Brincar é mais que sinônimo de diversão. A brincadeira na infância é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo dos pequenos. A psicóloga e gerente do Setor de Voluntariado do Hospital Pequeno Príncipe, Rita Lous (CRP Paraná 08/04506), explica que o brincar promove uma interseção entre a realidade e a imaginação, na qual a criança coloca toda sua vivência e seus sentimentos. “É o momento dela se expressar, de conhecer e compreender melhor suas próprias experiências e o mundo”, relata. Show A criança que brinca administra melhor o que acontece na sua vida. No aspecto físico, movimenta o corpo e ganha noções como as de lateralidade e espacialidade. Ao mesmo tempo, ao brincar a criança planeja, constrói, faz cálculos, lida com as regras dos jogos, perde e ganha, recomeça, aprende a respeitar e interagir com os colegas e, assim, desenvolve-se cognitivamente e socialmente. A vivência dessas situações tem influência em longo prazo, pois é um ensaio para a vida adulta. A dimensão afetiva também é central no brincar. Nesses momentos, situações positivas e negativas vividas são representadas simbolicamente na brincadeira. Isso acontece quando a criança dá nome e funções para as coisas, que são diferentes das quais elas têm na realidade, transformando objetos de acordo com suas experiências e sentimentos. “Por isso, brinquedo pode ser qualquer coisa, porque é a criança quem dá sentido ao objeto”, complementa Rita. Descoberta e amadurecimento Ainda com poucos meses de vida, o brincar ajuda o bebê a se perceber enquanto sujeito. A psicóloga do Pequeno Príncipe esclarece que, quando a criança se apega a um objeto ou a um som, ao pedacinho de cabelo da mãe ou dela mesmo, agarra-se a um paninho ou bichinho de pelúcia, ela está brincando. Por meio de representações simbólicas, a brincadeira do bebê o auxilia a descobrir-se como um ser independente da mãe ou de quem cumpre a função materna. Também faz parte desses momentos cantar uma música ou contar uma história, muitas vezes repetidamente, o que ajuda a criança a se tranquilizar e, aos poucos, ampliar a compreensão sobre o que acontece à sua volta. As crianças pequenas podem preferir as brincadeiras mais individuais. À medida que crescem, começam a se socializar com outras crianças e aprender a dividir. Com o passar do tempo, conseguem entender e conviver com as regras dos jogos e brincadeiras. Essas experiências são recheadas de interação, negociação, reconstrução, contribuindo para o seu amadurecimento e desenvolvimento. Brincadeiras clássicas e ao ar livre A brincadeira é essencialmente lúdica, por isso ela é mais importante que o próprio brinquedo. Quem faz o brinquedo é a imaginação da criança, ressalta Rita Lous. Tampinhas de garrafa são enfileiradas ou se tornam prédios nas mãos das crianças. Mesmo os brinquedos prontos podem ganhar outras funções. Essa é riqueza da brincadeira, pois ela acontece a partir da possibilidade dada à criança. Água, areia, barro, tintas, tijolos, cabos de vassoura... são exemplos de materiais que podem ser transformados e trabalhados da maneira que a criança imaginar. Brincar ao ar livre é outra recomendação dos especialistas, sempre que for possível. A psicóloga do Pequeno Príncipe cita a importância do pé na grama, de sentir a terra, sem muita preocupação com a limpeza. O contato com a natureza desperta os sentidos e a criatividade. E as clássicas brincadeiras são boas opções a qualquer tempo e em todos os lugares, como:
Participação da família O papel da família é o de estimular a criança e propiciar os recursos adequados para as brincadeiras. Sempre que possível, a participação do adulto é bem-vinda, pois é um momento de integração com a criança, fator que impacta na qualidade da relação. Porém, os adultos devem estar atentos para não atrapalharem a brincadeira, impondo os seus desejos e expectativas. O adulto precisa saber conviver com o jeito próprio de brincar e criar na infância, respeitando o ponto de vista e a individualidade de cada criança, bem como oportunizar autonomia para que os pequenos conduzam as brincadeiras. “O adulto pode participar com sugestões, apresentando novos desafios, mas sempre dentro daquilo que a criança está propondo”, afirma a psicóloga. Compreender que o brincar é inerente à criança e fundamental para seu desenvolvimento é uma das chaves para que a família seja flexível e propicie a brincadeira em qualquer momento e espaço da casa. A cozinha, a sala de estar e o quarto, por exemplo, podem ser lugares de muita diversão. Um pouco de bagunça faz parte do processo de brincar. Nos momentos de organização dos brinquedos e limpeza do espaço é interessante conversar com a criança para despertar seu interesse em colaborar. Essa tarefa, se realizada de forma lúdica, também pode gerar aprendizado e desenvolver habilidades, responsabilidade e autonomia. À medida que as famílias permitem que a brincadeira aconteça e interagem com qualidade, as crianças têm a oportunidade de se desenvolver de maneira integral, saudável e segura. Para mais informações seguras sobre saúda da criança e do adolescente, siga o Hospital Pequeno Príncipe nas redes sociais: Hospital Pequeno Príncipe, especialista em ser completo! Diretor-técnico: Dr. Donizetti Dimer Giamberardino Filho – CRM Paraná 5647 Porque é importante a criança ter o direito de brincar?BRINCAR, para a criança, é a mais clara expressão de sua realidade, pois é por meio dessa ação que ela desenvolve seu raciocínio lógico, suas habilidades, seus pensamentos e sua criatividade. Além disso, também usa o brincar para se comunicar, se entender e se desenvolver.
Qual o objetivo do direito de brincar?Logo o direito ao brincar ressalta a valorização da infância e como é importante garantir desse processo. Não é a toa que existem Leis para assegurar esse direito, pois é comprovado que o brincar é essencial para o desenvolvimento e aprendizado das crianças, seja ele social, cognitivo, emocional, físico.
Por que o ato de brincar é importante?As brincadeiras têm papel fundamental no processo de aprendizagem na educação infantil. É por meio delas que a criança desenvolve sua criatividade, autonomia e capacidade de reflexão. Elas contribuem para uma formação completa, englobando os âmbitos sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos.
|