Arquivo da tag: Europa15/01/2016 · 21:08 Show
Novas tentativas de relativizar os efeitos da escravidão africana na formação de sociedades contemporâneas da AméricaTenho constatado com muita preocupação o aparecimento de muitas pessoas que, tomando como base péssimos livros de “história”, opiniões de Olavo de Carvalho e outros tantos vídeos mal intencionados divulgados pela Internet, buscam minimizar os efeitos nefastos que a escravidão africana legou à formação de sociedades contemporâneas na América. Para isso, utilizam basicamente três argumentos:
O objetivo de quem usa esse tipo de argumentação é claro, buscam, sobretudo, deslegitimar políticas de ações afirmativas movidas pelo Estado que visam corrigir desigualdades atuais cujas raízes remontam ao sistema escravista europeu. Ao fim de suas argumentações, quase sempre concluem acusando os afrodescendentes de serem “vitimistas” ou “coitadistas” que buscam tirar vantagens a partir da história de sofrimento de seus antepassados. Pois bem, para não cairmos nessas falácias e argumentações rasas, considero que seja bastante importante dar um pouco mais de atenção a este assunto por aqui, pois percebi que ainda hoje há uma série de pessoas com muitas dúvidas na cabeça em relação ao tema. Em primeiro lugar, e acho que nem precisaria dizer isso aqui, mas há quem questione quando não vê isso explícito em meus textos. Não estou discutindo a moralidade da escravidão, isto é, se a escravidão negra foi moralmente pior do que a branca ou vice-versa, nem tentando argumentar qual foi mais repugnante que a outra. Não se trata disso. Do ponto de vista moral e, sobretudo, por eu ser um homem da virada do século XX para o XXI, é evidente que eu julgo qualquer tipo de escravidão condenável. No entanto, a discussão a seguir é sobre os efeitos que o histórico da escravidão africana legou à conformação de sociedades americanas tais como o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, e não qual escravidão é pior ou melhor que outra. Em seguida, é preciso lembrar que a escravidão existe desde a antiguidade, podendo ser observada na formação das diferentes sociedades do mundo antigo como os hititas, os babilônios, os egípcios, os gregos e os romanos, por exemplo. No entanto, a forma de escravização do mundo antigo estava relacionada com as guerras e batalhas que essas sociedades moviam umas contra as outras. Os indivíduos que fossem capturados em batalha, bem como mulheres e crianças presos após uma guerra, eram escravizados pelos vencedores. Não havia, por assim dizer, uma busca continuada por escravos em um determinado lugar para oferecê-los em um mercado e comercializá-los para servirem de mão-de-obra em outro. Portanto, assim como existia no mundo antigo na Europa e no Oriente Médio, a escravidão também existia na África e na América mesmo antes dos europeus haverem chegado nesses continentes. Populações desses locais também moviam guerras contra seus inimigos e, aqueles que fossem capturados em batalhas, eram escravizados e obrigados a realizar trabalhos forçados, quando não fossem sacrificados em algum ritual religioso. No entanto, com a chegada do europeu nos continentes africano e americano no decorrer do século XV, a escravidão mudará completamente de feição. Tanto que os historiadores passam a denominá-la de escravidão moderna para diferenciá-la do modelo antigo de escravidão praticado antes dela. Com a descoberta de ouro e prata na América e o início da colonização europeia no continente, que trouxe consigo as grandes plantações de cana-de-açúcar, tabaco e outros produtos para abastecer o mercado europeu, logo se viu que seria necessário o emprego de grande número de mão-de-obra. Embora alguns nativos do continente americano tenham trabalhado, compulsoriamente ou não, nesses empreendimentos europeus, a demanda pelos produtos americanos eram tão grandes, sobretudo a de ouro e prata, que exigia o emprego cada vez maior de mão-de-obra. Como se sabe, a solução encontrada foi o emprego de escravos que, aprisionados na África, eram transplantados para a América a fim de trabalharem nas minas e plantações. A seguir, o mapa com as principais rotas do tráfico negreiro entre os séculos XVI e XIX. Principais rotas do tráfico negreiro entre séculos XVI e XIX. Aqui é importante lembrar que a Igreja Católica teve um papel fundamental na determinação de que o escravo empregado nos trabalhos na América fossem africanos, uma vez que ela proibia a escravização de indígenas por considerar que esses grupos ainda não conheciam o cristianismo e deveriam ter a oportunidade de se catequizar. Por outro lado, a escravização dos africanos era justificada pela Igreja como um castigo divino, uma vez que os diversos povos daquele continente já havia travado contato com o cristianismo e, ainda assim, preferiam manter suas religiões politeístas ou o islamismo. Vê-se, desta forma, que a escravidão moderna tinha três aspectos que lhe são bastante característicos:
Analisadas em conjunto essas características revelam a existência de um verdadeiro sistema escravista que nos permite compreender a razão de mais de 12 milhões de africanos terem sido violentamente aprisionados, escravizados e trasladados para outros continentes: o acúmulo de riquezas na Europa. A escravidão moderna, portanto, é apenas uma engrenagem de um sistema muito mais amplo cujo principal fim era garantir o enriquecimento das monarquias europeias e dos muitos envolvidos nas atividades de exploração e colonização do continente americano. Com isso em mente, podemos voltar à questão que deu origem a este post, isto é, o fato de algumas pessoas pretenderem minimizar os efeitos da escravidão africana na conformação de sociedades contemporâneas, tais como o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, argumentando que já havia escravidão na África muito antes de os europeus chegarem ao continente; que mesmo durante os séculos XV e XIX eram os próprios africanos quem aprisionavam os escravos para comercializá-los aos europeus e, por fim, que norte-africanos também escravizaram europeus por séculos, fazendo-os trabalhar compulsoriamente no norte da África. Ora, como vimos, a escravidão antiga difere grandemente da escravidão moderna, de modo que alegar que já havia escravidão na África antes de os europeus chegarem ao continente, não diminui o fato de que o sistema escravista criado pelos europeus a partir do século XV foi o responsável pela transposição dos milhões de africanos para o continente africano e, em decorrência disso, pelas consequências do escravismo na formação das distintas sociedades americanas onde houve uso em grande escala de mão-de-obra africana. Mesmo a escravidão promovida pela expansão muçulmana sobre a Península Ibérica, por exemplo, pode ser classificada como uma escravidão de tipo antigo, uma vez que os europeus escravizados eram os indivíduos capturados após terem sido derrotados em batalhas, para não mencionar a existência de um mercado escravista. Quanto à segunda argumentação, o fato dos próprios africanos irem ao interior do continente para aprisionar e, posteriormente, comercializar os prisioneiros como escravos aos europeus, ela apenas indica mais um agravante do sistema escravista criado pelos europeus que, ao entrar em vigor, transformou o modo de escravidão antiga que existia na África, para atender suas demandas e interesses. É a existência do mercado transatlântico de escravos que demanda a necessidade crescente de mão-de-obra e, por conseguinte, a busca de novos escravos no interior do continente africano. Se antes da chegada do europeu os escravos eram apenas aqueles que eram capturados nas batalhas constantes entre os diversos grupos que viviam na região, agora a captura de pessoas buscava, sobretudo, atender ao mercado negreiro. Por fim, quanto a última argumentação, a de que norte-africanos muçulmanos escravizaram europeus por cerca de três séculos, uma vez mais se faz necessário comparar os modelos de escravidão empregados pelos norte-africanos e pelos europeus. No caso dos primeiros, trata-se de corsários que capturavam embarcações no Mar Mediterrâneo e aprisionavam suas tripulações, levando-as como escravos para trabalharem onde atualmente se encontram o Marrocos, a Líbia, a Tunísia e a Argélia. Outra forma de se obter escravos eram os ataques surpresas movidos a cidades europeias localizadas nas costas do Mediterrâneo ou do Atlântico, capturando centenas de pessoas que tinham o mesmo destino das anteriores. Recentemente, Robert Davis, um historiador que estuda o tema levantou uma estimativa, bastante incerta, de que cerca de um milhão de europeus possam ter sido escravizados por norte-africanos entre os séculos XVI e XVIII (ver matéria sobre o assunto publicado na Folha e no The Guardian). No entanto, esses corsários não atacavam apenas europeus, mas também eslavos e africanos da costa oeste, o que torna os números reais de europeus ocidentais escravizados bastante controverso. Independentemente disso, deve-se considerar que no caso da escravidão promovida por norte-africanos:
Tais características acabaram por determinar não apenas um número bastante menor de escravos europeus levados para o norte da África, mas também não teve consequências significativas para a formação de sociedades contemporâneas quer na África, quer na Europa Ocidental, ao contrário do que ocorreu no caso África – América. Assim, quando argumentar que os africanos escravizaram europeus buscando minimizar os efeitos da escravidão africana em sociedades contemporâneas na América você sempre poderá contestar perguntado:
As respostas a essas perguntas, evidentemente, serão dois “nãos”, o que nos ajuda a concluir facilmente que erra quem pretende minimizar os efeitos da escravidão africana em sociedades americanas contemporâneas argumentando que os africanos escravizaram europeus, já que os modelos de escravidão empregados por europeus e norte-africanos eram bem distintos e, como não podia deixar de ser, os efeitos da escravidão promovida por estes últimos é pouco significativa se comparada aos efeitos da escravização europeia que, ainda hoje, marcam profundamente a vida de afrodescendentes nascidos na América. Espero que esse post possa ter contribuído para esclarecer algumas dúvidas em relação aos modelos de escravidão empregados na antiguidade e na época moderna, bem como possa ajudar a refletir quando alguém pretender minimizar os efeitos da escravidão africana na formação de sociedades americanas contemporâneas argumentando a ocorrência de escravidão de europeus e que eram os próprios africanos que escravizavam os africanos. Como disse o poeta, diplomata e historiador Alberto da Costa e Silva, em entrevista à BBC Brasil, penso que…
Para concluir gostaria de deixar um vídeo que preparei como material complementar às minhas aulas de escravidão africana no ensino fundamental e médio. Já havia preparado um post sobre este material aqui, mas entendo ser pertinente deixar o vídeo aqui também. Arquivado em Educção, Política Marcado como América, Antigos,
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Europa, Modernos, Pretos 18/01/2015 · 00:18 Batalha se aproximando na EuropaIluminura francesa, ca. 1120. O monge Pedro, o Eremita, em cruzada montado em um burro.Imagem: Wikicommons. O texto a seguir é de autoria de John Feffer e foi publicado originalmente nesta última quarta-feira (14), no portal Foreign Policy in Focus. A missão deste site é divulgar e conectar os textos e ações de mais de 600 acadêmicos e ativistas espalhados pelo mundo. Na sexta-feira (16), Vinicius Gomes traduziu e a Revista Fórum publicou a versão em português que o Hum Historiador repercute aqui, na íntegra, para seus leitores. UMA NOVA CRUZADA NA EUROPA? Uma batalha se aproxima pela alma da Europa e a extrema-direita está marchando como se estivesse em 1099. Por isso é necessário resistir chamar de “combatentes” os assassinos de Paris e de “defensores da civilização ocidental” os cartunistas da Charlie Hebdo. Na primeira Cruzada, a caminho da luta contra os infiéis muçulmanos em Jerusalém, os peregrinos armados fizeram entre si uma pergunta provocativa: por que devemos rumar tão longe para matar pessoas que mal conhecemos, quando nós podemos simplesmente massacrar infiéis mais próximos de casa. E assim os cruzados do século XI entraram em alguns dos primeiros pogroms na Europa contra os judeus. Esses ataques de fúria antisemitas no coração do continente contavam com a vantagem de ajudar no financiamento da primeira Cruzada, uma vez que os peregrinos se apropriavam da riqueza dos judeus que eles matavam. Imagem elaborada para representar a Primeira Cruzada. A Europa está mais uma vez testemunhando o efeito colateral dos conflitos no Oriente Médio. Extremistas que estão envolvidos em modernas cruzadas na região – ou se frustraram em fazer a jornada ao Iraque e à Síria – fizeram a si mesmos uma pergunta muito similar àquela de suas contrapartes do século XI: por que não matar infiéis que estão logo ali do que um infiel tão distante? A questão é tão horrenda hoje quanto foi mais de 900 anos atrás – assim como o é sua resposta, como o mundo testemunhou semana passada na redação da revista Charlie Hebdo e do mercado kosher em Paris. Em ambos os casos, os cruzados acreditam que suas ações eram de importância mundial e histórica. No século XI, foi o papa Urbano II que fez o chamado às armas, transformando sedentários cristãos em predadores globais. Hoje, são tipos como Estado Islâmico e al-Qaeda que estão pedindo que seus seguidores matem os hereges. Mas, assim como os pogroms iniciais, assim como o massacre de 2011 por Anders Breivik na Noruega ou os assassinatos étnicos em série de turcos na Alemanha, por neonazistas entre 2000 e 2007, as recentes atrocidades na França não são nada além de atos criminosos. Isso não é, em outras palavras, um duelo entre as forças da iluminação e as forças da barbárie. Precisa-se resistir à tentação de conferir o status de combatentes aos assassinos, assim como o status de defensores da civilização ao Charlie Hebdo. A verdadeira batalha Essas matanças podem não constituir uma guerra, mas elas apontam um profundo conflito dentro da Europa. Esse conflito não é sobre qual religião é a única e verdadeira religião. É sobre a própria identidade do continente. No século XI, o que animou os cruzados não foi apenas o status de Jerusálem, mas também o temor de que o islã desembarcasse nas praias da Europa – na realidade, os muçulmanos já tinham um pé firme na península ibérica. Hoje, um medo semelhante anima os islamofóbicos e os detratores da imigração na Europa. Eles temem que sua velha visão de uma Europa cristã predominantemente branca – com fronteiras claras definindo quem é francês, quem é alemão e que não pertence à aconchegante cultura da “civilização ocidental” – esteja rapidamente desaparecendo. Eles desaprovam tanto a eliminação das fronteiras internas para maior integração europeia, assim como as transformações demográficas por conta da imigração. Eles lutam desesperadamente para preservar a herança cristã do continente. Mas a Europa de seus sonhos, considerando que ela alguma vez sequer existiu de verdade, já virou passado. A imigração na Europa não é nada novo, claro, particularmente depois da Segunda Guerra Mundial. As conexões coloniais diversificaram o continente com indonésios indo para a Holanda, argelinos para a França e caribenhos para o Reino Unido. Durante a falta de mão-de-obra nas décadas de 1960 e 70, trabalhadores de fora vindo dos Bálcãs, Turquia e Norte da África choviam em países como Alemanha e Suíça, que possuíam pouca ou nenhuma conexão colonial. Muitos desses trabalhadores voltaram para seus países, mas alguns ficaram, começaram famílias e criaram um multiculturalismo ao pé da letra. Essas mudanças deram ignição à primeira onda do sentimento anti-imigração. Em 1968, Enoch Powell realizou seu discurso infame sobre “rios de sangue” aos conservadores britânicos, onde ele previu um futuro de violência por conta do fluxo de imigrantes vindos das antigas colônias. A Frente Nacional começou a mobilizar esse sentimento na França no começo da década de 1970, assim como o xenofóbico Partido Republicano na Alemanha, em 1983. Apesar de os “rios de sangue” de Powell não terem vingado, a semente de anti-imigração na política europeia foi crescendo cada vez mais virulenta e a Europa continuou a mudar. As guerras na era pós-Guerra Fria – na Bósnia, Kosovo, Norte da África e no Oriente Médio – levaram para dentro do continente refugiados e migrantes, assim como as perspectivas de uma Europa unificada atraíram pessoas do mundo inteiro. As mudanças demográficas na Europa na última década têm sido dramáticas: de acordo com o censo populacional da ONU, entre 2005 e 2013, a população imigrante na Suíça saltou de 22,9% para 28,9%; na Espanha foi de 10,7% para 13,8%; na Itália, 4,2% para 9,8%; na Suécia, 12,3% para 15,9%; na Dinamarca, 7,2% para 9,9%; na Finlândia, 2,9% para 5,4%; e no Reino Unido, de 8,9% para 12,4%. Tais aumentos tão rápidos e em tão curtos períodos de tempo criaram uma ansiedade em populações que não consideram que seus países sejam “sociedades imigrantes”, como Estados Unidos ou Austrália. Uma islamofobia de conveniência No interior da Alemanha, a organização Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente (Pediga, sigla em alemão) provou-se ser enormemente popular e um constrangimento para os políticos alemães no alto escalão. Essa semana, os organizadores do Pegida realizaram uma marcha em Dresden, na esteira das mortes em Paris, e atraíram 25 mil pessoas apesar dos pedidos da chanceler alemã Angela Merkel e outras figuras políticas para que as pessoas ficassem em casa. Apesar de uma contra-demonstração contra o Pegida, também em Dresden, ter atraído 35 mil pessoas, a organização xenofóbica está ganhando força com mais marchas planejadas em outras cidades da Alemanha e até mesmo em outros países. Sem surpresa alguma, dada sua mensagem anti-imigração e anti-muçulmana, o grupo atraiu um grupo hardcore de extremistas associados a clubes de futebol e gangues de motoqueiros, mas não se engane: o sentimento anti-imigração e islamofóbico é muito popular até mesmo entre os elementos pretensamente respeitáveis na Alemanha. Na Inglaterra, enquanto isso, o fervor anti-imigração catapultou o Partido da Independência do Reino Unido (Ukip, sigla em inglês) para o terceiro lugar nas últimas eleições. Na esteira das tragédias na França, o líder da sigla, Nigel Farage, falou de uma “quinta coluna” dentro dos países europeus “que tem nossos passaportes, [mas] nos odeiam” – um sentimento que aumentou e muito sua popularidade. Obviamente, Farage é sempre justo em sua xenofobia: no ano passado, quando novas regulações trabalhistas foram aprovadas, dando o direito aos cidadãos da Romênia de trabalhar em qualquer lugar na União Europeia, ele disse que “qualquer pessoa normal e razoável teria perfeitamente o direito de ficar preocupado se um grupo de romenos se mudar para a casa ao lado”. Mas a organização que melhor se posicionou para surfar na onda islamofóbica que está engolindo a França é a Frente Nacional. Antes dos recentes assassinatos em Paris, Marine Le Pen já liderava algumas pesquisas para as eleições presidenciais em 2017, e seu partido estava no topo das intenções de votos para eleições locais, agora em março. Le Pen clamou por uma reinstituição de controle de fronteiras e da pena de morte, o que faria a França destoar do resto da Europa. Ela é o rosto do novo extremismo: suficientemente liberal em alguns tópicos (divorciada, pró-aborto), mas tão agressivamente intolerante quanto seus predecessores, como método para encantar sua base. A islamofobia desses movimentos de extrema-direita é, por muitos motivos, acidental. Eles trafegam em um sentimento anti-islâmico porque é popular e mais palatável do que, por exemplo, o racismo e a xenofobia. É temporada de caça e intolerância aos muçulmanos, porém, essa islamofobia é apenas a ponta da lança – o verdadeiro desejo da extrema-direita é manter fora da Europa todo e qualquer tipo de imigrante. Evitando os rios de sangue A primeira Cruzada “libertou” Jerusalém em 1099 em um grande banho de sangue, com os cruzados trucidando tanto muçulmanos quanto judeus, na cidade sagrada. Foi a primeira de meia dúzia de cruzadas que atravessou a Europa e os próximos dois séculos. As vítimas dos últimos cruzados incluíram pagãos, cristãos ortodoxos, hereges albigenses e, até mesmo, durante a quarta Cruzada, a população católica de Zara, onde hoje é a Croácia. O ciclo de violência iniciada pelo chamado religioso às armas do papa Urbano II ceifou vidas de todos os credos e produziu também grande parte da violência de europeus contra europeus. Extremistas de todos os lados adorariam ver o retorno das Cruzadas. O Estado Islâmico e fragmentos da al-Qaeda gostariam de ver rios de sangue nas ruas da Europa, e a extrema-direita acredita que uma guerra ampla e sem fim contra um inimigo como esse é um caminho para o poder político – uma vez no poder, eles irão ter o seu próprio 11 de Setembro para assim acabar com a integração europeia, levantar um enorme muro ao redor do continente e começar as deportações. Esqueça essa falsa propaganda de Ocidente versus Islamismo. Isso é historicamente e conceitualmente incorreto. Os dois estão basicamente do mesmo lado contra os crimes do radicalismo. A verdadeira batalha é pela alma da Europa e a extrema-direita está marchando como se estivesse em 1099. John Feffer é co-diretor do Foreign Policy In Focus no Instituto de Estudos Políticos. Autor de vários livros e numerosos artigos. Já há algum tempo é Writing Fellow na Biblioteca Provisions em Washington, DC e também PanTech fellow em Estudos Coreanos na Universidade de Stanford. Também foi editor associado do World Policy Journal e vem trabalhando como representante de assuntos internacionais na Europa Oriental e Ásia Oriental para o American Friends Service Committee. Arquivado em Opinião, Política, Racismo, Revista Marcado como Charlie Hebdo, Cruzada, Europa,
Islamofobia, Israel, Palestina, Racismo,
Religião, Terrorismo, Xenofobia 09/01/2014 · 13:19 OTAN derruba regimes na África e no Oriente Médio para ter o Mediterrâneo sob seu total controleA notícia é velha, mas ainda é muito importante que todos tenham em mente. Mais além do que as causas noticiadas que buscam explicar as quedas de regimes ocorridas no norte da África e no Oriente Médio nos últimos anos, há também os muitos interesses econômicos e geopolítico de diferentes agentes nessa região (OTAN, EUA, França, Reino Unido), coisa que muito pouca gente menciona ao se referir às quedas dos regimes de Hosni Mubarack, no Egito, Muammar Gaddafi, na Líbia, ou de tudo o que ainda está ocorrendo para que o ditador Basshar al-Assad deixe o poder na Síria. Não se trata de concordar ou não com o regime desses ditadores enquanto estavam/estão no poder, mas sim de deixar claro outros interesses que movem forças da OTAN/EUA para auxiliar a queda desses governos na região. Sobre esse assunto, decidi repercutir por aqui a notícia abaixo, que foi publicada originalmente em 24 de novembro de 2011 no Asia Times Online (em inglês), por Pepe Escobar, dias depois republicada no Blog do Sorrentino sob o título “O Mediterrâneo será um Lago da OTAN” (em português). A ESTRADA PEDREGOSA PARA DAMASCO A pergunta de um trilhão de dólares no “Inverno Árabe” é quem piscará primeiro no roteiro do Ocidente para esgueirar-se até Teerã via Damasco.
Pepe Escobar, nascido no Brasil, é o correspondente itinerante do Asia Times, portal de notícias baseado em Hong Kong/Tailândia. Também é analista do portal de notícias baseado em Toronto/Washington, The Real News. Arquivado em Internet, Jornais, Política, Revistas Marcado como Damasco, EUA, Europa, Líbia,
Mediterrâneo, Oriente Médio, OTAN, Rússia, Reino
Unido, Síria, UK 04/01/2014 · 14:16 Membros do Parlamento Europeu clamam por apoio projeto de Renda Básica IncondicionalUm amigo alemão (Peter) chamou minha atenção para uma iniciativa que está rolando na União Europeia desde o ano passado e que já conseguiu o apoio de 34 membros do Parlamento. Trata-se da Renda Básica Incondicional, aqui também conhecida como Renda de Cidadania ou Renda Básica Cidadã, que ficou conhecida pelos esforços do Senador Eduardo Supplicy (PT/SP) em implantá-la, ainda que em caráter experimental, em algumas localidades do Brasil. Fui ler o site do grupo que promove a iniciativa, e vi que há uma petição que visa colher 1 milhão de assinaturas para que a Comissão Europeia possa avaliar o projeto e colocá-lo em discussão. Embora seja favorável a projeto de programas de renda de cidadania, como essa proposta pela iniciativa europeia, não posso deixar de preocupar-me com o fato de que, para receber a renda, o indivíduo precisa ser um cidadão europeu legalizado para receber o benefício. Tais programas, portanto, tendem a distribuir melhor a renda, é verdade, mas certamente deverá aumentar o controle sobre os imigrantes não europeus que vivem clandestinamente em algum dos países da União Europeia. Não cabe dúvida, ao menos para mim, que o programa pode abrir espaço para o agravamento de práticas xenofóbicas, especialmente em países onde as taxas de desempregos estão altas. Cabe destacar, também, a maioria esmagadora de parlamentares ligado aos Partidos Verdes através da Europa, e a quase ausência de parlamentares da esquerda, em especial, na França e no Reino Unido. Vou pesquisar para verificar a posição desses partidos em relação à iniciativa dos Cidadãos Europeus. Abaixo, o Hum Historiador preparou uma tradução livre de um dos textos publicados na página do portal da Iniciativa de Cidadãos Europeus pela Renda Básica Incondicional dando conta do apoio que o projeto recebeu de membros do Parlamento Europeu. 34 MEMBROS DO PARLAMENTO EUROPEU APELAM POR APOIO AO PROJETO DA INICIATIVA DE CIDADÃOS EUROPEUS PELA RENDA BÁSICA INCONDICIONAL No último dia 28 de novembro, 29 membros do Parlamento Europeu, originários de 12 países diferentes, lançaram uma declaração conjunta (pdf em inglês) expressando seu apoio à Iniciativa de Cidadãos Europeus (ICE) pela Renda Básica Incondicional (RBI). Essa declaração apela à Comissão Europeia que avalie a ideia de reformar o regime de seguridade social nacional atual para uma renda básica incondicional. MAIS SOBRE O ASSUNTO PUBLICADO EM HUM HISTORIADOR
03/07/2013 · 21:01 Governo brasileiro expressa repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo MoralesNesta quarta-feira (3) a presidenta Dilma Rousseff emitiu nota referente ao constrangimento imposto ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que teve seu avião presidencial impedido de voar sobre o espaço aéreo de alguns países europeus. Presidenta Dilma Rousseff Segundo a nota, o constrangimento não atinge somente a Bolívia, mas a toda América Latina, comprometendo o diálogo entre os continentes e possíveis negociações entre eles. Dilma ainda afirma que encaminhará iniciativas em todas as instâncias multilaterais para que situações como essa nunca se repitam. Como noticiou nesta quarta-feira o jornal O Estado de S.Paulo, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou que o avião de Morales foi proibido de aterrissar em Portugal para uma escala e impedido de entrar no espaço aéreo francês em razão da desconfiança de que o ex-agente americano Edward Snowden estivesse a bordo. O incidente ocorreu após Evo declarar, na Rússia, estar disposto a avaliar um pedido de asilo feito pelo fugitivo. A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) deve fazer uma reunião extraordinária nesta quinta-feira, 4, para tratar do assunto. Abaixo segue a íntegra da nota tal como divulgada pelo Blog do Planalto.
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Itália, Portugal, Relações Internacionais 23/10/2012 · 03:48 Na contramão: terá a Islândia algo a nos ensinar?Localizada no norte da Europa, a Islândia é uma ilha de gelo e vulcões, com pouco mais de 320 mil habitantes e que ficou mundialmente conhecida por ser o país de origem da cantora Bjork. Contudo, em 2008, ganhou os holofotes de todo o mundo por seu sistema bancário ter sido o primeiro a entrar em colapso, levando consigo a economia do país e, antes mesmo do fim daquele ano, fazendo com que 6 mil pessoas lotassem a praça do Parlamento, em Reykjavík, para exigir a renúncia do governo. Era o começo da grande crise econômica que assolaria a Europa. Passados quase quatro anos, em fevereiro de 2012, a Revista Piauí trouxe uma grande reportagem (a ilha-laboratório), assinada por João Moreira Salles, destacando como a Islândia passou a ser considerada um exemplo por economistas e organismos internacionais por ter conseguido sair do colapso financeiro devastador em que esteve através de medidas que contrariavam as recomendações de organismos europeus.Nos últimos dez meses que separam fevereiro de outubro, mais novidades chegam da Islândia. Desta vez, as notícias são bastante positivas. Hoje, o professor Vladimir Safatle publicou em sua coluna semanal na Folha de S. Paulo, algumas considerações sobre como o povo desta ilha se organizou a partir da crise de 2008 e, desde então, decidiram tomar o poder em suas mãos, chegando ao extremo de, neste último fim de semana, ter aprovado uma nova Constituição para o país, carta esta que foi escrita por 25 pessoas comuns, tendo sido debatida e comentada através das redes sociais. Vejam a reprodução da coluna do professor Safatle abaixo:
Gostaria de concluir tal como provocou João Moreira Salles em sua excelente reportagem na Piauí, “na iminência da derrocada do projeto Europeu, será mesmo que este país tem alguma coisa a nos ensinar?” 09/04/2012 · 17:00 Balada triste para violoncelo e câmara escuraNa última quinta-feira, dia 05/04, publiquei o post O Emblemático Suicídio de Dimitris Christoulas na Grécia, dando notícia desta triste morte ocasionada pela crise financeira pela qual a Grécia vem passando desde 2008. O post foi bastante visitado desde então e alguns leitores deixaram seus comentários. Sempre fico contente quando um post tem bastante comentários, pois o texto foi bastante lido e tocou algumas pessoas de tal maneira que elas decidiram compartilhar suas opiniões ali.Um dos comentários deste post acabou sendo bastante especial, para mim, pois veio em forma de poema. A colega Renata Requião, movida pelo suicídio de Dimitris Christoulas, compôs um poema e pediu-me para que o divulgasse por aqui no blog. Eu achei o poema tão bonito e tão pertinente, que aceitei imediatamente. Então, sem mais delongas, segue o lindo poema de Renata Requião. Balada triste para violoncelo e câmara escura . no futuro imaginado / previsto ao pé de uma árvore na Praça Syntagma [o nome grego Πλατεία Συντάγματος significa Praça da Constituição] na zona do euro no centro de Atenas [em frente ao Parlamento Helênico grego parlatório contemporâneo origem de nossa civilização – lugar de nossa constituição], aos olhos de quem passa, jaz ainda o corpo de um homem. . morto aos 77 anos – suicidado pela sociedade – com um bilhete no bolso e uma bala na cabeça: Dimitris Christoulas, consagra seu nome à vida sem sentidos. “única forma com um final digno, já que, homens, não comemos lixo”, caligrafa essas palavras num pequeno papel, o farmacêutico que por anos vendera remédios, quando remédios faziam efeito. . Que em Syntagma (quereria poder desejar: que mesmo sem palavras, e que em lugar nenhum!) não nos habituemos à morte, não nos habituemos à perda dos sentidos. . Μακάρι να μη φφγεις. Μακάρι να μείνεις Κι άλλο. Μακάρι. Μακάρι να. Μακάρι να. Macapi va: só vejo o túnel. Macapi va: tudo é legível. Aqui faço. Macapi. Macapi va. Macapi va. . ………………………………………………….. O meu desejo, Macapi, é de que não partissem. Já que não conseguimos de nada saber. Macapi va. Que permaneçamos. . renata requião Laranjal, sul do Brasil, início do outono, em 2012 05/04/2012 · 04:36 O emblemático suicídio de Dimitris Christoulas na Grécia
Corpo de Dimitris Christoulas na praça Syntagma, na Grécia, pouco antes de ser removido pelas autoridades. O texto reproduzido acima é a nota de suicídio de Dimitris Christoulas, um farmacêutico grego aposentado, de 77 anos de idade, que pôs fim à própria vida ontem na praça Syntagma, sob uma árvore nas proximidades do parlamento grego. Segundo informaram algumas testemunhas, Christoulas ainda teria berrado “não quero deixar dívidas aos meus filhos” antes de desferir um tiro contra sua própria cabeça. Vale dizer que o Tsolakoglou, a quem se refere em sua nota suicida, foi o primeiro ministro grego que, em 1941, permitiu a entrada das forças nazistas na Grécia. Para Christoulas, o atual governo grego se assemelha ao de Tsolakoglou, já que sob forte pressão da Alemanha de Angela Merkel, acabou aceitando os termos impostos pela troika (credores internacionais da Grécia), para receber ajuda financeira de bilhões de dólares vindas do FMI. Como todos sabem, há alguns anos a Grécia vem atravessando uma grave crise que, dentre outros efeitos, causou um enorme desemprego atingindo uma em cada cinco pessoas naquele país. Para tentar resolver a crise financeira, o governo cedeu às pressões germânicas e optou por pegar bilhões de dólares emprestados junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e, em contrapartida, adotar as medidas de austeridade impostas pela troika: cortes de 25% dos valores das pensões e de serviços sociais, reduções de salários, aumento de impostos e demissões de funcionários públicos, dentre outros. Tais medidas, evidentemente, atingem em cheio não só os trabalhadores, que perdem seus empregos, mas também os desempregados e aposentados de todo o país, como era o caso de Dimitris Christoulas. Ontem, dia 04/04/2012, milhares de pessoas se reuniram na praça Syntagma, local do suicídio, para protestar contra o governo. Segundo informa o portal esquerda.net, a ação convocada através das redes sociais, teve como slogan principal “Isto não é um suicídio. Isto é um crime”.Já a reportagem publicada na Folha de S.Paulo de hoje (05/04), destaca que Evangelos Venizelos, líder socialista do país, classificou o episódio de tão monstruoso que tornava “irrelevante e vão qualquer comentário político”. A matéria traz dados bastante esclarecedores sobre os índices mais recentes de suicídios na Grécia, dando conta de que estes aumentaram 18% desde 2010. Apenas em Atenas, a alta foi de 25%, de acordo com o jornal. O detalhe nefasto destes números é que, segundo o “New York Times”, antes da enorme crise financeira que vive o continente europeu, a Grécia tinha a taxa mais baixa de suicídios da Europa: 2,8 a cada 100 mil habitantes, ou pouco mais de 300 ao ano. A morte de Dimitris Christoulas é emblemática, pois revela a preferência dos governos em resolver a crise financeira adotando medidas favoráveis aos credores (em geral instituições financeiras estrangeiras) através da opressão da classe trabalhadora local, impondo cortes salariais, cortes do funcionalismo, cortes de benefícios sociais e pensões, além de aumentos de impostos. Tais medidas só fazem aumentar ainda mais a pobreza da população mais vulnerável que, desesperada, acaba recorrendo ao único fim digno que encontram para resolver sua miséria: o suicídio. Além disso, ela também é emblemática porque é um chamado a luta. Mesmo morto, Christoulas permanecerá como símbolo de todos aqueles que perderam suas vidas nessa crise que está assolando a Grécia desde 2008. Há quem diga que o suicídio de Christoulas já esteja sendo visto na Europa como o início de uma primavera grega, isto é, o velho continente agora também já teria o seu Mohammed Bouazizi, cujo suicídio deu início as revoltas da Tunísia e que se espalharam como um rastilho de pólvora por vários países árabes. Particularmente, entendo que será bastante difícil que o mesmo aconteça na Europa, pois a situação grega é bastante distinta dos países árabes e seu governo tem o apoio das principais potências europeias e mundiais por estar seguindo a cartilha do sacro-santo mercado. Aliás, o atual primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, foi colocado no poder pelo mercado tal como ocorreu na Itália, com a ascensão de Mário Monti e em Portugal, com a queda de Sócrates. Para Maria Margaronis, colunista do periódico britânico The Guardian, “uma primavera grega real teria que ser tanto europeia quanto grega: um movimento internacional para tomar a democracia de volta das mãos dos bancos, trabalhando lado a lado com uma democracia local por transparência e justiça”. Ainda segundo Margaronis, “se algo de bom pode vir da morte horrível de Christoulas, será algo menos barulhento que ocorre dentro do coração e mente das pessoas e não nas ruas de Atenas: um reconhecimento do custo humano real da austeridade, uma determinação absoluta de não permitir que isso ocorra novamente”. Por fim, de maneira bastante profética, Dimitris Christoulas termina sua nota de suicídio com a seguinte frase onde:
Embora não creia em profecias, desejo sinceramente que esta seja cumprida integralmente. OUTROS ARTIGOS SOBRE O ASSUNTO
Quais foram as mudanças provocadas na atividade escravista pelos europeus a partir do século?A partir do século XV, os europeus modificaram profundamente as atividades escravistas, visto que adentraram o continente africano em prol da compra em massa de escravos, transformando um sistema, antes majoritariamente disciplinatório, em uma atividade comercial lucrativa.
Quais as mercadorias trocadas pelos europeus para os escravos na costa da África?O tráfico escravista
O trato (ou seja, a negociação) entre portugueses e africanos era feito através do escambo (troca). Os produtos oferecidos pelos portugueses interessavam aos africanos: tecidos, vinhos, cavalos, ferro (que era derretido e transformado em armas na África).
Como é a partir de quando os escravos eram capturados pelos europeus?Os africanos obtidos para escravidão eram prisioneiros de guerra revendidos ou eram capturados em emboscadas elaboradas pelos traficantes. A principal feitoria portuguesa instalada na África foi a de Luanda, e os escravos angolanos corresponderam a 75% do total desembarcado no Brasil.
Que aspectos da escravidão e do tráfico de escravos se transformaram a partir da chegada dos islâmicos e dos europeus?Resposta. Resposta: O trafico de escravos e a escravidão de africanos ganhavam novas dimensões,pois foram articuladas a grandes rotas comerciais. Isso ampliou de forma potente o número de escravos que eram traficados e essa transação comercial rendiam muito lucros.
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