Quando se fala em seleção natural é verdade que o mais forte sobrevive?

O que é a teoria da evolução de Charles Darwin e o que inspirou suas ideias revolucionárias

22 novembro 2019

Há 160 anos, o naturalista britânico Charles Darwin publicava o livro “A origem das espécies'” (1859) e mudava radicalmente a biologia com sua Teoria da Evolução.

A explicação dele sobre a origem do ser humano representou uma verdadeira revolução — uma vez que, até meados do século 19, a maioria dos cientistas ocidentais compartilhava a ideia de que Deus tinha concebido todas as criaturas do planeta.

Alguns pesquisadores já falavam sobre uma possível evolução das espécies, mas Darwin foi o primeiro a oferecer provas científicas e explicar o mecanismo que a torna possível: a seleção natural.

Por causa disso, ele se tornou um dos pensadores e cientistas mais importantes da história. Mas, antes, precisou embarcar em uma viagem extraordinária por cinco continentes, fazer centenas de experimentos e refinar suas ideias ao longo de 20 anos.

Tudo começou em 1831, quando o então estudante de 22 anos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foi convidado a participar de uma grande expedição como naturalista.

Ele passou quase cinco anos a bordo do navio HMS Beagle, percorrendo vários continentes, a começar pela América do Sul. De lá, ele voltou com dezenas de exemplares de espécies vivos, ilustrações e fósseis.

Os fósseis deram a ele uma das primeiras pistas sobre a evolução — quando se deparou com os restos de um milodonte, um animal gigante já extinto, parecido com a preguiça, ele deduziu que a semelhança não poderia ser mera coincidência.

Ao passar pelo arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, o naturalista observou que em cada ilha existiam espécies distintas de tartarugas, que se diferenciavam pelo tamanho do pescoço e pelo formato dos casos.

Após anos de estudo, ele chegou à conclusão de que as diferenças nas tartarugas que viu em Galápagos eram produto da evolução.

De acordo com sua teoria, há uma luta pela sobrevivência na natureza, mas aquele que sobrevive não é necessariamente o mais forte e, sim, o que melhor se adapta às condições do ambiente em que vive.

No ambiente árido, as tartarugas de pescoço longo alcançavam os arbustos para se alimentar. Enquanto aquelas que viviam em local úmido, podiam comer grama e se proteger dos predadores graças ao pescoço curto e à carapaça arredondada.

Avanços científicos vieram a comprovar a teoria de Darwin, e até a Igreja Católica a acabou aceitando décadas mais tarde, com as devidas ressalvas de que a evolução era compatível com a fé.

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A seleção natural é um processo em que são selecionados os indivíduos mais adaptados a determinado ambiente.

Quando se fala em seleção natural é verdade que o mais forte sobrevive?
Um importante exemplo de seleção natural são as bactérias resistentes a antibióticos

Você, com certeza, já ouviu falar de Darwin e do processo da seleção natural. Mas o que realmente quer dizer seleção natural? É realmente o mais forte que sobrevive?

Charles Darwin, após voltar de sua viagem ao redor do mundo a bordo do navio Beagle, iniciou uma criação de animais domésticos. Ele observou que, muitas vezes, alguns criadores cruzavam animais com características importantes entre si. Isso fazia com que aquelas características fossem passadas de geração para geração. Esse método é conhecido por seleção artificial.

A partir dessas observações, Darwin começou a relacionar a evolução artificial ao que tinha observado na natureza. Ele havia notado que os seres vivos apresentam características variadas, e algumas delas poderiam até influenciar na sobrevivência desses seres, pois, muitas vezes, alguns indivíduos morriam muito precocemente.

A partir dessas observações, ele verificou que os que não morriam jovens conseguiam reproduzir-se e passar suas características aos seus filhotes. Darwin então propôs que haveria uma luta pela sobrevivência e que apenas os mais aptos poderiam sobreviver. Os que conseguiam chegar à idade reprodutiva passavam essas características aos seus descendentes. Ele chamou esse processo de seleção natural.

Vale destacar que não é o mais forte que sobrevive, e sim o mais apto. Isso quer dizer que apenas aqueles que possuem características favoráveis para sobreviver em um determinado ambiente conseguem reproduzir-se e passar suas características aos seus descendentes.

Um exemplo típico da seleção natural e visto nos dias de hoje é o caso das bactérias resistentes a certos tipos de antibióticos. Ao contrair uma doença bacteriana, logo somos instruídos a tomar antibióticos. Como as bactérias sofrem mutações constantemente, algumas vezes surgem indivíduos capazes de resistir a determinado medicamento. Elas podem reproduzir-se e passar sua característica aos seus descendentes. É aí que surge um problema: bactérias resistentes. Perceba que o meio é o nosso corpo e o antibiótico agiu como um agente externo que selecionou os indivíduos mais aptos, no caso as bactérias resistentes.

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Outro exemplo muito importante de seleção natural diz respeito à anemia falciforme. Essa anemia é uma doença hereditária que tem por principal característica a presença de hemácias em formato de foice e que possuem pouca capacidade de transporte de oxigênio. Apesar de ser uma doença grave, por que ela foi selecionada em algumas partes da África?

A resposta está no fato de que na África existem muitos casos de malária, outra doença grave. Entretanto, pessoas com esse tipo de anemia são imunes à malária e, por isso, a anemia falciforme acabou sendo selecionada. Observe que, em condições normais, a doença não seria selecionada, mas em um ambiente em que a malária podia causar a morte, a anemia era uma característica favorável. Lembre-se de que a seleção natural age selecionando indivíduos adaptados a um ambiente.

É importante destacar que a seleção natural atua a todo o momento e em todos os seres vivos, desde bactérias até humanos, sendo constante, portanto, a luta pela sobrevivência.


Por Ma. Vanessa dos Santos

Por Vanessa Sardinha dos Santos

É verdade que segundo a teoria da seleção natural o mais forte sobrevive?

ATENÇÃO: A seleção natural não diz que o mais forte sobrevive, uma vez que nem sempre o mais forte é o mais apto.

Quem sobrevive na seleção natural?

De acordo com a seleção natural, o organismo mais apto sobrevive e passa suas características aos descendentes, garantindo, portanto, que características vantajosas fixem-se em uma população. Podemos dividir a seleção natural em três tipos: estabilizadora, direcional e disruptiva.

O que podemos afirmar sobre a seleção natural?

A seleção natural afirma que os organismos mais aptos a viver em determinado local sobrevivem, reproduzem-se e passam as características vantajosas aos seus descendentes.

Quando falamos de seleção natural?

A seleção natural é um mecanismo evolutivo em que o organismo mais adaptado a viver em uma determinada área e em um período de tempo é selecionado. Dessa maneira, organismos que possuem maior capacidade de sobrevivência reproduzem-se mais facilmente e passam suas características aos seus descendentes.