Que tipo de exame é realizado para detectar artrite?

  • Que tipo de exame é realizado para detectar artrite?

Antes de responder a pergunta, é necessário fazer alguns esclarecimentos. 

Reumatismo é um termo genérico, que abarca em torno de duas centenas de enfermidades diferentes, de origens muito variadas, com exceção dos traumas agudos, que tem em comum a possibilidade de produzirem sintomas do aparelho locomotor.

Algumas dessas patologias são transtornos originários do próprio aparelho locomotor (articulações, músculos e tendões), enquanto outras são provenientes de distúrbios imunológicos (autoimunes, autoinflamatórios), metabólicos, infecciosos, endócrinos, hematológicos, genéticos, neurológicos, tumorais, que trazem conseqüências sobre ele.

Várias dessas doenças podem, em determinados pacientes, mesmo ao longo de anos, não trazer repercussão para as articulações, músculos e tendões, mas resultar em danos para diferentes órgãos, como pele, coração, pulmões, rins, sistema nervoso, olhos, intestino, fígado.

Os sintomas dos transtornos reumáticos são muito variados, e muitas vezes são comuns a várias doenças diferentes, exigindo bastante experiência clínica por parte do médico reumatologista para um diagnóstico adequado.

Diversas enfermidades reumáticas são de instalação insidiosa, muitas vezes precedidas por anos por anormalidades laboratorias, com posterior surgimento de sintomas inespecíficos e somente então, aparecimento de manifestação de doença clinicamente detectável e bem diferenciada para receber diagnóstico.

Nesse sentido, percebe-se que os exames laboratoriais podem ter um papel relevante para o diagnóstico das condições reumáticas. Os exames comumente mais utilizados são VHS (velocidade de hemossedimentação), PCR (proteína C reativa), ASLO (antiestreptolisina O), FR (fator reumatóide), FAN (veja aqui - fator antinuclear), ANCA (anticorpos anticitoplasma de neutrófilo). No entanto, há algumas limitações:

  • Muitas enfermidades reumáticas não são acompanhadas de alterações laboratoriais no sangue (não são “reumatismos do sangue” na linguagem popular).
  • Alterações em exames de sangue que ocorrem em algumas condições reumáticas frequentemente não são específicas.
  • Há casos em que enfermidades reumáticas que tipicamente alteram exames laboratoriais não o fazem no início da doença, ou em uma minoria de pacientes, nunca irão alterar.
  • Várias doenças não reumáticas podem trazer resultados positivos em exames solicitados comumente para reumatismo.

Retomando a pergunta proposta no título do texto, sobre a existência de exames de sangue para reumatismo, as respostas são: SIM e NÃO. Veja:

  • Se pensarmos como exames para diagnosticar uma condição erroneamente interpretada como única e chamada popularmente de reumatismo, a resposta é NÃO.
  • Se pensarmos como exames suficientes e específicos para o diagnóstico de determinada enfermidade reumática, a resposta também é NÃO.
  • Porém, se pensarmos como exames que são escolhidos para cada paciente após devida suspeita de enfermidade específica por médico experiente, a resposta é SIM.

Em resumo, os exames de sangue são arma valiosa do reumatologista que saber explorar o significado dos resultados dentro de uma situação clínica específica apresentada pelo paciente.

Dr Leandro Tavares Finotti 

Que tipo de exame é realizado para detectar artrite?

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O que é?

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns são os da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro mas a coluna cervical é frequentemente envolvida. As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional. As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete).

Além das articulações outros podem ser acometidos?

Sim, porém menos comumente outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.

Como é feito o diagnóstico?

Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de artrite reumatóide é feito quando pelo menos 4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 semanas:

  • Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 hora
  • Artrite em pelo menos três áreas articulares
  • Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas proximais (articulação do meio dos dedos) e metacarpofalangeanas (entre os dedos e mão)
  • Artrite simétrica (por exemplo no punho esquerdo e no direito)
  • Presença de nódulos reumatóides
  • Presença de Fator Reumatóide no sangue
  • Alterações radiográficas: erosões articulares ou descalcificações localizadas em radiografias de mãos e punhos.

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.

Quais os exames devem ser feitos?

Apenas o médico especialista pode avaliar quais exames devem ser solicitados a cada paciente. Na avaliação laboratorial o fator reumatóide pode ser encontrado em cerca de 75% dos casos já no início da doença. Anticorpos contra filagrina/profilagrina e anticorpos contra peptídio citrulinado cíclico (PCC) são encontrados nas fases mais precoces da doença mas apresentam um custo maior. As provas de atividade inflamatória como o VHS e a proteína C reativa correlacionam-se com a atividade da doença. Exames de imagem como radiografias, ultrassonografias, tomografias, ressonância, etc podem ser solicitados pelo médico reumatologista após a avaliação de cada quadro clínico individualmente.

Como é o tratamento?

O tratamento medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, devendo ser mais agressivo quanto mais agressiva for a doença. Os antiinflamatórios são a base do tratamento seguidos de corticóides para as fases agudas e drogas modificadoras do curso da doença, a maior parte delas imunossupressoras. Mais recentemente os agentes imunobiológicos passaram a compor as opções terapêuticas. O tratamento com antiinflamatórios deve ser mantido enquanto se observar sinais inflamatórios ou o paciente apresentar dores articulares. O uso de drogas modificadoras do curso da doença deve ser mantido indefinidamente. O tratamento medicamentoso é sempre individualizado e modificado conforme a resposta de cada doente. Em alguns pacientes há indicação de tratamento cirúrgico, dentre eles cita-se a sinovectomia para sinovite persistente e resistente ao tratamento conservador, artrodese, artroplastias totais, etc.

Fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária. A proteção articular deve garantir o fortalecimento da musculatura periarticular e adequado programa de flexibilidade, evitando o excesso de movimento.  O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância de cada paciente.

E o acompanhamento médico?

Na artrite reumatóide, assim como em várias outras doenças reumáticas crônicas, o seguimento pelo médico reumatologista é imprescindível e deve ser contínuo. Os intervalos entre as consultas variam de paciente para paciente. Em alguns casos avaliações mensais são necessárias enquanto em outros casos, com doenças de menor gravidade ou controladas, intervalos maiores entre as consultas podem ser estabelecidos.  Exames de acompanhamento são feitos com freqüência para avaliar a atividade da doença e efeitos colaterais das medicações. Apenas o médico pode diminuir ou aumentar a dose das medicações, modificar o tratamento quando necessário ou indicar a terapia de reabilitação mais adequada a cada caso.

Qual exame comprova artrite?

O médico também pode solicitar exames de laboratório. Alguns desses exames servem para avaliar o grau de inflamação e são chamados provas de atividade inflamatória. Os mais utilizados são a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a dosagem da proteína C reativa (PCR), realizados em amostras de sangue.

Como posso saber se estou com artrite?

Principais sintomas.
Dor intensa e inchaço na articulação;.
Dor em mais de uma articulação;.
Sensação de ardência;.
Vermelhidão na articulação;.
Dificuldade de movimentar a articulação afetada, principalmente ao acordar;.
Caroços na articulação;.
Perda de peso;.
Febre;.

Qual exame de sangue detecta artrite e artrose?

Então, o reumatologista pede exames gerais, como hemograma e provas de atividade inflamatória – como a hemossedimentação, que identifica a rapidez com que os glóbulos vermelhos se movimentam, e a proteína C reativa, que detecta a produção exacerbada de uma proteína ligada à inflamação.

Como é a dor da artrite?

A dor da artrite reumatoide é acompanhada de limitação de movimentos, também chamada de rigidez matinal. Porém, a rigidez da artrite reumatoide pode se apresentar em vários horários durante o dia-a-dia, principalmente após longos períodos em repouso.