Qual e a diferença entre Entretanto e no entanto?

As conjunções adversativas ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente (ex.: mas, porém, todavia, entretanto, mesmo assim, no entanto, senão, não obstante, contudo, etc).

Obs.: Antes das Conjunções adversativas a vírgula é obrigatória


REGRAS

Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, etc.) podem vir no início ou no meio.

Exemplos:

  • Ninguém respondeu à pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

  • Ninguém respondeu à pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.


A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou mais termos da oração a que pertence.

Exemplo:

  • Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.

Quando é conjunção explicativa," pois" vem, geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no início da oração a que pertence.

Exemplo:

  • Não tenha receio, pois eu a protegerei...

Mais Exemplos:

  • Tentei chegar na hora, porém me atrasei.
  • Ela trabalha muito, mas ganha pouco.
  • Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
  • Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

A inclusão de determinadas palavras na classe da conjunção nunca foi uma questão consensual, nem mesmo nas abordagens mais tradicionais. Por exemplo, Epifânio da Silva Dias na obra Grammatica portugueza elementar já apresentava uma abordagem crítica da classe das conjunções coordenativas, considerando, por exemplo, que a classe das conjunções adversativas integra apenas um elemento: mas (ed. de 1994, p. 119).

Nas gramáticas mais recentes, esta discussão mantém-se, sendo possível encontrar várias abordagens. Por exemplo, na gramática da autoria de Mira Mateus et al. (Gramática da Língua Portuguesa, Caminho, sbt. pp. 568-574) são apresentadas as propriedades formais que permitem distinguir uma conjunção de uma palavra pertencente a outra classe. Assim, 

(i) a conjunção surge em posição inicial do constituinte coordenado, não podendo deslocar-se para o seu interior:

(1) «O João leu o livro e a Rita viu o filme.» / «*O João leu o livro, a Rita e viu o filme.» (e é uma conjunção)

(2) «O João leu o livro, porém a Rita viu o filme.» / «O João leu o livro, a Rita, porém, viu o filme.» (porém não é uma conjunção) 

(ii) na mesma posição não podem surgir duas conjunções:

 (3) «*O João leu o livro, e mas a Rita viu o filme.» (mas são conjunções)

(4) «O João leu o livro, mas, porém a Rita viu o filme.» (mas é uma conjunção; porém não é conjunção)

(iii) as conjunções coordenam constituintes oracionais e não oracionais:

(5) «O João leu o livro e a Rita viu o filme.» / «O João e a Rita viram o filme.» (é conjunção)

(6) «Embora o João tenha lido o livro, a Rita, porém, viu o filme.» (porém não é conjunção, pois, nesta frase, não coordena nenhum constituinte.) 

As razões apresentadas levam a que não sejam integrados na classe das conjunções elementos como por exemplo, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, logo, pois, assim, por conseguinte, por consequência (cf. id. ib., p. 569), que são associados à classe dos advérbios.

Por razões semelhantes, Raposo considera a existência de apenas três subclasses de conjunções coordenativas: copulativas, disjuntivas e adversativas (cf. Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp.1786 – 1805).

Posição semelhante é assumida por Evanildo Bechara, que considera que pertencem à classe dos advérbios as palavras pois, logo, portanto, entretanto, contudo, todavia, não obstante (cf. Moderna gramática portuguesa. Nova Fronteira, pp. 270 – 271).

Relativamente às conjunções subordinativas, em Mira Mateus et al. defende-se a seguinte posição, que citamos:

«Olhando para a história da língua portuguesa constatamos que alguns conectores que hoje estão lexicalizados numa só palavra foram derivados, por reanálise, a partir de sintagmas preposicionais: em boa hora > embora, por que > porque. Este facto pode servir de argumento à tese de que a generalidade dos conectores de subordinação adverbial tem por base projecções de advérbios e de preposições, sendo eventualmente algumas dessas preposições ou alguns desses advérbios nulos. A gramaticalização pode ter sido tão radical que alguns desses conectores foram reanalisados como complementadores. É o que parece ter acontecido com embora, porque, sem que, se (condicional).» (ob. cit., p. 705).

Não assumindo uma perspetiva tão radical, Raposo e Bechara consideram a classe das conjunções subordinativas, embora não proponham as mesmas subclasses: (cf. Raposo, ob. cit., pp. 1981 – 2055 e Bechara, ob.cit., pp. 271 – 276).

Em suma, é possível identificar diversas abordagens que não seguem a classificação, dita tradicional, da classe das conjunções.

Por esta razão, na falta de total consenso relativamente a esta questão de classificação gramatical, terá o consulente de optar pela interpretação que lhe parecer mais justa em função dos critérios apresentados ou, no caso de ter de seguir um programa escolar, terá de aceitar a classificação aí proposta, pensando uma abordagem didática que seja adequada aos seus alunos. 

Disponha sempre! 

*assinala a agramaticalidade da frase.

Qual a diferença entre no entanto é entretanto?

ENTRETANTO e NO ENTANTO são expressões sinônimas e quivalem a PORÉM, TODAVIA, NÃO OBSTANTE, etc. Exemplos: O professou falou muito, ENTRETANTO não me convenceu. O professor falou muito, NO ENTANTO não me convenceu.

Quando usamos o no entanto?

No entanto indica oposição atua como uma conjunção adversativa sinônima de contudo, porém, todavia, apesar disso, ainda assim, não obstante,… Exemplos com no entanto: Ela prometeu que viria, no entanto, não apareceu. Eles disseram que o atendimento seria rápido, no entanto, tivemos que esperar mais do que duas horas.

O que quer dizer no entanto?

No entanto, como eu indiquei, é uma conjunção coordenativa adversativa. Você nem precisa lembrar do nome, mas precisa lembrar a função. Elas funcionam como palavras que indicam contraste, oposição, ressalva. São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto e entretanto.

O que pode substituir entretanto?

Indica a oposição ou contraste da ideia anterior: 1 mas, porém, todavia, contudo, no entanto, ainda assim, apesar disso, não obstante, nada obstante, sem embargo. Exemplo: Estava esperando por você, entretanto fui embora porque fiquei aborrecida.