O que foi a revolta dos Espartacos?

Por Débora Silva em 20/08/2014

Revolta de Espártaco é como ficou conhecida uma grande revolta de escravos que lutava pelo fim da condição servil e por melhores condições de vida. Considerada por muitos historiadores como a maior revolta de escravos da história da Roma antiga, a Revolta de Espártaco (também conhecida como “Terceira guerra servil” ou “Guerra dos escravos”) foi liderada pelo ex-gladiador Espártaco e resultou em um dos maiores derramamentos de sangue da história.

O que foi a revolta dos Espartacos?

Foto: Reprodução

Quem foi Espártaco?

Espártaco (ou Spartacus) foi um famoso escravo nascido na Trácia, região onde atualmente encontramos parte dos territórios da Grécia, da Bulgária e da Turquia.

Podemos encontrar duas versões sobre a vida de Espártaco. A primeira versão conta que ele foi soldado romano, mas se tornou escravo (tendo como dono o mercador Letulo Betiato) por abandonar a vida militar. Levaram-no para a escola de gladiadores de Cápua, na Campânia, onde iniciou e liderou a revolta.

A outra versão da história diz que Espártaco começou a sua vida como pastor, depois entrou na vida militar e, após abandonar o exército romano, organizou um grupo de ladrões que realizava assaltos por toda a Itália. Foi preso no ano 73 a.C. e vendido como escravo para um treinador de gladiadores da região da Cápua. Motivado pelos maus tratos e humilhações sofridas pelos escravos, organizou uma revolta junto com os seus companheiros presos.

Os acontecimentos da Revolta

Ao receber a notícia do levante, o governo romano logo enviou várias tropas para derrotar e prender Espártaco e seus companheiros escravos, mas foram derrotadas por eles. Isso fez com que mais escravos se juntassem ao grupo de Espártaco e, em pouco tempo, quase 120 mil pessoas se aliaram aos revoltosos. Devido ao tamanho que alcançou, o exército de Espártaco se dividiu em dois grupos: um permaneceu em Cápua e o outro, liderado por Espártaco, rumou para o norte da Península Itálica.

Embora o exército romano tenha conseguido abater uma parte do exército de Espártaco, eles conseguiram seguir adiante em direção à terra natal de seu líder. Espártaco decidiu retornar ao sul com o seu grupo e, nesse período, os governantes de Roma organizaram um exército de mais de 60 mil homens, liderados pelo general Licinio Crasso, com o objetivo de combater a legião de Espártaco.

O novo objetivo de Espártaco era evitar Roma e chegar até a ilha de Sicília e, para isso, concentrou o seu exército ao sul. O general Crasso descobriu esse plano e pôde organizar melhor as suas tropas para vencer os revoltosos. Ao ver seu levante sendo derrotado, Espártaco tentou negociar sua rendição com o general Crasso, sem sucesso. Dessa forma, o exército de Espártaco não teve outra opção além de lutar até a morte. Para coibir mais ações como a Revolta de Espártaco, o exército romano crucificou 6 mil escravos sobreviventes ao longo da via Apia, ligação entre Cápua e Roma.

Espártaco era um gladiador. Como ninguém nasce gladiador, parece-me necessário explicar que, na Roma Antiga, os espetáculos de gladiadores haviam começado como um divertimento para os soldados que, lutando, mantinham a forma quando não havia guerra. Posteriormente (¹), as lutas passaram a ser uma atividade profissional, se entendermos que os "profissionais" em questão eram escravos, quase sempre selecionados entre os prisioneiros de guerra que mais impressionavam pelo vigor físico (²). Era esse o caso de Espártaco, um trácio que integrara um corpo de auxiliares do exército romano, mas que desertara e fora capturado. O que aconteceu em seguida é relatado por Aneu Floro (³) em Epitome rerum Romanarum:

O que foi a revolta dos Espartacos?
O último combate de Espártaco,
na visão de um cartunista do Século XIX (⁵)

"Espártaco, Criso e Enomaus, fugindo do lugar de treinamento de Lêntulo, com trinta outros homens de semelhante condição [gladiadores], espalharam-se por Cápua, chamando escravos em seu auxílio, e, em pouco tempo, eram já dez mil homens que, não satisfeitos com a fuga, queriam a liberdade." (⁴)

As fontes apresentam alguma divergência quanto ao número de adeptos que Espártaco conseguiu arrebanhar, mas é fato que, nos três anos seguintes (73 a 71 a.C.), a Península Itálica viveu um severo conflito, no qual o exército romano foi várias vezes derrotado por gladiadores e escravos que lutavam pela liberdade - talvez houvesse nisso um fator importante para o sucesso que inicialmente obtiveram.

Não era fácil, porém, controlar milhares de homens em fúria. Afinal, as forças romanas conseguiram vencer os revoltosos. Quanto a Espártaco, no dizer de Floro, "lutando com valentia na primeira fila [de combatentes], teve a morte de um grande comandante." (⁴)

Como explicar uma rebelião de proporções tão assinaladas? Além do já citado desejo de liberdade, deve-se considerar que:

  • Os escravos eram exageradamente numerosos em Roma, em consequência do cativeiro de inimigos derrotados em combate;
  • Muitos escravos, tendo pertencido ao exército de outros povos, haviam recebido treinamento militar e, mesmo não tendo armas adequadas, eram fortes e, conforme se verificou, capazes de fazer frente ao disciplinado exército romano;
  • A chamada "Revolta de Espártaco" não foi a primeira e nem a última rebelião envolvendo escravos nos domínios de Roma (na historiografia clássica é também conhecida como Terceira Guerra Servil).

Teriam os romanos consciência do problema que criavam para si mesmos com a multiplicação de braços cativos? As consequências eram demasiado óbvias para que passassem despercebidas. Foi também Floro quem perguntou: "Por que motivo os gladiadores se revoltaram contra seus treinadores, a não ser pelo fato de que se obtinha o favor da plebe com a realização de espetáculos, nos quais supliciar o oponente vencido tornou-se uma arte?" (⁴)

(1) É opinião corrente que isso teria ocorrido por volta do final da Primeira Guerra Púnica.

(2) Autores romanos, como Júlio César, por exemplo, destacaram o fato de que gauleses e germanos, muito mais altos e mais fortes que a média da população de Roma, eram temidos pelos soldados, que somente eram capazes de derrotá-los devido à disciplina e estratégia que as forças romanas apresentavam nas batalhas.

(3) Um contemporâneo do imperador Adriano.

O que foi a revolta de Espártaco?

Espártaco liderou uma revolta que ameaçou a vigência do sistema escravista em Roma. Nas primeiras décadas do século I a.C., várias transformações sociais e políticas questionaram a supremacia do governo republicano em Roma.

O que foi a revolta de Espártaco como ela foi finalizada?

No ano de 71 a.C., o exército romano empreendeu uma grande força tarefa, vencendo os rebeldes. Mais de 6000 escravos foram crucificados e o líder Espártaco morreu em combate. Dessa maneira, no ano de 71 a.C., a maior revolta de escravos do mundo antigo, e que abalou as estruturas do escravismo em Roma, chegou ao fim.

Como surgiu a revolta de Espártaco em Roma Brainly?

Resposta: Explicação: Foi a revolta dos escravos de Roma, eles se revoltaram por causa de maus tratos, castigos e condições ruins em que viviam.

Qual foi o maior gladiador de todos os tempos?

Spartacus morreu como viveu, um guerreiro até o fim sangrento. Mas seu nome ficou registrado na história como o mais famoso de todos os famosos gladiadores do Coliseu, milhares de anos depois.