Quais as invenções desse período que auxiliou nas Grandes Navegações europeias?

Instrumentos De Navegação

Quais as invenções desse período que auxiliou nas Grandes Navegações europeias?

Os instrumentos náuticos são uma peça fundamental na arte de navegar. A sua finalidade é basicamente obter a posição da embarcação de modo a permitir uma navegação segura.Modernamente a electrónica, pela sua facilidade e fiabilidade, impôs-se e quase nos faz esquecer o difícil percurso da descoberta e aperfeiçoamento dos instrumentos usados pelos pioneiros. Os problemas que se puseram sobre a latitude e longitude deram um grande impulso ao aperfeiçoamento e descoberta de novos instrumentos.

Ainda hoje há quem tenha de recorrer a essas "relíquias", não só como distracção de bordo, mas também como recurso perante as avarias e falibilidade da moderna aparelhagem.

a) Balestilha

Instrumento usado para medir a altura dos astros (finais do séc. XV) era composto por uma vara de secção quadrada onde deslizava uma outra na perpendicular. Supõe-se que os seus inventores se teriam inspirado no kamal, instrumento de orientação islâmico, conhecido por Vasco da Gama aquando da sua passagem pelo Oceano Índico.

Também a derivação de um outro instrumento do séc.XII, o báculo de Jacob, usado em topografia e agrimensura tem sido discutido. Entre nós só as estrelas eram medidas com este instrumento sendo o Sol tomado com o astrolábio.

É constituida por uma régua de madeira, o virote, de secção quadrada e com três ou quatro palmos de comprimento, na qual se enfia a soalha que corre perpendicularmente ao virote. Para medir a altura de uma estrela visava-se por uma das extremidade do virote através de uma pínula e ajustava-se a soalha de modo que a aresta superior desta coincidisse com a estrela e a outra extremidade com o horizonte do mar.

A leitura da altura do astro era feita no ponto da escala gravada no virote onde a soalha correspondente tinha ficado, isto porque a balestilha tinha três ou quatro soalhas, conforme a altura do astro a medir.

Foi o primeiro instrumento a usar o horizonte do mar e apareceu após o astrolábio e o quadrante. Existe notícia do seu fabrico pelo menos até ao princípio do séc. XIX.

Enquadramento pedagógico:

Distinção entre navegação por rumo e estima e a utilização de técnicas de navegação astronómica.Conhecimento de diferentes tipos de instrumentos de navegação (astrolábio, quadrante, bússula), construção de modelos.

Importância das estrelas e constelações para a navegação (Estrela Polar e Cruzeiro do Sul)

Quais as invenções desse período que auxiliou nas Grandes Navegações europeias?

A barquinha, ou barca, é dos mais antigos aparelhos que se conhece destinados a medir a velocidade de um barco.

Atribui-se esta invenção ao português Bartolomeu Crescêncio, fins do séc.XV princípios do séc.XVI.

Trata-se de um instrumento destinado a medir a velocidade de um barco. Um sector de madeira preso por um cabo que, marcado com nós espaçadamente, deixava-se correr por um determinado período de tempo. Daí o nome de nó atribuído à unidade de velocidade de uma embarcação.

Enquadramento pedagógico:

Noções básicas de velocidade e hidrodinâmica: construção de modelos de barquinha pelos alunos; utilização em maquetas ou em situações reais.

Chamam-se Grandes Navegações as expedições marítimas realizadas por europeus entre os séculos XV e XVI.

Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis, seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses.

Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das técnicas de navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias.

Por fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo importantíssimo naquela época. Deste modo, os europeus também queriam expandir a fé cristã às novas terras.

Resumo da história das grandes navegações

Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a Ásia e a Europa sofreu um abalo. Os produtos que ali chegavam aumentaram de preço devido aos impostos que os turcos passaram a cobrar dos europeus.

Por isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio marítimo, buscaram alternativas para chegar às Índias. Isto vinha ao encontro do projeto de expansão marítima de Portugal e do Reino de Castela. Desta forma, os interesses de distintos grupos voltavam-se para patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico.

A aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira decisiva para a expansão comercial e marítima. Nesta época, os monarcas queriam centralizar o poder, num movimento histórico conhecido como absolutismo.

O rei possuía prestígio, mas pouco poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não poder, nem prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia e a América, e assim alcançar seus objetivos.

Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o Atlântico e sem possibilidade de expandir-se na Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar Oceano.

No início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de navegação, através do estímulo do infante D. Henrique, o Navegador.

Este príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores, cosmógrafos, cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de ensinarem e aprenderem os segredos dos mares.

Além disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a exploração da costa da África.

As grandes navegações portuguesas

O pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma cidade que era um importante entreposto comercial.

Vejamos a cronologia das navegações portuguesas:

  • 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África.
  • 1419 – ocupação da Ilha da Madeira.
  • 1431 – Gonçalo Velho chega aos Açores
  • 1434 – o Cabo do Bojador é superado pelos navegadores
  • 1444 – descoberto o arquipélago de Cabo Verde.
  • 1471 – ocupadas as ilhas de são Tomé e Príncipe
  • 1482 – o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos no território de Angola
  • 1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
  • 1498 – Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia.
  • 1500 – Pedro Álvares Cabral oficializa a existência de terras no sul da América e segue rumo à Ásia, objetivo final da esquadra.
  • 1500 – em 10 de agosto, Diogo Dias encontra a ilha de Madagascar.
  • 1505 – os portugueses assinam um tratado com os governantes do Ceilão (Sri Lanka).
  • 1507 – a ilha de Ormuz (atual Irã) é atacada por Alfonso de Albuquerque
  • 1510 – tomada de Goa por Alfonso de Albuquerque.
  • 1511 – Francisco Serrão aporta em Malaca (Malásia).
  • 1512 – chegada dos portugueses a Timor.
  • 1543 – estabelecida as relações comerciais entre portugueses e japoneses.
  • 1557 – as autoridades chinesas permitem os portugueses a ficarem em Macau.

Veja também: Navegações Portuguesas

As grandes navegações espanholas

O segundo país europeu a se aventurar nas Grandes Navegações foi a Espanha, quase oitenta anos depois de Portugal. As expedições contaram com o apoio, principalmente, de Isabel de Castela.

O navegante Cristóvão Colombo pensava ser possível atingir as Índias por outro caminho a oeste. Para isso, as caravelas deveriam abandonar a rota segura que margeava a costa africana e seguir pelo oceano aberto.

Colombo pediu ajuda aos reis portugueses, mas foi rechaçado. Partiu para o reino de Castela, onde sua ideia foi considerada louca por alguns e, por outros, fantástica. Conseguiu convencer especialmente a rainha de Castela, Isabel I, interessada em expandir seus territórios por mais distantes que fossem.

Em sua primeira viagem, Cristóvão Colombo desembarcou nas Bahamas, acreditando ter alcançado as Índias. Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o navegador Américo Vespúcio confirmou tratar-se de um novo continente. Mesmo assim, até a morte, Colombo sustentava que ele havia atingido o subcontinente indiano.

A seguir, as principais datas das navegações espanholas:

  • 1492 – Cristóvão Colombo descobre a América.
  • 1499 – Alonso Ojeda chega à Venezuela. Nesta expedição está o cartógrafo Américo Vespúcio que explica que àquelas terras são um novo continente.
  • 1500 – Vicente Pinzón navega Amazonas.
  • 1511 – Diogo Velasquez atinge Cuba.
  • 1512 – Ponce de León chega à Flórida.
  • 1513 – Vasco Nunez alcança o Oceano Pacífico.
  • 1516 - Juan Díaz de Solís explora o Rio da Prata.
  • 1519 – Fernão de Magalhães e Sebastián Elcano partem para a primeira viagem de circum-navegação. Magalhães morreria durante a travessia e somente Elcano completaria o feito.
  • 1519 – Fernão Cortez chega ao México.
  • 1521 – Fernão de Magallães toma posse das Filipinas.
  • 1531 – Francisco Pizarro conquista o Peru.
  • 1537 – João Ayolas chega ao Paraguai.
  • 1540 – Pedro de Valdívia descobre o Chile.
  • 1541 – Francisco Orellana explora o rio Amazonas.

Grandes navegações europeias

Devido ao sucesso das expedições portuguesas e castelhanas, outros países tentaram conquistar novos territórios como Inglaterra, França e Holanda.

Depois de algumas expedições de reconhecimento geográfico ao longo do litoral norte-americano, os ingleses só começaram a colonizar a América do Norte no final do século XVI.

Igualmente, durante o reinado da rainha Isabel I, os navegantes ingleses eram estimulados a assaltar os galeões espanhóis que voltavam cheio de metais para a Espanha.

Por sua parte, os franceses, jamais aceitaram a divisão da América, pelo Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal. Por isso, disputaram territórios dominados pelos espanhóis. As investidas pelo Caribe e pelas costas norte-americanas resultaram na posse do Haiti, da Guiana Francesa, do Canadá e da Louisiana.

No século XVI, um grupo de franceses tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, no episódio conhecido como França Antártica.Trouxeram, inclusive, alguns grupos de protestantes que eram perseguidos na França.

Os holandeses chegaram à América no século XVII, e fundaram Nova Amsterdã (atual Nova York), porém seriam expulsos pelos ingleses. Neste mesmo século, invadiram e ocuparam Pernambuco e Bahia, conquistaram o atual Suriname e Curaçao.

No Brasil, seriam rechaçados pelas tropas hispano-portuguesas, mas conseguiriam se estabelecer no Caribe, constituindo as Antilhas Holandesas.

Na Ásia, os holandeses entraram em guerra com os portugueses para ocupar vários territórios que estes possuíam, como Malaca e o Timor.

Veja também: Expansão Marítima Europeia

Consequências das Grandes Navegações

A expansão marítima europeia deixou marcas em todos os continentes.

A Europa percebeu que havia mais povos, línguas e costumes, do que os conhecidos até então. Na maioria das vezes, o encontro de culturas foi repleto de violência.

Nas Américas, a vida dos indígenas nunca mais seria a mesma. Os colonizadores trouxeram consigo uma nova forma de organização econômica, política e social. Desta mistura, sempre desigual, nasceu as sociedades híbridas da América Latina.

A África foi o palco da deportação de milhares de pessoas que foram reduzidas à escravidão. Nas Américas, os negros escravizados aprenderam a se reinventar e misturaram suas crenças e costumes com os alimentos nativos e aqueles oferecidos pelo colonizador.

Os reinos asiáticos permitiram que os europeus se estabelecessem em seu território de maneira restrita. A circulação de europeus só era permitida nos portos e mesmo assim, constantemente vigiados. Isto não impediu que os produtos asiáticos chegassem à Europa e modificassem as modas e a arte daquele momento.

Desta maneira, as consequências das grandes navegações são sentidas até hoje, pois foi este movimento que permitiu a difusão da sociedade europeia nos quatro continentes.

Temos mais textos sobre o assunto para você:

  • Descobrimento do Brasil
  • Américo Vespúcio
  • Escola de Sagres
  • Chegada dos portugueses ao Brasil

Quais as invenções desse período que auxiliou nas Grandes Navegações europeias?

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Quais invenções auxiliaram as grandes navegações?

Quais foram as inovações tecnológicas utilizadas na expansão marítima?.
Bússola..
Astrolábio..
Cartografia..
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Balestilha..
Caravelas..

Quais foram as descobertas feitas no período das navegações?

O resultado das Grandes Navegações foi o “descobrimento” de uma série de novos locais pelos portugueses, como Açores e Madeira (ilhas atlânticas). Esse processo resultou também na chegada dos europeus ao continente americano em 1492.

Quais foram os principais objetivos da expansão marítima europeia?

Seus objetivos eram retomar o comércio direto de especiarias, encontrar novas fontes de metais preciosos e converter populações nativas ao cristianismo.

Quais eram os equipamentos que os navegadores usavam naquela época?

Instrumentos como a ampulheta, a balestilha, o astrolábio, a bússola, o quadrante, etc, há muito tempo conhecidos no oriente, foram, nesse período, bastante divulgados entre os europeus e aperfeiçoados por eles.