Onde foi a primeira escola de enfermagem no Brasil que recebeu o nome de Escola de Enfermagem de Ana Neri?

CONSIDERA��ES INICIAIS

O presente estudo, inserido na linha de pesquisa Escolas de Enfermagem na Sociedade Brasileira, � o resultado do interesse em mim despertado durante minhas atividades como bolsista de inicia��o cient�fica do CNPq, atuando no projeto integrado de pesquisa intitulado A carreira e a profiss�o de enfermagem na sociedade brasileira1. Seu objeto � a presen�a de alunas Religiosas Vicentinas na Escola de Enfermagem Anna Nery, nas d�cadas de 20 a 40.

Esta pesquisa tem como objetivo discutir as rela��es entre o ingresso e a evas�o de Religiosas1 2 na Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), durante as gest�es, em sua dire��o, de enfermeiras norte-americanas e brasileiras.

O desenvolvimento deste relat�rio de pesquisa estrutura-se da seguinte forma:

 esbo�o da trajet�ria da EEAN desde sua cria��o (1923) at� a formatura da primeira turma de Religiosas da Escola (1942);

 descri��o do cotidiano das Irm�s Vicentinas e sua inser��o nas escolas de enfermagem;

 an�lise e discuss�o do cotidiano das Religiosas matriculadas em 1931 e 1939.

Acredita-se que a presente pesquisa possa contribuir para o desenvolvimento dos estudos de hist�ria da enfermagem brasileira, esclarecendo o motivo por que somente em 1942 formaram-se as primeiras Religiosas matriculadas na Escola Anna Nery (EAN).

METODOLOGIA

O presente trabalho constitui um estudo de abordagem hist�rico-social.

Seu recorte temporal compreende o per�odo de 1923 a 1942, tendo como marco inicial a funda��o da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Sa�de P�blica (DNSP) em 19 de fevereiro de 1923 e, marco terminal, em 1942, pelo fato de nessa data ter ocorrido a gradua��o das primeiras Religiosas alunas da EAN.

Seus sujeitos s�o as Religiosas que ingressaram na EEAN, tr�s em 1931 e onze em 1939, todas pertencentes � Congrega��o de S�o Vicente de Paulo.

Utilizaram-se, como fontes prim�rias, o acervo do Centro de Documenta��o da Escola Anna Nery, entre os quais dossi�s de alunas e documentos produzidos pelas Diretoras (relat�rios narrativos3 e das atividades4, cartas, discursos, atas e recortes de jornais da �poca estudada) e o Livro de Registro dos alunos inscritos na EEAN. Al�m destas fontes, analisaram-se fotograf�as que n�o s� serviram para a ilustra��o do trabalho mas tamb�m confirmaram a presen�a de Religiosas nas escolas de Enfermagem durante o per�odo de tempo estudado.

A sele��o dos diversos documentos acima referidos foi determinada pelos conte�dos relativos � presen�a das Religiosas como alunas da Escola.

A an�lise do material selecionado objetivou a obten��o de indicadores (motiva��es, atitudes, valores, cren�as e tend�ncias) que permitissem a infer�ncia de conhecimentos, pois, segundo Trivi�os (1990:160), os documentos � simples vista, n�o se apresentam com a devida clareza.

Constituem suas fontes secund�rias, bibliografia referente � hist�ria da enfermagem, ao contexto s�cio-hist�rico da �poca e � vida das Religiosas dentro desse espa�o de tempo. Com a finalidade n�o s� de complementar mas tamb�m de esclarecer os dados obtidos, tanto nas fontes prim�rias quanto nas secund�rias, e dar-lhes maior consist�ncia, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas, caracter�sticas de uma metodologia qualitativa, partindo de questionamentos b�sicos, cujas respostas interessavam � pesquisa. Como exemplo de tais questionamentos, pode se citada a escolha da EEAN e o seu dia-a-dia, na �poca estudada. Das respostas obtidas, surgiam novos enfoques para o desenvolvimento da entrevista.

Realizaram-se tr�s entrevistas que, com a autoriza��o das depoentes, foram gravadas e puderam ser utilizadas para o presente relat�rio.

Na fase inicial do presente estudo, surgiram tr�s obst�culos que dificultaram a obten��o de dados relativos � totalidade dos sujeitos desta pesquisa. Foram eles:

 a dist�ncia entre o Rio de Janeiro e o Estado onde hoje residem algumas Irm�s formadas em 1942;

 a sa�de prec�ria e o falecimento de algumas dessas Irm�s;

 a negativa, por parte da Congrega��o, para o fornecimento de informa��es a respeito da vida religiosa das Irm�s.

AS IRM�S VICENTINAS E A PR�TICA DA ENFERMAGEM NO BRASIL

Tradicionalmente, o exerc�cio da enfermagem esteve, desde a Idade M�dia, estreitamente ligado �s Ordens religiosas cat�licas e, a partir do s�culo XVII, � Congrega��o fundada por S�o Vicente de Paulo, por ele chamada das Filhas da Caridade, conhecida com mais freq��ncia como das Vicentinas ou, ainda, das Irm�s de Caridade.

Antes de a chamada "enfermagem moderna" chegar ao Brasil5, ainda no Imp�rio6, eram as Religiosas Vicentinas que cuidavam dos desamparados e doentes, auxiliadas por atendentes desprovidos de qualquer preparo formal pr�vio. Aliavam aos cuidados de seus pacientes um apostolado que os levasse � convers�o religiosa, ajudando, assim, na moraliza��o e na disciplina dos grupos humanos.

Diversos autores, entre aqueles dedicados ao estudo da hist�ria da enfermagem e consultados para a presente pesquisa, apontaram in�meras falhas relativas � forma��o t�cnica necess�ria ao exerc�cio da profiss�o.

Tratando da constitui��o dos quadros profissionais da enfermagem anteriores � vinda da Miss�o Rockfelller, Sauthier (1996:94) atesta que nesta �poca exerciam a enfermagem as Irm�s de Caridade, enfermeiras estrangeiras (filhas de diplomatas ou pastores protestantes), pessoal treinado na escola do Hospital dos Alienados e nas escolas da Cruz Vermelha, visitadoras preparadas pelos m�dicos sanitaristas e atendentes (preparadas informalmente, em cada hospital).

Forjaz (1959:317-18) preocupa-se com este tipo de problema, analisando a a��o das Religiosas:

... as religiosas recrutavam atendentes entre os pr�prios indigentes, na falta de elementos mais adequados. Mas apesar do devotamente que as inspirava, as falhas do servi�o hospitalar eram enormes...

Devido � import�ncia da dupla percep��o do profissional de enfermagem, isto �, daquela tida pelas Religiosas em quest�o e da que foi institu�da por Florence Nightingale, vale retomar uma id�ia j� anteriormente esbo�ada.

Em geral, a literatura a respeito dos cuidados de enfermagem, oferecidos na �poca em foco, estabelece uma diferen�a ideol�gica entre o modelo religioso e o "nightingale"7. Este �ltimo enfatiza o aspecto fundamental da forma��o de seus profissionais, valorizando a forma��o t�cnica dos enfermeiros. Sua inspiradora, embora de religi�o Presbiteriana, adepta da seita puritana, adotou princ�pios b�sicos preconizados por Luiza de Marillac para as "filhas da Caridade". A diferen�a b�sica entre os dois modelos parece ser o objetivo espec�fico das Vicentinas, a saber, o de valorizar o servir primeiro a Deus na pessoa dos doentes e, assim, cumprir a miss�o de apostolado recomendada por S�o Vicente de Paulo, seu fundador.

Nunes (1997:501) acrescenta que a mentalidade moderna, nas d�cadas de 20 e 30, passou a exigir preparo profissional e habilita��o t�cnica espec�fica para o exerc�cio das diversas profiss�es, atingindo, assim, o pr�prio cerne da atividade das profissionais em exerc�cio nas Santas Casas da Miseric�rdia:

Enquanto predominou na sociedade uma vis�o sacralizada de mundo, foi poss�vel �s religiosas, por esse t�tulo, exercerem tarefas para as quais n�o estavam tecnicamente habilitadas. Porque eram "irm�s de caridade " podiam ser professoras, enfermeiras ou assistentes sociais; nenhum diploma ou curso era exigido delas.

Al�m disso, o Estado tornou-se cada vez mais presente no campo social, ampliando os servi�os da previd�nscia, o que dificultou ainda mais, para as Religiosas, a manuten��o de seu trabalho nas diferentes obras a que se dedicavam.

Pinheiro ( 1962:463) afirma que, quando surgem as Escolas de Enfermagem e a enfermeiras laicas, as Congrega��es de id�ias mais amplas percebem a inaptid�o de seu grupo e a inferioridade em que ficariam caso n�o preparassem seu pessoal hospitalar.

A irmandade de S�o Vicente de Paulo foi a primeira a tomar a iniciativa. Matriculou Irm�s nas Escolas Ana Neri e Carlos Chagas e p�de, assim, criar, no Rio de Janeiro, seu pr�prio centro de forma��o de enfermeiras, a Escola Luiza de Marillac (...) fundada em 1939.

Vale, aqui, tra�ar a trajet�ria das Irm�s de Caridade na procura de sua profissionaliza��o.

Em 1931, ao desejarem ingressarem um Curso de Enfermagem, as Irm�s de Caridade tinham-se visto obrigadas a se inscrever numa escola leiga', a escola padr�o oficial (EAN), sediada na ent�o Capital Federal (a cidade do Rio de Janeiro), por ser esta a �nica a oferecer ensino com modelo de enfermagem moderna.

A car�ncia de uma institui��o que formasse enfermeiras com orienta��o cat�lica persistiu at� a funda��o da Escola Carlos Chagas9, em Belo Horizonte, em julho de 1933, data em que nela se matricularam quatro Religiosas. A perman�ncia em sua Dire��o, at� novembro de 1938, de uma cat�lica convicta, D. La�s Netto dos Reys, viria a favorecer o ingresso de candidatas Religiosas numa Escola de Enfermagem que, apesar de leiga, possu�a uma intensa vida religiosa, de orienta��o cat�lica10 e utilizava, como campo de est�gio, um hospital da Ordem de S�o Vicente de Paulo (Hospital S�o Vicente de Paulo).

Onde foi a primeira escola de enfermagem no Brasil que recebeu o nome de Escola de Enfermagem de Ana Neri?

Foto 1- em destaque D. La�s N. dos Reys.12

Assim sendo, foi a Escola Carlos Chagas a primeira a formar Religiosas enfermeiras no Brasil, entre as quais encontrava-se a Irm� de Caridade Matilde Nina (formada em 1936)11.

A presen�a da Igreja Cat�lica � t�o marcante que, ao analisar a foto da despedida de La�s Netto dos Reys da dire��o da Escola Carlos Chagas, se verifica a presen�a de diversas congrega��es religiosas, entre as quais a de S�o Vicente de Paulo (Irm�s Vicentinas).

O COTIDIANO DAS IRM�S DE CARIDADE: A DIFICULDADE DE ADEQU�-LO A ESCOLAS LEIGAS

Nunes (1997:497-98) traz alguns costumes observados pelas Religiosas Cat�licas em geral e, portanto, pelas Irm�s de Caridade, antes da "renova��o e adapta��o" ocorrida nos anos 60, ap�s o Concilio do Vaticano II.

De in�cio, cita a exist�ncia da id�ia da "separa��o do mundo", �fuga mundi dos antigos. Comenta o ideal religioso compreendido como nega��o de valores, comportamentos e normas correntes na sociedade, j� que os costumes conventuais e as formas de comportamento das religiosas deveriam marcar essa distin��o em rela��o "ao mundo": modos de vestir, - pesados h�bitos religiosos, em muitas congrega��es inspirados nas camponesas europ�ias; os altos muros ao redor da �rea conventual e at� dos col�gios; os hor�rios r�gidos; as exig�ncias de sil�ncio �s refei��es; a obedi�ncia estrita e inquestion�vel �s "Superioras"; as penit�ncias; a primazia dos exerc�cios cotidianos em comum (base da chamada vida em Comunidade). Tudo isso, enfim, criava um mundo � parte, cheio de mist�rios que povoavam a imagina��o de quantos se acercavam das pessoas consagradas a Deus.

Essa forma de viver tanto ocorria nos conventos - sede das Congrega��es e Ordens - quanto nas "obras" - col�gios, hospitais e casas de assist�ncia, como asilos e orfanatos, onde grupos de Irm�s trabalhavam e viviam em Comunidade.

A autora anteriormente citada descreve, ainda, o costume do sil�ncio noturno, o "sil�ncio sagrado" ou "grande sil�ncio", quando, do in�cio da noite at� a manh� do dia seguinte, as Religiosas permaneciam absolutamente silenciosas, sem se comunicarem umas com as outras, a n�o ser em casos considerados de real necessidade.

Pelo que acima est� exposto, torna-se claro que este tipo de vida dificultava a adapta��o das Religiosas �s Escolas leigas.

Barbosa (1989:21 ) afirma que at� a cria��o da Escola de Enfermeiras Luiza de Marillac, em 1939, s� existiam no Brasil Escolas de Enfermagem leigas e, como a vida religiosa naquela �poca possu�a algumas exig�ncias dif�ceis de serem cumpridas fora da Comunidade, tornava-se complicado para as Religiosas cursarem Enfermagem.

De sua funda��o at� 1931, a EAN esteve sob a dire��o de enfermeiras americanas. Foram elas: Clara Louise Kieninger, Loraine Genevi�ve Dennhardt e Bertha Lucile Pullen13; esta �ltima retornou ao Brasil ap�s a morte da primeira diretora brasileira (1933) para ocupar o cargo de 1934 a 1938.

� de se estimar que a religi�o protestante, professada pelas enfermeiras norte-americanas, tenha exercido significativa influ�ncia sobre a demanda, por parte das Religiosas cat�licas brasileiras, pelo Curso de Enfermagem rec�m fundado.

Durante os anos de exerc�cio de Bertha Pullen na dire��o da Escola Ana Neri, entre 1928/1931 e 1934/1938, nenhuma Religiosa cat�lica teve ingresso nessa Escola, ao contr�rio do que se observava por parte de candidatas protestantes.

Segundo Sauthier (1996:193), as candidatas encaminhadas pelo chanceler da Federa��o das Escolas Evang�licas do Brasil, Erasmo Braga, amigo de Miss Pullen, eram bem vindas.

Ao chegar ao Brasil, as enfermeiras da Miss�o de Coopera��o T�cnica para o Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil encontraram o dom�nio cat�lico da sociedade e, portanto, da pr�tica da enfermagem, j� que a religi�o cat�lica era a religi�o oficial do pa�s. Ao implantar a enfermagem moderna, essas enfermeiras em sua maioria, apesar da confiss�o crist� evang�lica, souberam conviver com essa realidade, respeitando as autoridades eclesi�sticas e as pr�ticas da religi�o cat�lica (Nimo, 1997:13). Apesar do respeito demonstrado por essas enfermeiras da Miss�o, nota-se a apreens�o de superiores religiosos cat�licos que n�o permitiram o ingresso de nenhuma Religiosa na EAN at� 1931, data da gest�o da primeira Diretora brasileira, Rachel Haddock Lobo.

No per�odo compreendido entre 1921 e 1931, dez anos de perman�ncia da Miss�o, n�o se criou outra escola de enfermagem, a n�o ser a Escola Anna Nery.

Em 1931, a Escola de Enfermeiras Anna Nery foi considerada a escola oficial padr�o e cujo prop�sito era o de garantir um alto n�vel de forma��o profissional de enfermagem no Brasil, para equipara��o e reconhecimento de outras escolas de enfermagem que viessem a serenadas (Baptista, 1997: 33-4).

Somente quando tomou posse a primeira Diretora brasileira, cat�lica, Rachel Haddock Lobo (1931 a 1933) ocorreu a matr�cula das primeiras Irm�s de Caridade14. Isto se deu em 31 de julho de 1931, ap�s entendimentos e acordo m�tuo com a Superintendente do Servi�o de Enfermeiras e Chefe da Miss�o, Ethel Parsons (2 de setembro de 1921 a 3 de setembro de 1931, per�odo de sua perman�ncia no Brasil).

Tr�s foram as Im�s ent�o admitidas na condi��o de alunas externas, j� que, conforme visto anteriormente, por serem Religiosas, n�o podiam permanecer no internato: Im� Margarida Villac, Im� Pinto, com o nome completo de Im� Eug�nia Pinto, e Im� Thereza Carvalho15.

Dos Registros da Escola pode-se obter alguns dados sobre cada uma dessas Irm�s:

Helena Villac (Irm� Margarida Villac) possu�a o Curso Normal e preparo anterior, com cinco anos de pr�tica em enfermagem na Santa Casa da Miseric�rdia. � ela quem presta o seguinte depoimento:

A miss�o da enfermeira � uma das mais sublimes a que pode aspirar uma mo�a, pois n�o s� lhe permite dedicarse � cabeceira dos enfermos hospitalizados, como lhe d� o grande consolo de ver, abrir-se alegremente as portas das mais vis (..) onde a sua presen�a voe, como um raio de sol, para confortar e aliviar os males physicos e moraes. Para servir a Jesus na pessoa dos pobres, � que me dedico a esta Arte. (31/ 07/31)

Desistiu da EAN em 15 de outubro de 1931, por motivo de sa�de prec�ria, tendo estado com sinusite nos primeiros quatorze dias do mesmo m�s.

Apesar de n�o ter completado o Curso na EAN, formou-se, mais tarde, em outra Escola16, chegando a tornarse uma das diretoras da Escola de Enfermagem Luiza de Marillac.

Eug�nia Pinto (Irm� Pinto) tamb�m possu�a o Curso Normal e preparo anterior, com oito meses de pr�tica de enfermagem no Hospital "�cole des Peupliers",'em Paris, tendo, por isso, obtido, por ocasi�o de seu ingresso na EAN, cr�ditos relativos a esse tempo. Apesar da matr�cula na Escola, mais tarde foi trabalhar em col�gios, n�o tendo permanecido na profiss�o de enfermeira. Pode-se presumir que essa desist�ncia tenha-se devido a peculiaridades da vida religiosa, j� que, segundo depoimento colhido durante a pesquisa,

As religiosas, ao professarem voto de obedi�ncia, a qualquer momento podem deslocar-se de uma regi�o do pa�s para outra, como tamb�m mudarem seus of�cios, de acordo com a necessidade da Congrega��o.

A seguir, seu pensamento sobre os cuidados prestados pela enfermeira:

Nobre e bella � a miss�o de enfermeira. Auxiliar intelligente e dedicada do m�dico, cumplidora conscienciosa de suas prescrip��es, a enfermeira � tamb�m anjo consolador que traz al�vio �s dores physicas e freq�entemente aos males moraes. Irm� de Caridade, sou por voca��o, atrah�da para os entes que sofrem. Entretanto quero que os conhecimentos technicos andam de par com a caridade que me deve animar como Filha de S�o Vicente. " ( 1/ 08/31)

Olma Zayla de Carvalho (Irm� Thereza Carvalho) que, da mesma forma, possu�a o Curso Normal, n�o tinha preparo anterior ou pr�tica em enfermagem. Pediu demiss�o no dia 29 de dezembro de 1932.

Era a seguinte sua opini�o sobre a enfermeira:

Ser enfermeira � uma das mais nobres carreiras que se pode seguir. Nesta miss�o, cujo fim principal � dispensar os cuidados e atten��es que exigem o estado dos doentes, a enfermeira dedicada dispensa seus trabalhos e esfor�os: numa palavra, sacrifica seus dias a suavizar-lhes os sofrimentos physicos e moraes. E a caridade praticada por Jesus que torna esta miss�o santa em que a mulher exerce sua utilidade para bem das almas e da P�tria. (31/07/31)

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Foto 2 - Recep��o de Toucas da Classe 1934".17

Observa-se, na foto da Recep��o de Toucas, em dezembro de 1931, ocorrida ap�s o per�odo preliminar de quatro meses, a presen�a de duas Religiosas, as Irm�s Thereza e Pinto, ainda cursando a EEAN, da qual vieram a se afastar ap�s servir na frente de guerra da Revolu��o Constitucionalista de 1932.

Em setembro de 1932, segundo Rachel Haddock Lobo18, atendendo � necessidade premente de enfermeiras para os hospitais das frentes do "nosso ex�rcito", por indica��o da Senhora Superintendente Geral do Servi�o dc Enfermeiras do DNSP, Edith de Magalh�es Fraenkel, procedeu-se a uma chamada de volunt�rias a serem colocadas � disposi��o do Ministro da Guerra. Destas, um grupo partiu para o Setor Leste e outro para o Sul, com destino ao norte do Paran�, limite com S�o Paulo. Este �ltimo, chefiado pela diretora da EAN, Rachel Haddock Lobo, partiu no dia 10 de setembro, contando ainda com a ajuda de algumas alunas, inclusive as Religiosas.

Terminada a Revolu��o Constitucionalista, em outubro retornaram as alunas leigas e a Diretora da Escola, Rachel Haddock Lobo, premiou-as com um repouso de dez dias antes de recome�arem seus estudos. O mesmo n�o ocorreu, por�m, com as Religiosas, que n�o voltaram, provavelmente por n�o se terem adaptado �s exig�ncias da vida fora do Convento, n�o enviando nenhum aviso � EAN.

Data do dia 17 de novembro de 1932 um pedido de informa��es feito pela Diretora da Escola � Superiora das Filhas de S�o Vicente de Paulo:

Sauda��es,

Tendo terminado a situa��o anormal do paiz, e assim tamb�m a raz�o de ser do afastamento das Irm�s Eug�nia e Thereza, tendo em vista que as nossas enfermeiras que tamb�m estiveram prestando socorro aos feridos durante esta triste luta, j� h� muito se acham novamente na vida normal, tendo recome�ado seus estudos, desejo me informeis quaes vossos planos a respeito dessas duas alunas desta Escola. Como Diretora que sou desta casa obrigada a zelar pela b�a ordem, disciplina e estat�stica da Escola, vejo-me no dever de vos escrever para obter qualquer informa��o vossa, a respeito das Irm�s Eugenia e Thereza, j� que ap�s minha �ltima entrevista com Irm� Eugenia n�o mais fui informada de vossos planos. Estando o ano findo, e querendo meu ficharlo em completa ordem pe�o-vos responder-me com a m�xima urg�ncia para completar minha estat�stica anual.

" Na foto. nota-se a presen�a das Irm�s Eugenia Pinto e Thereza Carvalho. Fonte: CD - EEAN/ UFRJ. Arquivo de fotos: Env. 73 N. 32 ( Classe 1934, Pavilh�o de Aulas).

Rachel Haddock Lobo. Relat�rio Narrativo, setembro de 1932.

Em dezembro desse mesmo ano, por n�o terem respondido a esta carta, as Irm�s de S�o Vicente de Paulo, da classe 1934, GII, foram exclu�das da Escola. Na vis�o da Diretora, D. Rachel Haddock Lobo, isto se deu porque elas n�o desejavam mais continuar o curso cient�fico da escola e se contentavam com os poucos conhecimentos rotineiros da pr�tica sem teoria. Ao mesmo tempo, enquanto tinham passado pela escola, n�o haviam demonstrado nenhum esp�rito de enfermagem, nem muita dedica��o aos doentes (Rachel Haddock Lobo, Relat�rio Narrativo, dezembro de 1932).

AS IRM�S DE CARIDADE NA ESCOLA ANNA NERY (1939-1942)

D. Lais Netto dos Reys, fundadora da Escola de Enfermeiras Carlos Chagas, exerceu o cargo de segunda Diretora brasileira da EAN, de novembro de 1938 a mar�o de 1950. No exerc�cio da Dire��o, recebeu, no dia 5 de maio de 1939, uma carta da Visitadora das Filhas de Caridade de S�o-Vicente de Paulo, Irm� Antoniette Marie Blanchot, que solicitava a reserva de 12 a 15 matr�culas para algumas Irm�s cujos nomes seriam enviados em ocasi�o oportuna. Agradecia � Diretora que garantisse �s Irm�s condi��es especiais que lhes permitiriam cursar uma Escola leiga, apesar dos obst�culos j� citados anteriormente no presente estudo. Elas poderiam contar com os aposentos indispens�veis � salvaguarda da liberdade imprescind�vel � conserva��o dos exerc�cios e pr�ticas religiosas que lhes eram peculiares. Tais aposentos constariam de um ou mais dormit�rios, contendo 12 a 15 camas, separadas por biombos de fazenda de pouco valor ou cortinas de igual material; de uma "sala decente", que serviria de Capela, facultando-lhes, assim, o livre exerc�cio de suas obriga��es religiosas; e do envio de uma Irm� diplomada pela Escola Carlos Chagas, que serviria de monitora, responsabilizando-se pelo grupo perante a Comunidade19 e a Dire��o da Escola, tanto na parte espiritual e moral quanto no acompanhamento dos estudos. Essa correspond�ncia pedia resposta com a data das inscri��es para os exames e a matr�cula, assim como o programa exigido das candidatas n�o portadoras de diplomas dos Cursos Normal ou Secund�rio.

D. La�s Netto dos Reys considerou grande vit�ria da Escola Ana Neri a matr�cula das 12 Religiosas. A permiss�o dada por Sua Emin�ncia o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Sebasti�o Leme, para o ingresso das Religiosas, como alunas internas, em uma escola leiga, elevava consideravelmente o conceito desta mesma Escola20.

Uma vez que fora criada, no pr�dio do Internato da EAN, na Avenida Rui Barbosa, em Botafogo, em 31 de julho de 1939, uma ala de Religiosas, solicitou-se a D. Sebasti�o Leme a permiss�o para que a Escola mantivesse uma Capela de culto semip�blico de modo a servir �s demais alunas cat�licas. O Internato contava com dormit�rio, refeit�rio. a capela com Missa di�ria � qual compareciam algumas alunas e a diretora da Escola e uma sala de estar

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Foto 3- internato onde residiram as alunas da EEAN21

... era um conventozinho la: tr�s anos ficamos l� (E2)

... era nossa casa... (E3)

Instalaram-se as 12 Irm�s, ent�o matriculadas, no segundo andar do edif�cio da refei��o, nos alojamentos ou-trora ocupados pelas enfermeiras da Miss�o. Ali as Irm�s ampliaram sua pequena Capela onde, todas as manh�s, �s 05h e 30min, era celebrada a Missa por um sacerdote da Ordem dos Lazaristas, tamb�m fundados por S�o Vicente de Paulo, sem perturbar o hor�rio ou o movimento da casa, j� que esse alojamento era independente do das outras alunas.

No dia 01 de agosto de 1939, compareceram � aula onze Religiosas: Irm� Vivencia Alvarenga. Irm� Margarida Maria Cola, Irm� Magdalena Telles, Irm� Paulina Costa. Irm� Theresa Silveira, Irm� Ign�s Lage, Irm� Cec�lia Fernandes. Irm� Maria Jos� Santos, Irm� Odila Lima. Irm� Jeanne Saboia e Irm� Elisabeth Cerutti22. Essas Religiosas foram convocadas pela Visitadora M�re Blanchot, como se pode observar nos seguintes depoimentos23:

a nossa Congrega��o resolveu que um grupo de Irm�s fizesse o curso na Escola Anua Nery (E.1)

� congrega��o mandou estudar (E2)

E por terem professado o voto de obedi�ncia, cumpriram o que lhes fora ordenado, conforme foi visto na opini�o que a primeira Irm� entrevistada para este estudo forneceu � Escola, ao preencher a ficha de matr�cula, em julho de 1939.

...fui designada a fazer o curso geral de Enfermeira na Escola Anna Nery. ao que me dedicarei de cora��o...

S�o palavras de La�s Nctto dos Reys (7/10/39):

Esse fato vem dar novos rumos � Enfermagem religiosa do Brasil, abrindo para as mesmas, de origem nacional, a oportunidade de adquirirem a t�cnica e os conhecimentos cient�ficos que lhes faltavam para poderem com toda efici�ncia dedicar-se ao servi�o dos doentes, na grande maioria dos hospitais do pa�s.

Como j� havia sido acordado com a diretora, a Irm� Eug�nia Luna, formada pela Escola Carlos Chagas, foi designada monitora, residindo no internato, embora n�o tivesse sido matriculada como aluna.

... s� pod�amos viverem comunidade e foi colocada como Superiora nossa - porque cada casa tem uma Superiora - a Irm� Eug�nia Luna (E. 1)

A atua��o da Irm� Eug�nia Luna foi significativa para que as Religiosas completassem o Curso, j� que assistia �s aulas, fazia apontamentos, preparava as apostilas e fiscalizava o trabalho das Irm�s nas enfermarias.

...porque o tempo da gente era muito resumido, n�s t�nhamos de juntar duas vidas, porque tamb�m os compromissos com a Congrega��o ningu�m excluiu nada. O tempo era tudo assim, muito apertado; e com essa ajuda dela, facilitava muito, porque, � noite, depois do jantar, a gente descansava um pouquinho e depois podia estudar at� a hora que quisesse, porque j� "tava" tudo arrumadinho. O que ela fazia com nossos apontamentos, a gente se completava. (E. 1)

Durante a �poca de est�gios, D. La�s facilitava a perman�ncia das Irm�s em grupo, pois sempre as mantinha unidas por turno de servi�o em hospitais.

O dia das Religiosas come�ava �s quatro horas da manh�, quando acordavam para fazer os exerc�cios da Congrega��o; �s cinco horas e trinta minutos assistiam � Missa e, logo ap�s, tomavam caf� e seguiam de �nibus para o Pavilh�o de Aulas (P.A.), ou para o est�gio.

O uso do h�bito azul e da corneta (esp�cie de chap�u) eram obrigat�rios fora do �mbito hospitalar, sendo, esta �ltima, imprescind�vel em qualquer lugar. No conjunto das vestes, as Irm�s usavam tamb�m uma cota12 que tinha mangas compridas e largas, a saia era de um material pesado, pregueada, que geralmente pesava de tr�s a quatro quilos e que juntamente com a cota quase chegava � altura dos p�s.

O h�bito pesava entre tr�s a cinco quilos conforme a altura da Irm�. (E. 3)

Durante os est�gios em hospitais, a cota era substitu�da por um camis�o branco, de mangas compridas (foto 4) e, nas visitas de sa�de p�blica, as Religiosas dobravam as mangas e colocavam um avental branco.

Apesar das regalias j� citadas, as Irm�s seguiam o Regulamento das alunas e deviam estar presentes em todas as atividades da Escola:

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Foto 4 - Religiosas da Classe 1942 G II25.

... n�s t�nhamos de seguir todo o programa das alunas. Por exemplo, era dia de gin�stica, n�s n�o faz�amos gin�stica mas t�nhamos de ficar em p� assistindo todo o hor�rio da gin�stica (E. 1)

Segundo os depoimentos colhidos, o motivo da escolha da EEAN por parte das Vicentinas deveu-se ao fato de que se tratava de uma escola oficial, j� que a Congrega��o n�o possu�a Religiosas enfermeiras nos hospitais e tinha por objetivo fundar escolas de alto padr�o.

Deste grupo, classe 1942, G II, formaram-se dez Religiosas que foram trabalhar em hospitais e algumas fundaram escolas. A Irm� Elisabeth Cerutti n�o concluiu o Curso, tendo-se afastado, por motivo de doen�a, no dia 16 de setembro de 1940.

D. La�s Netto dos Reys (como citado anteriormente) diplomou as primeiras Religiosas do Brasil, entre as quais encontrava-se Ir. Eug�nia Luna. E por essa raz�o que esta �ltima a considerava "m�e das Irm�s", visto que na Escola Carlos Chagas a diretora era considerada Mestra e M�e que levava sua vida � imita��o de seu Divino Mestre e Pai (Clar�zia, 1963:476).

...era uma venera��o por Dona La�s (E.3)

...ela j� parecia uma pessoa Religiosa (E.1)

D. La�s, por ser uma pessoa t�o bem vista pela comunidade cat�lica, em julho de 1948, foi aclamada Presidente dc Honra durante o II Congresso Nacional de Enfermagem, quando foi eleita a primeira diretoria da Uni�o Cat�lica de Enfermeiras do Brasil (UCEB).

CONSIDERA��ES FINAIS

Os achados da presente pesquisa permitem algumas considera��es que fornecem pistas para posteriores estudos:

 as tr�s primeiras Irm�s ingressaram no curso na gest�o da primeira diretora brasileira, Rachel Haddock Lobo (1931 a 1933), mas n�o chegaram a se diplomar;

 a primeira Religiosa a desistir pediu demiss�o por motivo de sa�de, n�o tendo retornado � Escola Anna Nery, diplomando-se, mais tarde, pela Escola Carlos Chagas; .

 na segunda gest�o de Bertha Pullen, enfermeira norte-americana (1934 a 1938), n�o houve ingresso de Religiosas na Escola Anna Nery;

 em 1939, na gest�o da segunda Diretora brasileira, ingressaram onze Religiosas, das quais, dez se formaram em 1942.

Tais dados evidenciam que, apesar de essas Religiosas declararem ser a profiss�o sublime, nobre e bela, dando-lhes a possibilidade de praticar a caridade, confortando e aliviando os sofrimentos f�sicos e morais, e apesar de terem elas recebido tratamento especial, o cotidiano de uma escola leiga ou n�o atraiu ou n�o favoreceu a perman�ncia de Religiosas no Curso, nem sua dedica��o ao mesmo. Viu-se que o grupo que ingressou em 1939 obteve privil�gios tais como dormit�rio reservado, monitora e capela, que permitiam o cumprimento dos votos religiosos e os estudos na Escola. Constatou-se tamb�m, que a segunda Diretora brasileira teve grande carisma perante a comunidade religiosa, sendo at� eleita "por aclama��o" Presidente de Honra da UCEB em 1948, devendo-se ressaltar que foi durante sua gest�o que se formou a primeira turma com Religiosas no Brasil (1936) e a primeira da EAN (1942). Al�m disso, levanta-se a quest�o da poss�vel interfer�ncia da religi�o protestante, professada pelas enfermeiras da Miss�o, na disposi��o de essas Religiosas cat�licas (1936) e a primeira da EAN (1942). Al�m disso, levanta-se a quest�o da poss�vel interfer�ncia da religi�o protestante, professada pelas enfermeiras da Miss�o, na disposi��o de essas Religiosas cat�licas freq�entarem a Escola no in�cio da d�cada de 30.

REFER�NCIAS BIBLIOGR�FICAS

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3. CLAR�ZIA, Irm� Emilia. Hist�rico da escola de enfermagem Carlos Chagas da faculdade de medicina da Universidade de Minas Gerais. Revista Brasileira de Enfermagem, v.16, n.6, p.472478, dez. 1963.

4. FORJAZ, Marina Vergueiro. Resumo das origens e desenvolvimento das escolas de enfermagem no Brasil: focalizando a interfer�ncia do pensamento cat�lico. Revista Brasileira de Enfermagem, v.12, n.3, p.315-329, set. 1959.

5. NIMO, Cla�dia Cobas, BATALHA, Marianne Cardoso, BARREIRA,leda de Alencar. A influ�ncia da �tica religiosa na forma��o da enfermeira nas d�cadas de 20 e 30. Rio de Janeiro, 1997.

6. NUNES, Maria Jos� Rosado. Freiras no Brasil In: PRIORE, Mary Del. Hist�ria das mulheres no Brasil. S�o Paulo: Contexto, 1997.

7. PINHEIRO, Maria Rosa S. A enfermagem no Brasil e em S�o Paulo. Revista Brasileira de Enfermagem, v.15, n.5, p. 432-478, out. 1'962.

8. SAUTHIER, Jussara. A miss�o de enfermeiras norte-americanas na capital da Rep�blica (1921-1931). UFRJ, 1996. Tese (Doutorado em Hist�ria da Enfermagem) - Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1996.

9. TRIVI�OS, Augusto Nibaldo Silva. Introdu��o � pesquisa em ci�ncias sociais: a pesquisa qualitativa em educa��o. S�o Paulo: Atlas, 1987.

1. Projeto Integrado de Pesquisa CNPq (1997-1999) sob a coordena��o da Professora Doutora Suely de Souza Baptista
2. No presente estudo, entende-se por Religiosa pessoa que, vivendo em comunidade, profere os votos evang�licos de obedi�ncia, castidade e pobreza.
3. Relat�rios narrativos correspondentes aos meses de julho e outubro de 1931, setembro, outubro e dezembro de 1932 e setembro de 1940.
4. Relat�rios das atividades de julho e agosto de 1939.
5. Com a cria��o da atual EEAN em 1923.
6. As Religiosas Vicentinas come�aram a trabalhar na Santa Casa de Miseric�rdia do Rio de Janeiro em 1852 (Forjaz, 1959:317-18).
7. Pr�mio "A L�mpada" concedido pelo NUPHEBRAS por ocasi�o do 5� Pesquisando em Enfermagem, per�odo de 14 a 16 de maio de 1998. Coloca��o I� lugar, categoria estudante.
8. O termo "nightingale" deve-se � apropria��o do sobrenome de Florence Nightingale, enfermeira inglesa, marco da chamada "enfermagem moderna".
9. Clara Louise Kienenger de 1923 a 1925, Loraine Denhhhardt de 1925 a 1928 e Bertha Lucile Pullen de 1928 a 1931.
10. Rachel Haddock Lobo atuara como assistente da Diretora Bertha Pullen, de dezembro de 1929 a 30 de junho de 1931. A matr�cula das tr�s Religiosas deu-se ap�s sua volta dos Estados Unidos, aonde fora aperfei�oar-se em virtude do convite de Ethel Parsons para que dirigisse a EAN (Carvalho, 1976:16).
11. Eram as Religiosas na vida civil, respectivamente, Helena Villac, Herminia da Luz. Pinto e Olma Zayla de Carvalho.
12. Segundo o depoimento de uma Irm�, obtido em entrevista gravada, esta Escola possivelmente foi a Carlos Chagas, em per�odo anterior a 1942, sem que a ela fosse poss�vel precisar a data.

Onde foi a primeira escola de enfermagem no Brasil que recebeu o nome da Escola de Enfermagem de Ana Neri?

A Escola de Enfermagem Anna Nery/EEAN da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, primeira Escola de Enfermagem no Brasil, surgiu no contexto do movimento sanitarista brasileiro do início do século XX, sendo criada pelo Decreto n0 16.300 de 31 de dezembro de 1923, como Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional ...

Qual o estado onde foi criada a primeira escola de enfermagem no Brasil?

O ensino da enfermagem, no Brasil, foi institucionalizado em 1923, com a criação da Escola de Enfermagem Ana Nery e, no estado da Bahia, apenas em 1946 é que se deu a criação da então Escola de Enfermagem da Universidade da Bahia (EEUB), através do Decreto Lei 8.779 de 22 de janeiro de 1946.

Quando surgiu a primeira escola de enfermagem do Brasil?

Com a criação do Decreto Federal 791 de 27 de setembro de 1890, o Governo criou oficialmente a primeira Escola de Enfermagem Brasileira, apresentado em oito artigos, que dispunham sobre o ensino e a prática da assistência de enfermagem no Brasil.

Quem fundou a primeira escola de enfermagem no Brasil é como ocorreu?

Anna Nery, a responsável pela primeira escola de enfermagem do Brasil. Ana Néri nasceu no dia 13 de dezembro de 1814, na vila de Cachoeira do Paraguaçu, Bahia.