Quais processos civilizatórios transformaram Ouro Preto por meio do seu uso?

Grossmann comenta as cidades modernas, desprovidas dos referenciais de sua natureza original

 25/05/2022 - Publicado há 7 meses

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Quais processos civilizatórios transformaram Ouro Preto por meio do seu uso?

Quais processos civilizatórios transformaram Ouro Preto por meio do seu uso?

Grossmann comenta as cidades modernas, desprovidas dos referenciais de sua natureza original. “Vira e mexe a cidade aparece aqui no primeiro plano desta coluna. As cidades são fascinantes, elas operam como uma segunda natureza, de ordem artificial, construída, manipulada, fruto exclusivo do engenho humano”, comenta Martin Grossmann em sua coluna Na Cultura, o Centro Está Em Toda Parte (clique e ouça o player acima). “Carregam em suas estruturas modelagens, topologias, topografias, volumetrias, construções, superfícies, marcas, gestos, caligrafias dos processos civilizatórios. São verdadeiros palimpsestos, obras no tempo e do tempo, que recebem novas e renovadas escrituras.”
Grossmann fala da cidade do México, onde esteve recentemente participando de um seminário na Universidade de Guadalajara. Lembra que o Rio de Janeiro, assim como Caracas e Istambul, convivem com os remanescentes de sua natureza original. “Já Tóquio, São Paulo e a cidade do México são ambiências urbanas quase desprovidas dos referenciais dessa natureza natural. São, na verdade ou na essência, introspectivas.”
As reflexões de Grossmann são compartilhadas com os ouvintes. E, repensando as cidades, lembra do filme A caverna dos sonhos esquecidos, do cineasta alemão Werner Herzog. “Ali está muito claro como a nossa existência se relaciona ao mundo em constante dinamismo”, observa. Também busca referências para pensar o urbanismo e o desenvolvimento das cidades na arte dos muralistas, em especial, o pioneiro mexicano José Clemente Orozco, com sua obra inovadora e impactante.


Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar toda quarta-feira às 9h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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Quais processos civilizatórios transformaram Ouro Preto por meio do seu uso?

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Quais processos civilizatórios transformaram Ouro Preto por meio do seu uso?

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brasileiros têm relação com a história desses lugares? 
c. Como os processos de urbanização transformaram esses espaços? 
d. Qual é a influência das relações comerciais no uso desses espaços? 
e. Quais processos civilizatórios transformaram essas cidades por meio do seu uso? 
 
 
 
 Professor, a atividade proposta pressupõe um procedimento metodológico ativo 
para a realização da análise dos textos e imagens disponibilizados. Para tanto, organize 
a turma para a dinâmica de grupos de verbalização e observação com os estudantes 
divididos em três grandes grupos considerando os temas sugeridos: a Rua 25 de Março, 
a Praça XV de Novembro e a cidade de Ouro Preto. 
 Na dinâmica, dentro de cada um dos três grandes grupos, os estudantes deverão 
se subdividir em dois subgrupos menores: um grupo de observação e um grupo de 
verbalização. Um dos subgrupos começará formando um círculo interno que iniciará a 
atividade – o grupo de verbalização – e o outro, um círculo externo – o grupo de 
observação. 
 Enquanto o grupo de verbalização realizar suas reflexões sobre os textos e as 
imagens relacionados ao tema, o de observação deverá acompanhar sem fazer nenhum 
comentário. Passado o tempo para leitura e discussão, os grupos invertem seus papéis. 
 Auxilie na organização do ambiente de aprendizagem e estabeleça o tempo para 
a realização da leitura, análise e discussão por parte dos grupos de verbalização. 
Oriente cada grupo de verbalização a fim de que os estudantes escolham um dos 
membros para auxiliar na organização do debate, um redator (responsável por registrar 
as conclusões) e um orador (para apresentar as conclusões). 
 Como síntese final da atividade, propicie uma exposição das conclusões de cada 
grande grupo temático para os outros dois grupos. Amplie a atividade após os 
estudantes terem exercido tanto o papel de observadores quanto o de debatedores, 
criando um grande grupo temático de rotação seguindo a mesma dinâmica em relação 
aos dois outros temas não abordados pelo grupo. 
 É fundamental orientar e roteirizar a problematização da proposta, para que a 
análise contemple os objetivos no desenvolvimento da habilidade, como exemplos: 
f. Quais mudanças e permanências as imagens evidenciam no uso desses espaços? 
g. Quais processos históricos brasileiros têm relação com a história desses lugares? 
h. Como os processos de urbanização transformaram esses espaços? 
i. Qual é a influência das relações comerciais no uso desses espaços? 
j. Quais processos civilizatórios transformaram essas cidades por meio do seu uso? 
 Para a proposta de análise dos textos e das imagens, é importante, no sentido 
teórico, articular, a partir dos exemplos da História do Brasil, o conceito de civilização 
de Norbert Elias24, que o compreende como um processo em que as necessidades 
 
24 “[...] A ‘civilização’ que estamos acostumados a considerar como uma posse que aparentemente nos chega pronta e 
acabada, sem que perguntemos como viemos a possuí-la, é um processo ou parte de um processo em que nós mesmos 
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1493/
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Rugendas_-_Lavage_du_Mineral_d%27Or_-_pres_de_la_Montagne_Itacolumi.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Rugendas_-_Lavage_du_Mineral_d%27Or_-_pres_de_la_Montagne_Itacolumi.jpg
 
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sociais de cada momento histórico possibilitaram mudanças e em que sua somatória 
permitiu a constituição da atual civilização. As questões sugeridas anteriormente devem 
fomentar esse entendimento para que os estudantes relacionem a problematização da 
Situação de Aprendizagem aos usos de determinados espaços, determinadas cidades, 
suas transformações e implicações em relação à História brasileira. 
 Diante das imagens da Rua 25 de Março, o grupo deverá comparar as mudanças 
significativas na configuração espacial da rua entre os anos de 1894 (Ferrigno), 1900 
(Gaensly) e 2011. Em pouco mais de cem anos, uma rua sem asfalto, com pequenas 
casas e que margeava um rio se transformou em um aglomerado de prédios que hoje é 
conhecido como o maior shopping a céu aberto da América Latina. A história da rua se 
mistura com a da urbanização da cidade de São Paulo, estabelecendo também relação 
com o processo de imigração, que se intensificou no final do século XIX. 
 A rua é um reflexo de como o processo de urbanização na cidade foi acelerado, 
impactando inclusive os rios, com aterramentos e alterações em seus cursos 25. É nítida 
a influência de relações comerciais no uso desse espaço, pois, já em sua origem, a rua 
funcionava como um reduto de entrepostos comerciais próximos a um porto fluvial e, 
ainda hoje, o comércio dá significação à rua, apesar de todas as transformações que a 
cidade e a região sofreram. 
 Pode-se dizer que, apesar de os usos da 25 de março permanecerem 
semelhantes desde sua origem, é possível observar as mudanças ao longo do tempo, 
estabelecidas pela sociedade local junto ao comércio e às dinâmicas econômicas, 
mesmo com a extinção do porto ou quando suas mercadorias eram levadas para o 
interior do estado por meio da estrada de ferro Santos–Jundiaí. Assim, a Rua 25 de 
março, com maior ou menor influência em suas temporalidades históricas, tem ganhado 
cada dia mais popularidade dentro da dinâmica comercial globalizada dos dias atuais, 
sendo uma referência de comércio popular no estado de São Paulo. 
 Para os estudantes que vão analisar os dois períodos da quadricentenária Praça 
Quinze de Novembro (nome recebido a partir do século XX), as imagens exemplificam 
bem as mudanças ocorridas ao longo dos 150 anos que distanciam o meio do século 
XIX e o início do século XXI. Do local que funcionou durante séculos como zona 
portuária da cidade do Rio de Janeiro, sobrou pouca coisa. O paço costumava ser 
margeado pela baía de Guanabara, tinha poucos pontos asfaltados e era rodeado por 
construções de estilo colonial. Poucos vestígios sobraram dessas construções. No ano 
de 2002, a praça já era cercada por grandes prédios modernos e espelhados. É possível 
observar o chafariz produzido pelo mestre Valentim no século XVIII, que costumava ficar 
à beira-mar; na segunda imagem, localiza-se atrás de uma via perimetral sem que 
possamos mais ver a baía. 
 A região onde está localizada a Praça Quinze foi impactada não somente pelo 
fato de ser a capital do país, mas por ter acompanhado todas as mudanças que a cidade 
sofreu desde o início da ocupação colonial e, por isso, foi escolhida como estudo de 
caso. Como explicitado no texto, essa praça foi o principal porto da cidade do Rio de 
Janeiro por quase 300 anos, local por onde passavam a maior parte das mercadorias 
exportadas e importadas, para onde chegavam as embarcações que vinham de Portugal 
e da África e onde os escravizados eram “comercializados”. Os processos de 
urbanização, no entanto, transformaram completamente o uso desse espaço, pois, de 
maior centro comercial e portuário da cidade, passou a ser um reduto de preservação 
das poucas evidências de seu passado colonial. 
 O crescimento da cidade e seu acelerado processo de urbanização fizeram com 
que o mar ficasse mais distante, com alterações topográficas devido à demolição de 
morros para viabilizar esses aterramentos e a maior expansão da cidade mar adentro. 
 
estamos envolvidos. Todas as características distintivas que lhe atribuímos – a existência de maquinaria, descobertas 
científicas, formas de Estado, ou o que quer que seja – atestam a existência de uma estrutura particular de relações 
humanas, de uma estrutura social peculiar, e de correspondentes formas de comportamento [...]. ELIAS, Norbert. O 
processo civilizador. v. 1. São Paulo: Jorge Zahar, 1995. p. 73-82. 
25 Os estudantes já assistiram, no componente de Geografia, ao documentário “Entre rios”: a urbanização de São Paulo. 
Se achar pertinente, retome sua exibição. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc Acesso em: 
07 dez. 2020. 
https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc

Quais processos Civilizatorios transformaram Ouro Preto?

Resposta verificada por especialistas O aumento da população aumentou a porcentagem da área que era ocupada pela ação humana, assim como o impacto ambiental, e a industrialização regionalizou bastante a cidade, com divisão entre centros econômicos e espaços de habitação.

O que é processos civilizatórios?

“O Processo Civilizatório” (1968) é um ensaio desenvolvido como exigência prévia para o entendimento e classificação em relação uns aos outros dos diversos contingentes humanos que se conjugaram para formar as sociedades americanas de hoje.

Qual é o marco inicial do processo civilizatório?

3ª) Qual é o marco inicial do processo civilizatório? A vivência em bando.