Qual a importância de conhecer valorizar respeitar e preservar os povos indígenas?

19 de Abril de 2021 às 17:00

Memorial dos Povos Indígenas Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/FotosPúblicas

Qual a importância de conhecer valorizar respeitar e preservar os povos indígenas?

Nesta segunda-feira, 19 de abril, é celebrado o Dia do Índio no Brasil. O objetivo da data é promover reflexões sobre a importância da luta pelos direitos dos povos indígenas. Valorizar e respeitar a cultura indígena é também preservar a história de cada um de nós, já que os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro.

Mato Grosso do Sul possui hoje a segunda maior população indígena do país, com 80.459 habitantes, presentes em 29 municípios, de acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS). Representados por oito etnias: Guarani, Kaiowá, Terena, Kadwéu, Kinikinaw, Atikun, Ofaié e Guató.

Contudo, o estado também é um dos primeiros colocados na violação dos direitos humanos desses indígenas, com repercussão nacional e internacional de casos frequentes de discriminação, racismo e violência extrema.

Uma comitiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), esteve em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, em 2018, e identificou diversas violações aos direitos humanos dos indígenas, tais como: invasão de terras indígenas; dificuldade para titulação e proteção de terras; enfraquecimento da FUNAI; erosão das políticas ambientais; precariedade das políticas de saúde; escassas reparações em matéria de direito à memória e verdade.

Desde então, o cenário foi agravado com a ausência de uma política indigenista e a implantação de medidas que enfraquecem a luta pelos direitos dos povos indígenas por parte do governo federal. Uma nota pública divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF) destaca que "a omissão na concretização da demarcação de terras indígenas, a desestruturação da Fundação Nacional do Índio e a não adoção de políticas públicas em tempos de pandemia compõem um quadro de violações sem precedentes na atual ordem constitucional”.

“A luta indígena pela terra e pela preservação de seus direitos precisa ter a mobilização de todos nós, sindicatos, movimentos sociais, população em geral. São tantos anos de violência contra essa população, é preciso garantir a sobrevivência digna desse povo, seja no campo ou na cidade. Não é nosso papel julgar o modo de vida, e sim respeitar a cultura, respeitar os direitos humanos da população indígena e valorizar a história do nosso país”, avalia a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

O Dia do Índio foi instituído por Getúlio Vargas, em 1943, e faz referência ao Congresso Indigenista Interamericano, realizado em Patzcuaro, no México, entre os dias 14 e 24 de abril de 1940, que debateu e propôs medidas para proteger os povos indígenas e seus territórios na América.

Fonte: MPF e UOL

A oca e o cocar são expressivos símbolos que nos remetem à lembrança da presença do índio na história do Brasil, mas a herança cultural deixada para todos os brasileiros é muito mais ampla e presente nos dias atuais. Para homenagear todos os povos indígenas, no Dia do Índio, 19 de abril, o Vitta Vivace relembra as tradições e mostra a sua importância para o País.

Os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro, bem antes da colonização pelos portugueses. Atualmente, existe uma média de 300 povos indígenas no Brasil, sendo mais de 817 mil índios, de acordo com estudos realizados em 2010, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse total, cerca de 503 mil vivem na zona rural e 315 mil estão em áreas urbanas. De acordo com dados da Funai (Fundação Nacional do Índio), entidade governamental responsável por proteger os direitos dos índios no Brasil, a maioria da população está no Norte, especificamente, no Estado do Amazonas e, em segundo lugar, no Nordeste, com destaque para a Bahia.

Entre importantes tradições deixadas pelos índios está a culinária. O alimento de origem indígena mais utilizado em todo o Brasil é a mandioca e suas variações. O caju e o guaraná são outros bem conhecidos na mesa do brasileiro. Pratos provindos da caça, como o picadinho de jacaré e o pato no tucupi, além de frutas como o cupuaçu e açaí fazem parte da forte cultura gastronômica do Norte do País. Ervas e chás de plantas medicinais continuam sendo crenças de cura muito utilizadas, como o chá de boldo, pó de guaraná, a alfavaca e semente de sucupira.

A língua portuguesa falada no Brasil, diferente do idioma de Portugal, sofreu influência da língua tupi-guarani, de origem da união entre as tribos tupinambá e guarani. É possível identificar essa mistura nas palavras tatu, mandioca, caju, carioca, pipoca, jacaré, jabuti, entre tantas outras. Ou nos nomes Iracema, Tainá, Jacira e Ubiratan. Alguns nomes de lugares também, como é o caso de Ibirapuera, em que “Ibira” significa árvore e “puera” algo que já aconteceu. Pode-se dizer que Parque Ibirapuera é o mesmo que “lugar que já foi mato”. Rio Tietê significa “rio verdadeiro”. Tem, ainda, os bairros do Butantã, Itaim e as cidades de Jacareí, Jundiaí e Piracicaba. Já no Rio de Janeiro, são locais famosos como o bairro da Tijuca, praia de Ipanema e o estádio do Maracanã.

A influência cultural indígena em nossas vidas vai de contos a costumes. Na escola, as crianças aprendem a lenda do Curupira, um habitante da floresta que protegia as plantas e os animais e tinha os pés com calcanhares para confundir os caçadores. O personagem é uma ficção do escritor Sérgio Buarque de Holanda, mas lembra a mania dos índios de andar para trás para confundir os europeus e bandeirantes. Tem também o “Papa-capim”, o menino índio que vive na Floresta Amazônica, personagem dos quadrinhos de Maurício de Souza. Andar descalço pela casa e dormir em redes são hábitos herdados dos índios.

O artesanato produzido a partir de fibras, palhas, penas, escamas de peixes, sementes, plantas e do barro, conhecido em diversas partes do mundo, nasceu das mãos das índias nos tempos primórdios. 

Curiosidades

  • Muitas aldeias têm acesso aos costumes da vida moderna, com o consumo de energia elétrica e tecnologia, como o uso de computador, celular e internet.
  • A maioria das casas é feita de alvenaria (tijolos).


Lembrete!

Além do Dia do Índio, esta semana comemora-se mais duas datas de importância histórica. Tiradentes, em 21 de abril, feriado nacional. E 22 de abril é o Dia do Descobrimento do Brasil.

Qual a importância de respeitar e valorizar a cultura indígena?

A divulgação da cultura indígena pode sensibilizar a população para a importância de viver de forma sustentável e, assim, utilizar práticas conservacionistas e transmitir para as futuras gerações o conhecimento adquirido por esses povos. A valorização da cultura indígena é um dever de todos os países do mundo.

Qual a importância de proteger os povos indígenas?

Os povos indígenas ajudam a ampliar a diversidade da fauna e da flora local porque têm formas únicas de viver e ocupar um lugar. Pesquisas recentes têm mostrado que os povos indígenas tiveram um papel fundamental na formação da biodiversidade encontrada na América do Sul.

Por que é importante conhecer a cultura dos povos indígenas?

A cultura indígena possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira. Ela está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.

Como devemos valorizar a cultura dos povos indígenas?

9 atitudes para apoiar a cultura e direitos dos Povos Indígenas.
Dê adeus aos estereótipos. ... .
Saiba que os povos indígenas não estão só na Amazônia. ... .
Conheça os direitos indígenas. ... .
Entenda, de uma vez por todas, que não tem muita terra para pouco índio. ... .
Conheça os povos indígenas do Brasil. ... .
Ouça o que eles dizem..