Faz parte da linha cronológica brasileira o alto índice de estratificação social, não sendo mérito apenas da sociedade moderna, mas também da colonial. As conhecidas pirâmides sociais já foram ainda mais taxativas do que a que temos hoje. Barões e coronéis eram cargos cobiçados e poucos os detinham. Show A sociedade colonialista era totalmente escravista e a economia latifundiária e baseada na monocultura. A cana-de-açúcar ocupava o posto de produto mais produzido, sendo o “carro-chefe” das grandes propriedades. Como o dinheiro girava em torno da produção agrícola, a maior parte da população se concentrava na zona rural. Os maiores cargos políticos eram ocupados por senhores de engenhos (coronéis), que eram também donos de escravos. A mineração também teve seu espaço no Brasil colônia, mas ao contrario da atividade que ocupava o meio rural, os mineradores se viviam no meio urbano, eram menos aristocráticos e intelectualmente mais evoluídos. Era comum no século XVIII, uma pessoa seu um grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais diversificada, ocupada por donos de escravos, grandes comerciantes e burocratas. Nessa época houve o surgimento de novas profissões como artesãos, pequenos comerciantes, intelectuais; estes habitavam as cidades. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Houve de certa forma uma migração de mão-de-obra do campo para as minas, os escravos começaram a ser explorados em uma nova área. As condições de trabalho eram ainda piores no meio mineralógico, os negros desempenhavam suas funções em meio a situações precárias. Trabalhavam em meio à água ou atolados no barro no interior das minas; muitos devido ao longo tempo dentro da água e abaixados nas minas acabavam falecendo por hipotermia ou com membros atrofiados. A sociedade colonial deixou rastros no setor econômico, politico e social que podem ser percebidos até hoje, porém a estrutura social se modificou. Pode-se perceber que na atualidade vivemos em uma sociedade democrata sem o uso de mão-de-obra escrava, além de que houve queda na produção de cana-de-açúcar e na extração de minério. O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com. CNDL – Colégio Notre Dame de Lourdes Primeiro Ano – Segundo Bimestre Coleção Pitágoras Capítulo 5 Sociedade e vida cotidiana na América Portuguesa Problematização do tema A
sociedade da América Portuguesa foi muito complexa. Os modos de viver, de morar, de festejar e de expressar a religiosidade foram muito diversos. Esta tele aula procura mostrar o caráter heterogêneo da sociedade da América Portuguesa e o hibridismo que a caracterizou. Foi, por excelência uma sociedade mestiça, fruto das três diferentes culturas que a formaram. 1. Como pode ser caracterizada a sociedade da América Portuguesa? A sociedade colonial foi, por excelência, muito complexa e híbrida, um resultado da mistura dos hábitos e dos costumes dos nativos, dos africanos e dos portugueses. 2. O que os estudos da História Cultural trazem de novo para a análise da sociedade colonial? Os estudos da História Cultural trouxeram à tona dois temas cruciais para o entendimento da dinâmica e da sociedade colonial: o papel das mulheres e o do controle da sexualidade pela Igreja como forma de controle social. Muito embora se tenha destinado um papel submisso para elas e pouco espaço para sua ação, não foi bem isso que aconteceu. Como afirma a historiadora Mary del Priore, "as mulheres souberam estabelecer formas de sociabilidade e de solidariedade que funcionavam em diversas ocasiões, como uma rede de conexões capazes de reforças seu poder individual ou de grupo, pessoal ou comunitário". 4. Qual foi o papel
cumprido pela Igreja na colônia? Esse capítulo procura mostrar a heterogeneidade da
sociedade da América Portuguesa e o hibridismo que a caracterizou. Foi, por excelência, uma sociedade mestiça, fruto das três diferentes culturas que a formaram. Cabe ressaltar, com já se fez na Problematização do Tema, que quando se fala em cultura africana, está se pensando nas diferentes culturas de diferentes grupos, vindos de diversas partes da África, assim como nossos diferentes grupos indígenas também possuíam culturas diferentes. Procurou-se, nesse capítulo, apresentar, em primeiro
lugar, as formas de morar e de viver no nordeste açucareiro. Na seção Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas há um documento sobre o que é ser um senhor de engenho no Brasil, da lavra do jesuíta Antonil, que o considera como se fora um fidalgo do Reino, e um texto de Mary del Priore que mostra a vida difícil e sem brilho do senhor de engenho no Nordeste açucareiro, numa perspectiva inovadora. A sociedade açucareira O jesuíta Antonil afirmava, em 1711, que o “ser senhor de engenho é título a que muito aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido de muitos”. O jesuíta trata ainda da dependência que tem os lavradores dos senhores de engenho, do seu enriquecimento, crescimento da soberba e desprezo pela gente mais pobre. Embora o jesuíta tenha sido uma testemunha da sociedade açucareira, estudos recentes têm mostrado que a vida no engenho não era fácil. O senhor e sua família alimentavam-se muito mal, abusavam dos doces, sofriam de inúmeras doenças. Os senhores, em geral, em razão da vida promiscua que levavam, tinham sífilis, enfermidade que lhes enchia o corpo de chagas. Os senhores deviam manter a ordem nos engenhos, controlando a escravaria e impedindo que colocassem em prática as suas várias formas de resistência, como revoltas, criação de quilombos, escapadelas e outras mais. Além disso, precisavam evitar serem vítimas de seus escravos que, não raras vezes, assassinavam, mutilavam e estupravam senhores, seus familiares e feitores. Assim, a ideia de uma sociedade ordeira, estável e faustosa nas áreas açucareiras é hoje colocada em xeque pelos recentes estudos históricos sobre o tema. Formas de morar O senhor de engenho morava com sua família e seus escravos domésticos na chamada casa-grande. Eram, em geral construção de dois pavimentos, avarandadas, com numerosos quartos, ampla sala e uma imensa cozinha. Apesar da imponência das casas-grandes, seu imobiliários era bastante simples, confeccionado pelos próprios escravos nas oficinas da propriedade. Os utensílios mais sofisticados eram importados da Europa. Toda casa-grande tinha sua capela, com seu santo de devoção que, muitas vezes, dava seu nome à propriedade. Cada unidade açucareira tinha seu capelão, que cuidava da vida espiritual de seus moradores. Nos engenhos, os colonos moravam em mocambos, casas pequenas e desconfortáveis. Já os escravos dormiam em senzalas, cuja construção era uma reprodução das moradias africanas. Era assim que os negros viviam nas suas regiões na África. Vida familiar O senhor de engenho era o centro da família e dele
esperava-se dar-se ao respeito, fazer valer sua autoridade e agir nas ocasiões necessárias. Sob seu comando estavam os filhos, bastardos, parentes pobres, afilhados, agregados e escravos. As esposas dos senhores dedicavam-se ao trabalho doméstico – costura, bordado, quitandas – e às práticas religiosas. Contudo, na ausência de seus maridos, eram elas que assumiam as responsabilidades do bom funcionamento do engenho. Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas Leia os texto a seguir. [...] O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quando proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino. Assediado pelo fantasma da fragilidade física, o senhor de engenho era ainda açodado por ataques de índios. No primeiro século de instalação na América Portuguesa, o “gentio” levantava-se, queimando e destruindo engenhos e roças, volta e meia matando homens e gado, tomando à casa grande água e mantimentos. Houve guerras que duraram de sete a oito anos. Outra ameaça física eram os piratas e corsários franceses ou
holandeses. Esses tinham o hábito de subir os rios, à beira dos quais encontravam-se instalados os engenhos. “a fim de fazer aguada para suas tropas”. Aproveitavam a oportunidade para assaltos e saques dos quais nasciam “porfiadas brigas”, muitas delas com mortos e feridos. Cabia, portanto, aos senhores de engenho armar e aparelhar lanchas do Recôncavo para a defesa militar e marítima da cidade. PRIORE, Mary del. Deus ou dabo nas terras do açúcar: o senhor de engenho na América Portuguesa. In:-; Revisão do Paraíso. Os brasileiros e o Estado em 500 anos de História. Rio de Janeiro: Campus, 2000. p. 20-21. 1. As informações do texto de Mary del Priore sustentam, ou não, a posição do jesuíta Antonil sobre “o ser senhor de engenho”? Justifique sua resposta. Confira as características da sociedade do açúcar no período colonial brasileiro O professor de História, Ricardo Carvalho faz nesta aula uma abordagem da sociedade colonial brasileira. A sociedade mineradora A violência nas áreas mineradoras atingiu níveis muito elevados. Assassinatos, roubos, raptos, estupros e infanticídios eram constantes. Bandos de salteadores e quilombolas ameaçavam constantemente a população que vivia se queixando às autoridades dos perigos a que estava exposta. Em Mato Grosso e em Goiás, além dos bandoleiros, os colonos se viam às voltas com ataques de
índios bravios que destruíam seus arraias e dizimavam suas populações. Formas de viver No início da ocupação das áreas de mineração, a principal forma de moradia era o rancho, construção extremamente simples, que servia mais como um lugar de descanso dos viajantes e seus animais e dos mineradores. Para erguê-lo, usavam-se materiais toscos como a madeira, o barro, o sapé e o cipó de embira para aramação. Eram formados por um único cômodo, com uma trempe para cozinhar, e um catre ou girau para descanso. Na região mineradora não havia muita distinção entre áreas urbanas e áreas rurais, já que construções tipicamente rurais estiveram presentes nas áreas urbanas. Contudo, é possível apontar três diferentes tipos de propriedades rurais naquela região: engenhos, fazendas e sítios. Nas áreas mais urbanas, com o passar do tempo, os ranchos foram sendo substituídos por casas térreas ou sobrados, estes últimos residências de dois andares mais bem elaboradas, habitadas por pessoas de posses. No sobrado, apenas o andar superior era utilizado pelos seus moradores. O térreo era usado como senzala, depósito ou abrigo de animais. Podia també ser usado como venda, hábito que fora importado de Portugal. Ainda nos espaços urbanos era comum a existência de chácaras - com feições bastante rurais. Essas chácaras possuíam casas maiores com enormes varandas. Nelas, criavam-se animais e cultivavam-se hortas e pomares. Já a população mais pobre das vilas e dos arraiais morava em casas térreas, muitas vezes feitas de pau-a-pique. As construções mais sofisticadas eram as religiosas, principalmente no seu interior. Muitas casas tinham seus oratórios dos santos de invocação, peças trabalhadas em madeira e ornadas com ouro em pós e cores vivas. O tema em foco Leia o texto. Em princípios do século XVIII, a elite baiana torna-se um grupo mais heterogêneo; embora ainda predominassem os senhores de engenho, outros setores da economia e outras profissões propiciavam a
ascensão social. 2. A sociedade açucareira baiana foi muito
mais complexa do que a mera presença de senhores de engenho. A partir das informações do texto, explique a heterogeneidade da elite baiana. Confira uma canção de Roberto Ribeiro que fez sucesso no final da década de 1970, cujo video foi ambientado num cenário típico de
uma cidade colonial brasileira Saiba mais sobre a sexualidade na América Portuguesa Veja a teleaula do professor Edenilson Morais, neste video são abordadas as manifestações da sexualiadade no período colonial brasileiro e maneira pela qual a Igreja Católica tentou diminuir o apetite sexual dos colonos e estabelecer um controle social na América Portuguesa. De olho no vestibular Q1. (UFF) " As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre nós, sempre se manifestou (...). O que está sendo festejado é antes o êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(...). A festa seria como o rito, um momento especial construído pela sociedade, situação surgida "sob a égide e o controle do sistema social" e por ele programada. A mensagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força. Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência" (Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. "Desclassificados do Ouro". Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23) Segundo a autora do texto, a sociedade nascida da atividade mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marcada por um "fausto falso" porque: a) a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a
região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que dizimava somente os escravos, a mão-de-obra central desta atividade, o que era compensado pela realização constante de festas; Q2. (UFU) “Se a transformação de índio em escravo exigiu ajustamentos por parte da camada senhorial, também pressupunha um processo de mudança por parte dos índios. Este processo desenrolou-se ao longo do século XVII, contribuindo para a evolução das bases precárias sobre as quais se assentava o
regime de administração particular. Um dos elementos centrais deste processo foi a religião que, em certo sentido, servia de meio para se impor uma distância definitiva entre escravos índios e a sociedade primitiva da qual foram bruscamente separados". Considerando o e-mail apresentado, assinale a alternativa correta. a) A conversão religiosa
do índio ao cristianismo era uma estratégia central para a desarticulação de seus laços culturais originais e sua inserção, como escravo, na sociedade colonial. Q3. (UNIFESP) Estima-se que, no fim do período colonial, cerca de 42% da população negra ou mulata era constituída por africanos ou afro-brasileiros livres ou libertos. Sobre esse expressivo contingente, é correto afirmar que a) era o responsável pela criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação. b) vivia, em sua maior parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época. c) possuía todos os direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas. d) tinha uma situação ambígua, pois não estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão. e) formava a mão-de-obra livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades. resposta:[D] Q4.
(UFPEL) “Não queremos dar a nossa terra aos brancos porque os brancos já têm muita terra”, diz Davi Kopenawa. "Nós somos os que a protegemos, as pessoas da cidade abatem árvores. O homem branco ama o dinheiro, o avião, o carro. Nós pensamos diferente." Kopenawa está de visita pela Europa para defender a causa do seu povo, os yanomamis. Luta para que no Brasil não haja revoltas como as que aconteceram no Peru.
Os yanomamis querem preservar o seu modo de vida: caçam com arco e flecha, pescam com uma liana que atordoa os peixes, cultivam na selva. São nômades: a cada dois ou três anos, quando a terra se esgota, mudam-se [...] Sobre a questão das terras indígenas na América do Sul, considere as seguintes afirmações: I) Os yanomamis
estão preocupados com que não aconteçam no Brasil conflitos violentos como os que aconteceram em 2009, no Peru, entre brancos e indígenas. Está(ão) correta(s) resposta: [A] Q5. (UFMG) "Congregando segmentos variados da população pobre ou dirigindo-se às áreas de mineração, onde se concentravam enormes contingentes de escravos, as vendeiras e negras de tabuleiro seriam constantemente acusadas de responsabilidade direta no desvio de jornais, contrabando de ouro e diamantes, prática de prostituição e ligação com os quilombos." FIGUEIREDO, Luciano. "O avesso da memória": cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993. A partir da leitura e análise desse trecho, é CORRETO afirmar que a escravidão nas Minas Gerais se caracterizava por a) um perfil rural e patriarcal, o que fazia com que as cativas e as forras ficassem reclusas, em casa, sob controle masculino. b) uma comunidade igualitária, o que se expressava na liberdade com que os negros circulavam pelas ruas. c) uma grande diversidade de formas de exploração do trabalho escravo, situação característica de um contexto mais urbano. resposta:[C] Q6. (UEMG) Segundo a historiadora Adriana Romeiro, em artigo publicado na revista Nossa História, “a imagem do caos – tão típica dos relatos dessa época – estava também associada à fluidez geográfica dos povoados, que se moviam de um lado para o outro, ao sabor das novas descobertas e do esgotamento das velhas lavras. O jesuíta italiano Antonil. Forjou uma bela expressão para descrever o movimento incessante dos arraiais: ‘Freguesias móveis de um lugar para outro como os filhos de Israel
no deserto’.” No trecho citado, a historiadora refere-se Resposta: [D] Qual grupo social da sociedade Acucareira a autora descreve como nobreza local?Resposta: a) A nobreza local era caracterizada por não realizar trabalhos manuais, que ficavam a cargo dos indígenas livres ou dos escravizados. Não era adequado que pessoas mais ricas realizassem trabalhos como artesanato ou outras atividades do gênero.
Quais os grupos que formavam a sociedade açucareira?Principais características da sociedade açucareira: - Sociedade composta basicamente por três grupos sociais: senhores de engenho (aristocracia), homens livres e escravos.
Como se dividia a sociedade colonial açucareira?A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte dos poderes se concentrava nas mãos do senhor de engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao seu poder: mulher, filhos, agregados e qualquer um que habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à família, recebendo, em troca, lealdade e deferência.
Quem eram os membros da sociedade envolvidos na produção açucareira?Principais características da sociedade açucareira:
- Sociedade composta basicamente por três grupos sociais: senhores de engenho (aristocracia), homens livres e escravos.
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