Quais foram as primeiras medidas tomadas por D João VI após a chegada da corte portuguesa ao Brasil?

NA REPORTAGEM ESPECIAL DE HOJE, VOCÊ VAI CONHECER AS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE A CORTE PORTUGUESA TROUXE PARA O BRASIL.

Em 1808, o Brasil já existia como colônia de Portugal há 300 anos. Mas Portugal adotou uma política de manter o país no isolamento e na ignorância, para preservar o Brasil da cobiça estrangeira. Por isso, o Brasil era um amontoado de regiões sem comércio nem comunicação entre si. O único ponto em comum era a língua portuguesa e a obediência à Corte. Não havia indústrias e todo o comércio se fazia com e através de Portugal. Educação e saúde eram praticamente inexistentes: em São Paulo, em 1818, apenas 2,5% dos homens livres em idade escolar eram alfabetizados. Livros e jornais eram impedidos de circular livremente. Era praticamente impossível encontrar no Brasil daquela época um médico que tivesse feito curso regular. A vinda da corte portuguesa no Brasil mudou tudo.

Durante três séculos, o litoral brasileiro só podia receber navios de Portugal. Em sua chegada ao Brasil, d. João VI abriu imediatamente os portos. A partir daí, produtos europeus, principalmente ingleses, abarrotavam os portos brasileiros. Chegava de tudo: de tecidos de algodão e martelos a patins de gelo. Para a cientista política da Fundação Casa de Rui BArbosa, Isabel Lustosa, essa foi a mudança mais significativa da vida da família real.

"Mas claro, o primeiro movimento marcante foi a abertura dos portos. Isso mudou totalmente a estratégia comercial da coroa portuguesa, se antes você tinha o chamado exclusivo comercial, apesar do grande contrabando que havia, de qualquer maneira, estávamos obrigados a comerciar sempre através dos portos de Portugal. O comércio, como tecidos, só se fazia através de Portugal. Então, isso era uma maneira de controle e atraso, elevação de custos, etc. Então a abertura dos portos logo na chegada do Rei permitiu a entrada de uma quantidade grande de mercadorias européias diretamente da Inglaterra,principalmente. De qualquer maneira, baixou o preço dessas mercadorias."

Mas a abertura dos portos foi apenas a primeira das muitas mudanças que acompanharam a corte ao Brasil. Outra revolução foi a liberação das manufaturas ou indústrias. Com apenas essas duas medidas, o Brasil libertava-se de três séculos de monopólio português e entrava no sistema internacional de comércio e produção. Laurentino Gomes, autor do livro 1808, que remonta a esse período histórico, enumera outras mudanças.

"D. João, nos 13 anos que ele passou aqui, ele criou um país do nada. Ele chega em Salvador, abre os portos, depois no Rio de Janeiro, ele autoriza as manufaturas, uma coisa proibida por lei. Ele faz uma série de coisas, ele cria a justiça, a marinha brasileira, o Banco do Brasil, a imprensa régia, manda abrir estradas, cria toda uma estrutura de governo no Rio de Janeiro, o aparelho de estado começa a ser construído do nada."

Vera Lúcia Bottrel Tostes, diretora do Museu Histórico Nacional, destaca que o Brasil passou a receber estrangeiros para trabalhar aqui, e não apenas mercadorias novas.

"Até então, nós não tínhamos um ofício de marceneiro, de copeiro, de sapateiro e de padeiro. Quem introduz o pão no Brasil são os próprios franceses, que produzem um pão feito com farinha de trigo, que também antes não chegava ao Brasil, o pão era feito com farinha de mandioca. Daí até os franceses chamavam esse pão de bis e por isso é que até hoje, em muitas padarias, a pessoa compra uma bisnaga, que é um pão francês."

Depois da chegada dos portugueses, o Brasil passou também a fabricar armamentos, diz Vera Lúcia.

"Nós, enquanto colônia, não podíamos fabricar armamentos. As armas vinham em pedaços, em partes, que eram chamadas de trem. Os mineiros até hoje, chamam muito, quando você vai pegar um embrulho, mala, os mineiros ainda têm o hábito de dizer: ´pega teus trens´. São as partes de alguma coisa, como os portugueses antigamente chamavam. Então o primeiro arsenal que existe no Brasil faz parte hoje do complexo do Museu Histórico Nacional. Ficou chamado Casa do Trem, porque recebia da metrópole portuguesa, as partes dos armamentos para serem aqui fundidos. Mas com a vinda da corte, tudo isso mudou. Nós, Brasil, começamos a fabricar armamentos e até a exportar para Portugal."

Em sua escala em Salvador, antes de chegar ao Rio de Janeiro, D. João criou a primeira faculdade de medicina do Brasil. Outro reflexo imediato da nova economia do Brasil, em franco desenvolvimento, foi o aumento do tráfico de escravos. O número de escravos triplicou durante os 13 anos que a família real ficou por aqui.

De Brasília, Adriana Magalhães.

NA REPORTAGEM ESPECIAL DE AMANHÃ, VOCÊ VAI SABER COMO A VINDA DA FAMÍLIA REAL CONTRIBUIU PARA QUE O BRASIL SE MANTIVESSE UMA NAÇÃO ÚNICA, AO CONTRÁRIO DA AMÉRICA ESPANHOLA, QUE SE PULVERIZOU EM VÁRIOS PAÍSES.

Quais foram as primeiras medidas tomadas por D João VI no Brasil?

A primeira grande medida tomada por D. João VI, assim que chegou ao Brasil, foi promover a abertura dos portos brasileiros para as “nações amigas”, o que na prática significava apenas a Inglaterra – grande aliado e parceiro econômico de Portugal.

Quais grandes mudanças ocorreram com a chegada de D João VI ao Brasil?

* Criação do Banco do Brasil, em 12 de outubro de 1808; * Início da atividade da Imprensa Régia, em 1810; * Abertura da Academia Real Militar, em 1810; * Inauguração da primeira biblioteca em solo nacional, a Real Bibliotheca (atual Biblioteca Nacional), em 1811.

Que medidas de Dom João trouxe benefícios para o Brasil?

A abertura dos portos às nações amigas foi uma das primeiras medidas tomadas por Dom João VI, logo após a família real portuguesa desembarcar no Brasil, em 1808. Desde o início da colonização, em 1500, havia o Pacto Colonial, ou seja, o Brasil só podia comercializar com Portugal.

Qual foi o decreto de Dom João após a sua chegada ao Brasil?

A abertura dos portos aconteceu no dia 28 de janeiro de 1808, por um decreto real emitido pelo príncipe regente d. João. Esse decreto determinou a abertura dos portos brasileiros para as nações amigas de Portugal, o que encerrou séculos de existência do pacto colonial.