Quais as 8 categorias de classificação dos seres vivos?

Unidade 8 – Sistemática dos seres vivos

8.2. Taxonomia e nomenclatura

A taxonomia é o ramo da biologia que trata da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados pela classificação.

A taxonomia é ainda influenciada por Aristóteles e por Lineu, considerado por muitos o pai da Taxonomia.

Com o avanço da ciência e da tecnologia houve um desenvolvimento da Biologia evolutiva e com ele apareceu a Sistemática. A sistemática é um conceito mais abrangente que a própria taxonomia e que engloba os conhecimentos da biologia evolutiva e dados da taxonomia e cujo objetivo é conhecer os relações de parentesco e a história história evolutiva dos seres vivos.

No sistema de classificação e Lineu os seres vivos estavam divididos em dois grandes grupos: animal e vegetal, por sua vez, estes subdividiam-se em categorias cada vez menores (menos abrangentes). As categorias eram: Classes, Ordens, Género e Espécies. É um sistema hierárquico em que cada categoria se engloba numa outra maior até chegar ao Reino. Atualmente utilizam-se mais categorias taxonómicas, também designadas por Taxon ou Taxa. As principais taxas atualmente são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Género e Espécie.

A categoria Domínio, super-reino,  não é  muito utlizado, ainda está envolto nalguma discórdia. Existem 3 domínios: Eubacteria (dominio das bactérias), o Archaea (procariontes que não são bactérias) e o Dominio Eucharia (eucariontes). A categoria Vida, é o super dominio onde se incluem todos os seres vivos - Biota.

A unidade básica da classificação é a espécie e é um conjunto de indivíduos que partilham o mesmo fundo genético que lhes permite cruzarem-se entre si e originar descendência fértil.

As espécies não se cruzam com outras espécies, embora existam espécies muito aparentadas ainda que podem reproduzir-se mas a sua descendência é estéril, que é o caso do cavalo com a burra.

As regras básicas da nomenclatura (atribuição de nomes) surge da necessidade de criar uma nomenclatura universal, pois o nome vulgar de uma determinada espécie num país pode ser completamente diferente noutro e para que todosnos entendamos, há criar normas.

Enquanto que o nome vulgar de um ser vivo pode mudar de lugar para lugar, esse ser vivo tem um nome científico igual em todo o mundo. Existem associações internacionais de taxonomia que oficializam os nomes científicos havendo universalidade na classificação biológica.

Lineu criou uma nomenclatura designada por polinomial, o nome da espécie era demasiado extensa, e em latim. O latim ainda é hoje utilizado dado que é uma língua morta e por essa razão não sofrerá alterações. Lineu considerava estes polinómios como se fossem nomes próprios, capazes de caracterizar cada uma das plantas existentes.

Por exemplo: a Gataria, uma espécie vegetal medicinal, também conhecida pela erva dos gatos, segundo Lineu era:  Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis (Nepeta com flores em uma espiga pedunculada ininterrupta).

O nome era, ao mesmo tempo, a identificação e a descrição da planta.

Hoje, esta planta é conhecida universalmente, segundo as regras atuais de nomenclatura como Nepeta cataria

http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/plantas-medicinais-gataria.html

Lineu criou também a nomenclatura binomial, em que o nome era constituído por duas palavras, a primeira palavra do polinomial e outra que considerava significativa e foi assim, em 1958 na publicação da 10ª edição do seu livro "Systema Naturae" que se começou a utilizar a pela primeira vez. Ainda hoje se utiliza este sistema, embora atualizado pelas comissões internacionais de nomenclatura.

No exemplo anterior
Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis  cataria  - Lineu

Nepeta cataria - atual

A nomenclatura binomial é também referida como Sistema de classificação binomial ou como sistema lineano.

As espécies são identificadas por duas palavras (nomes) latinas ou latinizadas: um nome genérico e um descritor específico. Nenhum outro taxon pode ter nomes compostos por mais de um complemento.

Homo sapiens
As subespécies têm um nome composto por três nomes, colocados pela seguinte ordem: nome genérico, descritor específico e descritor sub específico.

Homo sapiens sapiens
Todos os taxa hierarquicamente superiores à espécie tem nomes compostos por uma única palavra.

Homo (género)
Os nomes científicos devem ser sempre escritos em itálico.  Quando manuscritos, devem ser sempre sublinhados.

Canis familiaris Lin. (Lin é de Lineu)

Quando usado em conjunção com o nome vernáculo da espécie, o nome científico normalmente aparece imediatamente a seguir no texto, incluído em parêntesis.

Em zoologia, o nome da família vem do radical do nome do género mais representativo e ao qual se acrescenta (quase sempre) o sufixo idae.

Lince - Felis lyns o género é Felis + idae = Felidae

Em botânica, o nome da família vem do radical do nome do género mais representativo e ao qual se acrescenta (quase sempre) o sufixo aceae.

Rosa -  o género é Rosa + aceae = Rosaceae

Quando usado em conjunção com o nome popular da espécie, o nome científico normalmente aparece imediatamente a seguir no texto, incluído em parêntesis.

 "A população do pardal doméstico (Passer domesticus) está a decrescer na Europa."

O nome científico deve ser sempre usado por extenso na sua primeira ocorrência no texto e sempre que diversas espécies do mesmo género estiverem a ser discutidas no mesmo documento. Ao ter de utilizar o nome outra vez no documento ,  nome  pode ser abreviadas à inicial do género, seguida de um ponto e do nome específico completo.

Após a primeira referência, Homo sapiens pode ser referido como H. sapiens.

texto adaptado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Nomenclatura_binomial

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