Qual foi o papel das missões religiosas nas terras brasileiras no início da colonização?

Pergunta enviada por Adalberto Martins, Crateús, CE

Qual foi o papel das missões religiosas nas terras brasileiras no início da colonização?

PATRIMÔNIO Ruínas de São Miguel
das Missões, no Rio Grande do Sul

As missões eram povoados indígenas criados e administrados por padres jesuítas no Brasil Colônia, entre os séculos 16 e 18. O principal objetivo era catequizar os índios. A catequização, no entanto, tinha efeitos colaterais que não interessavam aos conquistadores portugueses. Para que adotasse a fé cristã, a população indígena tinha de ser instruída e ganhava conhecimentos de leitura e escrita. Além disso, os índios reunidos nesses aldeamentos não eram escravizados, como geralmente ocorria em outros lugares. Eles viviam do cultivo da terra, se valendo de técnicas agrícolas ensinadas pelos religiosos. Com o tempo, muitas missões prosperaram e acabaram virando uma ameaça à centralização de poder pretendida pela Coroa. Resultado: em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, acusados de controlar um "Estado dentro do Estado" e de insuflar os guaranis contra o domínio português.


Consultoria Eduardo Neumann, historiador e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Durante a colonização do Brasil pelos portugueses, uma ordem religiosa cumpriu um papel de destaque na organização social da colônia: a Companhia de Jesus, ou simplesmente os jesuítas, como eram comumente conhecidos.

Os jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega chegaram à colônia Brasil em 1549, junto a Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral enviado por Portugal. A principal função dos jesuítas, ao virem ao Brasil, era evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam estas terras.

Na Europa, o objetivo dos jesuítas era evitar o aumento do número de protestantes. A Companhia de Jesus havia sido fundada em 1534, pelo militar Santo Inácio de Loyola, no contexto da Reforma e da Contrarreforma religiosa. Na colônia, pretendiam também impedir que os protestantes realizassem a catequização indígena.

Para que a catequização fosse realizada, era necessário que os indígenas aprendessem a língua portuguesa para a leitura de trechos bíblicos e o ensino da prática religiosa católica. Um dos nomes mais conhecidos no processo de evangelização que chegaram até nós foi o do padre José de Anchieta.

Mas os jesuítas não ensinavam apenas os indígenas. Os filhos de colonos, principalmente dos senhores de engenho, também eram educados por eles. Para oferecer essa educação, os jesuítas criaram alguns colégios pela colônia, sendo o mais conhecido o Colégio de São Paulo, em torno do qual foi fundada a cidade de São Paulo de Piratininga, atual São Paulo.

A educação dos colonos era rígida. A disciplina era duramente cobrada. Em caso de desobediência a alguma norma ou mesmo no erro de alguma lição, os alunos eram punidos pelos jesuítas com castigos, muitas vezes físicos. O mais conhecido foi o uso da palmatória, um instrumento de madeira utilizado para bater na palma da mão dos alunos.

Porém, como a educação tradicional indígena era diferente, baseada na solidariedade e na cooperação, com os índios mais novos aprendendo com os mais velhos, foram necessárias algumas mudanças.

Nas missões, locais onde os jesuítas habitavam por vezes com milhares de indígenas, foi necessário em muitos momentos abandonar os castigos físicos. Elas estavam localizadas em várias localidades da colônia, sendo as mais conhecidas as construídas no sul, na fronteira onde estão Paraguai e Argentina.

As missões serviram também para que os jesuítas mudassem os hábitos dos indígenas. O interesse era que eles passassem a viver de acordo com a cultura europeia: que as famílias fossem nucleares (pai, mãe e filhos do casal), que eles se fixassem em um local (grande parte das tribos indígenas era seminômade, vivendo em constante deslocamento) e passassem a adotar os ritmos e as disciplinas de trabalho que impunham os europeus. Esse processo ficou também conhecido como aculturação.

Com isso, os jesuítas conseguiram que as missões produzissem para seu próprio consumo, além de fornecerem excedentes que eram comercializados. Toda essa situação levou os jesuítas a entrarem em conflitos com os colonos, que tinham interesse na escravização indígena. As missões serviam como áreas protegidas da ação dos colonos, mas também resultaram em fonte de força de trabalho para os jesuítas que se enriqueceram com a exploração dos indígenas.

Além do que era comercializado nas missões, os jesuítas conseguiram acumular fortuna com a posse de enormes extensões de terras e engenhos. Os jesuítas permaneceram na colônia portuguesa na América até 1759, quando foram banidos das colônias portuguesas. A venda do patrimônio dos jesuítas garantiu altas rendas para a Coroa portuguesa, o que mostrou que o poder espiritual dos jesuítas também havia se transformado em poder econômico.


Por Me. Tales Pinto

Qual a importância das missões na colonização do Brasil?

As missões eram povoados indígenas criados e administrados por padres jesuítas no Brasil Colônia, entre os séculos 16 e 18. O principal objetivo era catequizar os índios. A catequização, no entanto, tinha efeitos colaterais que não interessavam aos conquistadores portugueses.

Qual o papel das Ordens Religiosas no processo de colonização do Brasil?

As missões religiosas tinham como principal objetivo a catequização dos indígenas brasileiros. Os jesuítas (padres missionários católicos) começaram a chegar ao Brasil por volta de meados do século XVI.

Qual foi o papel das missões jesuítas durante o período colonial?

Os jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega chegaram à colônia Brasil em 1549, junto a Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral enviado por Portugal. A principal função dos jesuítas, ao virem ao Brasil, era evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam estas terras.

O que eram as missões religiosas e qual foi o papel que elas desempenharam no contato com os indígenas no Brasil?

No Brasil, eles chegaram em 1549 com o objetivo de cristianizar as populações indígenas do território colonial. Incumbidos dessa missão, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um regime que combinava trabalho e religiosidade.