Qual o papel do professor na formação ética e moral dos estudantes?

DALBERIO, O. ÉTICA, MORAL E VALORES DO PROFESSOR E DO ALUNO. Revista Triângulo, Uberaba - MG, v. 4, n. 1, 2012. DOI: 10.18554/rt.v4i1.228. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistatriangulo/article/view/228. Acesso em: 28 dez. 2022.

Fomatos de Citação

  • APA
  • ABNT
  • Chicago
  • Harvard
  • IEEE
  • MLA
  • Turabian
  • Vancouver

Baixar Citação

  • Endnote/Zotero/Mendeley (RIS)
  • BibTeX

Edição

v. 4 n. 1 (2011): JANEIRO / JULHO 2011

Seção

Dossiê

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

No papel de educador (professor) é fundamental que ao se tratar da formação da cidadania do indivíduo, em especial do aluno, considerar como requisito principal a participação efetiva na construção do projeto pedagógico da escola.

Partindo desse princípio, o educador na responsabilidade da formação moral, de valores do aluno, deve estar empenhado em apresentar um conhecimento crítico do que está sendo desenvolvido no trabalho em grupo, de forma que venha somar na prática pedagógica.

Ao se referir à educação moral, o ideal é que ocorra uma reflexão por parte de todos, visto que não há como ter educação sem reflexão.
A formação de valores, hábitos que o indivíduo terá como base por toda a sua vida, em conjunto com a criação familiar, é adquirida em sua maior parte na Educação Infantil. Baseado nessa colocação surge a necessidade de alertar os educadores da educação infantil, visto que esses são responsáveis em grande parte pelo processo educacional de valores da criança na fase inicial de sua vida.

É de ressaltar que tal colocação em relação à educação infantil não quer dizer que educadores voltados para as demais fases do ensino não são responsáveis pela formação moral do aluno. Pelo contrário, a formação de valores de indivíduo é por toda vida, porém é na fase infantil que são formadas as bases de uma boa educação.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Todo indivíduo, em especial o aluno, necessita de bases morais bem definidas, de forma que saiba como proceder ao se deparar com pequenos ou grandes problemas, questionando o que não lhe é aceito e nem aceite tudo o que lhe é colocado.

Esta pesquisa objetivou evidenciar a importância da ética na educação. Em todos os setores, e na educação não é diferente, necessitamos de profissionais com integridade, verdade, que desejam o melhor para o outro, que se envolvam e buscam cumprir as regras que trarão benefícios à sociedade. A ética na educação trará: uma educação comprometida, de qualidade que forme cidadãos de responsabilidade com princípios e valores. Sempre se ouviu falar que os professores são os exemplos para a sociedade e, consequentemente, para seus educandos. Quando os profissionais da educação visam ao outro e trabalham para o bem comum, olhando seu aluno como ser humano individual, ele trabalha em prol da formação dos educandos que, aos poucos, se tornaram parte ativa e participava da sociedade. Nessa perceptiva até mesmo o comportamento social do professor precisa gerar em torno dos princípios e valores da sociedade em que ele está inserido, sendo honesto, colaborador, ou seja, com um caráter integro e sem vínculos com vícios.

Palavras-chave: Ética. Professor. Aluno. Educação.

INTRODUÇÃO

Esse artigo propõe a discutir a necessidade de nos dias de hoje termos profissionais éticos, que acreditem que através da educação ainda é possível formar cidadãos compromissados, ousados, críticos e corajosos capazes de lutar por seus direitos, por causas significativas e por uma sociedade mais justa e igualitária. Dentro da ética educacional o professor não procurará apenas colocar seu conteúdo cientifico, ignorando o aluno num contexto integral. Ou seja, o aluno deve se desenvolver num todo, no afetivo, no biológico, cognitivo, no psicomotor e social. Assim o aluno através do seu contato com os professores vai se desenvolvendo, ampliando sua visão de mundo e criando condições necessárias para compreender e viver nesse mundo de forma adequada e coerente, transformando sua realidade.

DESENVOLVIMENTO

Falar de ética nos dias atuais tornou-se comum, faz parte do nosso vocabulário. Logo nos vem à mente o relacionamento, como viver com o outro que é diferente, porém, não um estranho, mas um ser humano como nós que, de certa forma, anda conosco, como diz Cortella: “ser humano é ser junto” (2010, pg.117).

A ética não olha apenas para o interesse de uma pessoa, ela olha para o interesse de um grupo. Cortella (2010, pg.106) fala que a ética, no seu sentido de conjunto de princípios e valores, é usada para “responder as três grandes perguntas da vida humana: QUERO? DEVO? POSSO?”. A ética na educação também está no auge, mas será que realmente se entende o que isso significa?

Quando se fala de ética na educação logo se pensa na conduta do professor em relação a seus educandos. A ética gira em todos os princípios e valores que norteiam a ação estabelecendo regras para o bem comum, tanto no individual como no coletivo, assim estabelece princípios gerais. Boff aponta que “Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável psicologicamente integrada e espiritualmente fecundada” (1997). No caso da educação gira em torno dos educandos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, LEI Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Art. 53 fala que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Sendo assim, o professor precisa trabalhar e empenhar-se para que isso ocorra. Seja em suas atitudes docentes, nas relações com os educandos, na postura do professor em sala, no chamar a atenção nas conversas, no relacionamento com os profissionais da escola ou na forma como se comporta na sociedade, a ética se faz presente como algo muito fundamental. O que é ética afinal?

Cortella (2010, pg.106) nos apresenta a seguinte definição:

“A ética é o conjunto de princípios e valores da nossa conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza manda e o que nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, julgar,avaliar.”

As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCMsEI) fala sobre três princípios: éticos, estéticos e políticos. Sobre os princípios éticos comenta-se: “Princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades”. Torna-se necessário que o professor em todo tempo aja com responsabilidade e forme em seus educandos uma atitude ética diante da vida. Dentro da ética estão contidas posturas bem definidas, pois os professores tornam-se modelo para seus educandos. O professor não pode pensar no educando apenas em sala de aula visando somente às notas para serem aprovados em sua matéria. Sendo um ser que vive em sociedade, cabe a ele com responsabilidade ajudar seu educando a se integrar na sociedade de forma ativa e participativa.

Para a atuação do professor, seja com os educandos ou com o corpo docente, é necessário possuir um estilo de vida equilibrado, desapegado de vícios que prejudiquem a si mesmo e aos outros. Suas ações precisam conter: afeto, alegria, sobriedade, moderação e em seu modelo de fala deve usar palavras cultas e não chulas ou gírias. Diante disso, não se pode deixar de pensar na importância das vestimentas, que não devem ser inconvenientes como: rasgadas, transparentes, curtas ou apertadas. É propício o uso de algo que lhe caia bem, seja descente e que combine com ele/ela, ou seja, usar algo que mostre seu estilo, lembrando que até nisso será copiado. A ética está presente em tudo. Cortella (2010, pg.107) diz que: “A ética é uma plantinha frágil que deve ser regada diariamente.” Isso acontece no nosso cotidiano.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Com o corpo docente ou a gestão, seu relacionamento deve acontecer de forma singela e colaborativa, pois ambos estão traçando objetivos para caminhos que os levarão a um só objetivo, a uma educação de qualidade, a uma aprendizagem significativa e ao crescimento de seus educandos. Ainda precisamos observar que é preciso tomar certos cuidados, principalmente, na sala dos professores nos intervalos, nos momentos de estudos e, é claro, na sua vida individual, dentre, os quais se podem relacionar:

- Comentário de ordem pessoal ou profissional negativa de outro docente ou de um educando;

- Falar mal da instituição fora do espaço de trabalho depreciando a direção, coordenação e outros;

- Se isolar em sua sala não permitindo que alguém lhe forneça sugestões para melhorar sua prática e não preste auxílio a um colega quando este necessita;

- Ano após ano em sala, adquirindo experiência, se autoavalia como o “super professor”, pensando que sabe tudo, fechando-se, assim, para o aprendizado que acontece do educando para ele.

Como é possível um professor permanecer na educação, no trato com os educandos quando se está nesse cargo porque não tem outra profissão ou simplesmente esperando a aposentadoria? O professor precisa acreditar na educação e ter convicção de que ela pode mudar a sociedade. Tem papel fundamental, ele influencia na maneira de pensar e agir dos educandos.

No livro “O tosco” o psicólogo Gilberto nos conta, de forma direta e simples, fatos da própria vida e nos mostra como a vida de um educando pode ser mudada com a ação positiva do professor. No decorrer da história é relatado (2009, pg. 75):

“- Me da um abraço? Pediu o professor. – O que? Não deu nem tempo. O professor me abraçou. Não lembrava de um abraço. Constrangido, bem desajeitado, dei um abraço. Ou melhor recebi um abraço.”

Os educandos têm direito a ter uma educação prazerosa e de qualidade. É fundamental que o professor cumpra as regras e normas da nossa educação. Para que a educação se torne com sabor e alcance seus objetivos, não dá para se pensar em apenas ensinar o conteúdo de determinada matéria, mas é necessário investir no educando para que ele se desenvolva, tornando-se crítico diante do que vê e lê, um questionador, sendo autor da sua própria história, saindo da plateia e indo ao palco. Cury (2003, pg. 66) em suas sábias palavras afirma que:

“É estimular o aluno a pensar antes de reagir, a não ter medo do medo, a ser líder de si mesmo, autor da sua própria história, a saber filtrar os estímulos estressantes e a trabalhar não apenas com fatos lógicos e problemas concretos, mas também com as contradições da vida”.

Vamos fazer um cálculo: um educando na educação infantil, fica 5 dias por semana, em média 5 anos, se contarmos berçário, maternal I, maternal II, jardim I e jardim II, mais ou menos 8h por dia, lembrando que essa é a primeira fase do ensino fundamental. Dez anos na segunda fase do ensino fundamental contando com a pré-escola. Aqui ele fica apenas 4h por dia. Ao todo são 15 anos. O ano letivo tem 220 dias, então, vamos aos números. Nosso educando ficará 3.300 dias, 110 meses em média. Na educação infantil o educando ficou em média 8.800h e na segunda fase do ensino fundamental 8.800h, no total: 17.600 horas. Com tantas horas no centro de educação infantil e no fundamental é inadmissível que ele saia apenas com conceitos científicos. Durante todo esse tempo e passando por tantos professores que têm o dever de lhe proporcionar uma educação de qualidade, precisa sair com suas potencialidades físicas, cognitivas, sociais, afetivas e psicomotoras desenvolvidas. Assim será capaz de intervir e provocar mudanças onde estiver.

CONCLUSÃO

Com certeza, os professores comprometidos com a ética, influenciam eticamente seus educandos, dando sua contribuição na transformação da sociedade. Sabemos que isso se constata em longo prazo, mas com certeza no tempo presente influenciam a mudança de pensamento, de atitude, ou seja, a vida de seus educandos. Dessa forma, constrói-se uma escola compromissada com saberes profundos, onde as experiências são dinamizadas coletivamente entre cidadãos vindos do seu próprio processo de construção, que assumam sua postura diante da vida, e que escolham sempre o melhor para sua vida e para a sociedade. Uma escola capaz de olhar o educando em um todo, acolhê-los, propondo assim um crescimento e desenvolvimento em todas suas dimensões, permite que se tenha uma educação com tempero, preocupada com o desenvolvimento completo de crianças e jovens, provocando, desse modo, uma grande mudança no futuro da sociedade.

BIBLIOGRAFIA

BOFF. Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990.
BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Secretaria da Educação Básica. Resolução Nº5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p.18.
CORTELLA. Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 9ed. – Petrópolis, RJ, Vozes, 2010.
CURY. Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. RJ, Sextante, 2003.
MATTJE. Gilberto Dari. Tosco. Campo Grande: Gráfica e Editora alvora, 2009.

Publicado por: Lenice Ramos Dutra

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.

Qual é o papel do professor e da educação na formação ética dos alunos?

Usamos a palavra ética para referendar a “atitude do professor”, pois a ação do professor é um importante mecanismo para o desenvolvimento da aprendizagem e conceitos morais da criança, ressaltando, é claro, que não é somente na escola que as crianças adquirem uma formação moral e contínua.

Qual o papel do professor na formação dos alunos com vistas a uma postura moral e ética?

Partindo desse princípio, o educador na responsabilidade da formação moral, de valores do aluno, deve estar empenhado em apresentar um conhecimento crítico do que está sendo desenvolvido no trabalho em grupo, de forma que venha somar na prática pedagógica.

Qual o papel do professor no processo de educação moral?

O professor deve assumir o papel de parceiro no processo de aprendizagem do aluno, influenciando de forma decisiva na qualidade do ensino e nas relações interpessoais que se estabelecem a partir da sala de aula.

Qual é o papel da educação na formação da ética e da moral?

Estimula o respeito às pessoas e ética Nesse campo, a educação também fala de valores éticos, tratando dos princípios adequados para todas as áreas da vida. Desse modo, o discente aprende a agir eticamente não só dentro da escola, mas também em todos os ambientes dos quais participa.