O que provoca a chuva no Nordeste?

Em entrevista à CNN, Maria Clara Sassaki, meteorologista da Climatempo, informou que o período climático no Nordeste deve continuar semelhante, o que pode provocar novos deslizamentos e atrapalhar também as atividades da defesa civil e dos resgates. As chuvas em Pernambuco já deixaram mais de 128 mortos.

Ela explica que há uma frente fria no Sul da Bahia neste sábado (4) e que deve avançar até o Recôncavo Baiano até o final da tarde, “deixando instável as áreas que foram fortemente afetadas por temporais”.

Outro aspecto que impacta o clima na região é uma condição do oceano mais aquecido, “que pode deixar as chuvas mais carregadas que o normal”, destaca Maria Clara.

A especialista adverte ainda que é muito difícil prever dados climáticos “muito extremos”. Dessa forma, o Climatempo costuma manter alerta em determinadas localidades, “mas é [complicado] afirmar que passará a média climatológica”.

Contudo, para os meses de junho e julho, a especialista destacou que o clima não será semelhante ao que acontece hoje. Mas adverte, “ainda não chegamos no inverno, que é o período de mais chuvas”.

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Nos últimos dias, cidades de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul foram atingidas por fortes chuvas, que fizeram mais de 30 mil pessoas deixarem suas casas. Entenda os fenômenos que têm provocado as chuvas no Nordeste e no Sul:

No Nordeste, o fenômeno ocorre por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno.

“No caso do Nordeste, apesar de todos os transtornos provocados pela chuva, é normal chover forte no meio do ano. Este ano, está chovendo mais do que a média histórica, mas isso não é considerado estranho”, diz Oliveira.

Essa situação deve continuar nas próximas semanas, mas as chuvas devem caminhar para a região mais ao norte do Nordeste, atingindo capitais como Natal, Fortaleza e São Luís nos próximos dias.

Já no Sul, a chuva é provocada por frentes frias que estão com dificuldade para avançar sobre o estado em direção ao Sudeste por causa de um bloqueio atmosférico. “É comum a formação de frentes frias, que são sistemas chuvosos que provocam queda de temperatura. Elas se formam na região do Uruguai, atravessam a região Sul, passam por São Paulo e vão para o oceano”, diz Oliveira.

O que ocorre agora é que os ventos no Rio Grande do Sul estão a uma grande altitude, fazendo com que as frentes frias se desloquem mais lentamente e fiquem mais tempo atuando sobre o estado, o que faz com que despejem uma quantidade de chuva acima da média na região.

As chuvas no Sul devem continuar nos próximos dias, afetando principalmente o Paraná a partir do fim de semana.

No interior do Brasil, em áreas do Centro-Oeste e Sudeste, um sistema de alta pressão tem provocado a redução da umidade e da chuva nos últimos dias. Ainda assim, segundo Oliveira, o outono de 2017 tem sido mais úmido do que o normal, mesmo nessas regiões.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta quinta, dois alertas para cidades desses cinco estados, um de nível amarelo, que significa perigo em potencial e chuvas de até 50 milímetros em um dia, e outro de nível laranja, que é de perigo e até 100 milímetros em 24 horas (confira mais abaixo).

A Agência Pernambucana de Águas e Clima explicou que região está no início do período chuvoso, quando são esperados sistemas que provoquem fortes precipitações (veja vídeo acima).

Esse período vai até o fim de julho e, por vezes, até o início de agosto. Nos últimos dias, ocorreu um "resquício" de frente fria que veio do Sul do país e se juntou a um Distúrbio Ondulatório de Leste.

Fenômeno Ondas de Leste provocou chuvas que causaram mortes em Pernambuco — Foto: Arte/g1

Os Distúrbios Ondulatórios de Leste, também chamados de Ondas de Leste, são perturbações no campo de vento e pressão que atuam na faixa tropical do globo terrestre, em área de influência dos ventos alísios, que se deslocam desde a costa da África até o Litoral leste do Brasil.

Na prática, o que ocorre é a formação de nuvens de chuva por causa da circulação de correntes de vento que vêm do continente africano, passam pelo oceano e chegam ao Nordeste do Brasil.

"A previsão climática realizada por todos os centros estaduais do Nordeste do Brasil, indicou que aqui, para a parte leste do Nordeste, a previsão é de que as chuvas, o acumulado para o trimestre de junho a agosto, fique acima do normal", disse.

O que provoca a chuva no Nordeste?

Família fica ilhada em casa devido a alagamento em Olinda

Embora em menor intensidade que nos dias anteriores, a previsão é de que continue a chover na região, bem como na Zona da Mata, Agreste e Sertão, de acordo com a Apac.

"Se já é um período em que chove muito, com chuvas acima do esperado, espera-se que em alguns momentos nós tenhamos essas chuvas intensas também", explicou Aparecida Fernandes.

Este é o quinto dia seguido de temporais no Grande Recife, o que levou a Apac a emitir diversos alertas para temporais, incluindo, na quarta-feira (25), um aviso com nível máximo de atenção e risco. Um homem morreu e três pessoas desapareceram. Nesta quinta (26), houve registro de alagamentos e moradores ilhados (veja vídeo acima).

De acordo com a meteorologista Aparecida Fernandes, ainda há previsão de chuvas nesta quinta.

"Hoje, ainda tem previsão de chuvas né mas aqui na Região Metropolitana e na Mata Norte. As chuvas devem ser de intensidade fraca e pontualmente moderada. Na Mata Sul, no Agreste e no Sertão já é de chuva de moderada. A Mata Sul ainda está um pouquinho mais forte, mas não há previsão de chuvas fortes como teve nos últimos dias", declarou.

Rua alagada no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Ainda segundo Aparecida Fernandes, apesar de ocorrer um arrefecimento do volume de chuvas nesta quinta-feira (26) e na sexta-feira (27), é possível haver mais chuva forte no fim de semana.

"Os modelos já estão dando um indício de que no final de semana pode voltar a ter chuva forte novamente. Para hoje e para amanhã não tem previsão de chuva forte aqui para Pernambuco, mas, a partir do final de semana, pode ser que tenhamos ainda mais alguns dias de chuva forte", disse.

Alerta do Inmet

Os dois alertas emitidos pelo Inmet são válidos desta quinta-feira (26) até as 10h da sexta-feira (27). O de nível laranja é válido para as seguintes cidades do Agreste, Zona da Mata e Metropolitana do Recife:

Agrestina, Água Preta, Altinho, Amaraji, Angelim, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Bom Conselho, Bonito, Cabo de Santo Agostinho, Canhotinho, Catende, Chã Grande, Correntes, Cortês, Cupira, Escada, Gameleira, Gravatá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa do Ouro, Lagoa dos Gatos, Maraial, Moreno, Palmares, Palmeirina, Panelas, Pombos, Primavera, Quipapá, Ribeirão, Rio Formoso, Sairé, São Benedito do Sul, São Joaquim do Monte, São José da Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré, Vitória de Santo Antão e Xexéu.

Além desses locais, o aviso vale para cidades do Leste e Agreste de Alagoas. Há risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios, em cidades com tais áreas de risco. A lista completa pode ser consultada no site do Inmet.

Já o de nível amarelo é válido para a parte norte do Grande Recife, além de cidades do Agreste e Zona da Mata de Pernambuco; Agreste e Mata na Paraíba; Sertão, Leste e Agreste de Sergipe; Leste, Sertão e Agreste de Alagoas; Leste e Agreste do Rio Grande do Norte. A lista completa está no site do Inmet.

VÍDEOS: Mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

Quais as causas da chuva no Nordeste?

Na prática, o que ocorre é a formação de nuvens de chuva por causa da circulação de correntes de vento que vêm do continente africano, passam pelo oceano e chegam ao Nordeste do Brasil.

O que causa tanta chuva?

De acordo com o meteorologista Piter Scheuer, as chuvas que vem ocorrendo constantemente, é por causa da umidade que é canalizada através da cordilheira dos Andes, que vem da Floresta Amazônica em direção ao Sul do país. “Esses fatores climáticos acabam compactando na formação de muitas nuvens carregadas de chuva.

Por que no Nordeste chove no verão?

Chove mais no verão porque o ar fica mais quente e com maior capacidade para armazenar a umidade (vapor) que, em grande quantidade, se transforma em chuva. O sol forte faz a água dos mares, rios, lagos e florestas evaporar com muita facilidade.

Como são as chuvas no Nordeste?

As chuvas são raras, com índice pluviométrico inferior a 700 milímetros anuais, podendo ocorrer entre os meses de abril a maio. A menor média anual de chuvas no Brasil é registrada em Cabaceiras, no sertão da Paraíba, com apenas 278,1 milímetros.