A Primeira Revolução Industrial teve início no fim do século XVIII início do século XIX, a partir desse período muita coisa mudou, as tecnologias, as relações de trabalho, o modo de produzir, entre outros. Show Diante desse contexto são observados diversos fatores para a criação e implantação de uma indústria, dentre os principais estão: • Capitais: não é possível instalar e colocar em funcionamento uma indústria sem recursos financeiros, pois são esses que dão subsídio para a construção da edificação, para obter a área, aquisição de equipamentos e máquinas e todos os recursos necessários para o início da produção. • Energia: para a execução da prática industrial é indispensável à utilização de energia para mover as máquinas e equipamentos, ao escolher um local para instalação de um empreendimento é preciso verificar qual fonte enérgica está disponível e a quantidade oferecida, uma vez que essa tem que ter um número abundante, pois o custo de instalação é muito elevado e não pode haver falta de tal recurso no processo produtivo. • Mão-de-obra: além dos itens citados, outro elemento que é de extrema importância nesse processo é a mão-de-obra, pessoas que vendem sua força de trabalho em troca de um salário que deve garantir a manutenção do trabalhador e de sua família, devido a essa dependência humana as indústrias geralmente se encontram estabelecidas em grandes centros urbanos que aglomeram um grande contingente populacional, isso se torna favorável, pois quanto maior a oferta de proletários menores são os salários pagos (lei da oferta e da procura), pois temendo perder os empregos muitos se submetem a receber baixas remunerações. Outro motivo que favorece a implantação de empreendimentos industriais em grandes núcleos urbanos é a existência de trabalhadores com qualificação profissional, pois nas cidades maiores estão os principais centros de difusão de informação e tecnologia como as emissoras de tv, rádio, além de universidades e centros de pesquisas. • Matéria-prima: esse item ocupa um lugar de destaque no processo produtivo, pois é a partir dessa que será agregado um valor correspondente ao resultado do trabalho e automaticamente o lucro da produção. Diante da importância, essa deve permanecer o mais próximo possível, pois quanto mais perto ela se encontra menores serão os custos com o transporte entre a fonte fornecedora e a processadora, esse fato diminui o custo final e garante o aumento da lucratividade que é a intenção e objetivo maior, principalmente se tratando da sociedade capitalista. • Mercado consumidor: a escolha em estabelecer-se próximo aos núcleos urbanos é proveniente da proximidade entre a indústria e os possíveis consumidores em potencial, desse modo evitam grandes gastos com transporte, além de dinamizar o seu fluxo até os centros de distribuição. • Meios de transporte: um sistema de transportes é de extrema valia para a produção e distribuição industrial, nesse caso é preciso que haja uma boa infra-estrutura que possibilite uma logística dinâmica e que atenda a demanda de fluxo de matéria-prima até às indústrias e dessas até o consumidor. A integração de todos os meios de transporte é primordial para o processo de globalização, pois oferece condições de circulação de pessoas, capitais, mercadorias e serviços. léo ramosRodovia dos Bandeirantes, rumo ao interior do estado: expansão do eixo do desenvolvimentoléo ramos O processo de desconcentração industrial no estado de São Paulo, iniciado na década de 1970, alterou profundamente seu mapa e território: a mancha metropolitana da capital se expandiu em direção ao Vale do Paraíba, Sorocaba e às regiões de Campinas e Ribeirão Preto, conglomerados urbanos especializados se formaram ao longo de uma densa malha rodoviária e as cidades médias assumiram a liderança do mercado em seu entorno. “O interior não é mais um espaço plano. Tem ‘relevo’ econômico”, afirma Eliseu Savério Sposito, do Departamento de Geografia da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Presidente Prudente. À frente de um grupo de pesquisadores, Sposito coordenou um projeto que mapeou o movimento e as características do processo de desconcentração da indústria no estado. Eles constataram, por exemplo, que muitas empresas deslocaram fábricas para o interior, mas mantiveram a sede, assim como o seu board, na cidade de São Paulo. Esse divórcio dos processos de gestão e de produção, que Sposito qualifica de “disjunção produtiva”, obedece à “lógica da acumulação capitalista” de reduzir custos de produção que, nos anos 1980, cresciam significativamente na metrópole. Essa lógica, no caso de São Paulo, conferiu um caráter particular à desconcentração industrial. “O processo limitou-se a uma área bem definida e, por extensão, ao território nacional, não se tornando nítida e forte nas cidades médias do oeste do território do estado”, diz Sposito. Os pesquisadores utilizaram informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre outras organizações. Eixos de desenvolvimento Assim, a atual configuração geográfica do estado não descreve um território homogêneo: revela uma Região Metropolitana “transbordada” em direção a quatro regiões administrativas – Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Santos –, que mantém centralidade em relação às demais áreas de produção e de consumo do estado, analisa Maria Encarnação Beltrão Sposito, do departamento de geografia da Unesp de Presidente Prudente. “Essa formação caracteriza uma macrometrópole, se quisermos adotar a ideia de François Ascher para conceituar as novas configurações espaciais de Paris e sua bacia de influência”, diz Maria Encarnação. LUCAS LACAZ RUIZ / FOLHAPRESSLinha de montagem da GM em São José dos Campos, região do Vale do Paraíba: no interior, mas perto da capitalLUCAS LACAZ RUIZ / FOLHAPRESS A nova cartografia se traduz num mapa recortado por eixos de desenvolvimento orientado pela malha rodoviária e infoviária, corredores ferroviá-rios e uma hidrovia, em torno dos quais se aglutinam grandes empresas industriais com acesso ao mercado nacional e global por meio de quatro aeroportos de carga e o porto de Santos. Dinâmica semelhante se reproduz em conglomerados urbanos formados por cidades de porte médio, em que prevalecem pequenas e médias indústrias fornecedoras de mercadorias e de serviços em âmbito local e regional. Articuladas por eixos de desenvolvimento, a macrometrópole e o interior do estado formam o maior e mais diversificado parque industrial do país, com participação de 33% no Produto Interno Bruto Nacional (PIB). Para compreender o novo mapa do território paulista, os pesquisadores investigaram a evolução da indústria em São Paulo à luz do materialismo histórico e seus desdobramentos efetuados a partir das transformações observadas nos séculos XX e XXI. Nessa perspectiva, explicam a desconcentração industrial como resultado da transição de um sistema fordista de produção – baseado na estratégia de linha de montagem e produção em massa, em que é forte a relação entre empresas e território – para um sistema de acumulação flexível do capital –, onde os investimentos não reconhecem fronteiras, e que também norteiam o processo de globalização de empresas. “As necessidades locacionais passam a ser ditadas pelo acesso aos transportes, pelas possibilidades de conexão à internet, aos satélites e às telecomunicações”, afirma Arthur Magon Whitaker, da FCT/Unesp. “As distâncias relativas tornam-se cada vez mais importantes do que as distâncias absolutas”, ele escreveu em Uma discussão sobre o conceito de produção do espaço urbano, que integrará a publicação do grupo. Investimento público A macrometrópole não se diferencia do interior apenas pelo porte das empresas. “A desconcentração industrial se deu em paralelo e simultaneamente à intensificação do adensamento da indústria inovadora na Região Metropolitana de São Paulo e em seu entorno”, afirma Sandra. É aí que se adensam “condições gerais de produção” necessárias ao desenvolvimento de atividades de ponta: universidades, centro de pesquisa, parques tecnológicos e apoio à pesquisa e desenvolvimento (P&D), bem como uma extensa rede de circulação material, de fibra óptica e uma importante concentração de serviços. Em 2010, o estado de São Paulo abrigava 70% das indústrias de alta e média intensidade tecnológica da Região Sudeste. Deste total, 75% se localizavam em duas regiões administrativas, a de São Paulo e a de Campinas, e empregavam 79% do pessoal ocupado na indústria com curso superior. “A capacidade da indústria de ponta de gerar riqueza indica que, no bojo do processo de desconcentração da indústria paulista, o que parecia indicar um caminho para minimizar as disparidades regionais, criou diferenças de outra natureza que mantêm o quadro de desigualdade”, observa Sandra. Distantes da macrometrópole, nas cidades médias predominam empresas de capital local e os setores industriais, de serviços e o comércio se mantêm ligados ao mercado consumidor regional. A distância de São Paulo foi, reconhecidamente, um obstáculo para a diversificação e ampliação do parque industrial, mas induziu o fortalecimento da centralidade dessas cidades, analisa Sposito. “O mercado consumidor local e regional próximo é o principal motivo para a predominância das empresas de micro e pequeno porte em todos os setores da economia.” EDSON SILVA / FOLHAPRESS, FOLHA RIBEIRÃOLinha de produção de calçados para exportação em Franca: maior oferta de empregosEDSON SILVA / FOLHAPRESS, FOLHA RIBEIRÃO Essas empresas, em geral, são constituídas por capital local, empregam mão de obra de baixa qualificação e remuneração e, em sua maioria, oferecem serviços ou mercadorias básicas para um mercado consumidor pouco exigente. “Mas são fundamentais para a economia regional”, destaca. Nas duas maiores cidades do oeste paulista, São José do Rio Preto e Bauru, 90% das empresas são de micro ou pequeno porte. “Nas demais cidades a proporção é próxima de 80%”, diz Sposito. Predominam o comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos, comércio e representação de veículos automotores e motocicletas, varejo de combustíveis e serviços prestados às empresas, alojamento e alimentação, saúde e serviços sociais, segundo a Classificação Nacional da Atividade Econômica. Mesmo assim, outra tendência mostra indício de mudanças: há empresas que, mesmo localizadas em cidades médias ou pequenas, articulam-se diretamente com o exterior, sem a intermediação da metrópole. Em Marília, Araçatuba e Presidente Prudente, a noroeste do estado, destacam-se as atividades relacionadas a agricultura, pecuária e serviços afins. Essa especialização entre cidades deixa nítida a existência de uma rede urbana em que prevalece uma “divisão do trabalho” entre municípios e regiões do estado. “E o centro dessa rede é São Paulo”, insiste Sposito. A especialização das cidades do interior é reforçada por 39 arranjos produtivos locais (APLs) – segundo estatísticas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – que articulam cerca de 120 municípios em todo o estado. O APL da cadeia produtiva de calçados masculinos da região de Franca, por exemplo, reúne mais de 3,7 mil micros, pequenas e médias empresas de cinco municípios, gera 51 mil empregos e produz cerca de 37 milhões de pares de calçados por ano, segundo informações da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo. A indústria calçadista atende ao mercado nacional e é responsável por algo em torno de 3% das exportações de calçados do país. Os negócios da indústria exportadora instalada no interior com o mercado externo prescindem da metrópole: a conexão com o cliente é feita por meio de 30 estações aduaneiras do interior (Eadi) instaladas em todo o estado. Também conhecidas como Porto Seco, as EADIs são um dos terminais diretamente ligados por estrada, via férrea ou área ao ponto de escoamento do produto. A presença da indústria manufatureira do interior na pauta paulista de exportação, no entanto, é pequena: em 2006, apenas 3 das 15 regiões administrativas do estado eram responsáveis por 70% das exportações: São Paulo, Campinas e São José dos Campos. Apenas uma entre as 210 empresas exportadoras de Franca, por exemplo, tinha uma carteira de exportação superior a US$ 100 milhões por ano. Na grande maioria dos casos, as vendas externas não ultrapassavam a casa de US$ 1 milhão por ano.As mesmas estatísticas revelam também que os produtos da agroindústria e os da indústria de alta tecnologia têm participação quase idêntica na pauta de exportação: as vendas de açúcar de cana e de aviões – primeiro e segundo colocados no ranking dos principais setores exportadores, por exemplo – somaram US$ 2,5 bilhões e US$ 2,3 bilhões, respectivamente. Sandra ressalva, no entanto, que do ponto de vista do valor agregado o preço das commodities e produtos de alta tecnologia são díspares: “O valor de uma tonelada de circuito integrado, por exemplo, equivale a 21 mil toneladas de minério”, ela compara. Investimentos públicos Na avaliação de Sposito, a força do interior do estado tem, ainda, raízes históricas. A economia cafeeira, ele lembra, constituiu uma rede de cidades dinâmicas e um mercado consumidor forte, formando uma rede urbana no interior. “Na primeira metade do século XX foi no interior que ocorreu a maior acumulação capitalista. Capitais privados financiaram a construção de galpões, rodovias, ferrovias que posteriormente foram encampados pelo estado.” O mesmo aconteceu com os bancos regionais que ao longo dos últimos 50 anos foram sendo incorporados pelos grandes bancos. No mesmo período, uma parcela de empresas com origem em cidades de interior se metropolizou. O Bradesco, que nasceu em Marília, tem sede em Osasco; a TAM, também criada em Marília, voou para São Paulo, e a rede Eldorado começou em Catanduva antes de se instalar na capital. “A economia de São Paulo não tem um movimento único. Há agentes do interior fundando empresas que se deslocam para São Paulo, ao mesmo tempo que se tem um movimento de empresas em direção ao interior”, conclui Sposito. As três publicações que estão sendo elaboradas pelos integrantes do grupo e o atlas da indústria paulista revelarão o mapa desse intenso movimento. O Projeto Republicar Por que muitas indústrias têm se instalado próximo aos eixos das grandes rodovias do Sudeste?Por causa das grandes quantidades de venda... pois as pessoas querem lugares mais perto para fazer suas compras.
Por que muitas indústrias têm se instalado?Amplo e ativo mercado consumidor – quando um local apresenta um mercado consumidor que, além de numeroso, é bastante ativo e crescente, há um aumento do número de empresas e fábricas que buscam instalar-se nessa região para atender esse mercado e gerar lucros.
Por que a maior parte das indústrias se concentra na área urbana?Outro motivo que favorece a implantação de empreendimentos industriais em grandes núcleos urbanos é a existência de trabalhadores com qualificação profissional, pois nas cidades maiores estão os principais centros de difusão de informação e tecnologia como as emissoras de tv, rádio, além de universidades e centros de ...
Como estão distribuídas as indústrias na Região Sudeste?A distribuição da indústria no Sudeste
Desse modo fica ordenado da seguinte forma: em primeiro lugar a Grande São Paulo, em segundo Rio de Janeiro e terceiro Belo Horizonte, sendo que a primeira e a segunda são as megalópoles brasileiras.
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