponível para implantação. Esta tecnologia vem sendo empregada mundialmente como uma solução altamente eficiente e de baixo custo operacional para a conversão dos lodos de ETE em recursos para a agricultura e recuperação de áreas degradas.

Ideais para vazões equivalentes de até 150 mil habitantes, as UGL Wetlands Construídos recebem lodos dos mais diversos sistemas de tratamento de esgotos (sanitários, industriais e de fossas sépticas) substituindo as dispendiosas estruturas de adensamento, desaguamento e logística de destinação por processos passivos que convertem os biossólidos em composto orgânico.

As UGL Wetlands Construídos podem eliminar até 60% dos custos operacionais de uma ETE (municipal ou industrial), uma vez que o processo de tratamento é passivo e os custos com destinação final dos lodos é eliminado. Esses fatores podem ser decisivos para a viabilidade técnica e/ou financeira de uma ETE municipal ou empreendimento industrial, já que impactam diretamente nos valores a serem investidos e nas despesas recorrentes.

Quer saber mais sobre a UGL Wetlands Construídos. Acesse nosso post: Wetlands Construídos: uma solução para o tratamento de lodos de esgoto.

O que fazer com o lodo de esgoto?

Lodo proveniente de estação de tratamento de esgoto pode se tornar matéria-prima de um substrato para plantas e de um condicionador de solo. É o que tem demonstrado uma pesquisa conduzida há três anos pela Embrapa em cooperação com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), do Rio Grande do Sul.

Qual o uso que se dá ao lodo?

De forma geral, o lodo pode ser encaminhado para aterros sanitário, incinerador, agricultura, construção civil e reuso em indústria (como matéria prima).

Para que serve a desidratação do lodo?

Os processos de desaguamento ou desidratação e secagem de lodo servem para diminuir o volume de resíduo gerado, reduzindo consideravelmente os custos de destinação e transporte deste material, contribuindo para manter a sustentabilidade do empreendimento.

O que é feito o lodo?

O lodo é uma mistura de substâncias que contém minerais, colóides e materiais orgânicos decompostos. Podemos citar, por exemplo, argila, silte, areia fina, microrganismos e produtos provenientes dos processos de coagulação.