Embora se valha de imagens coletivas como a da orquestra ou a da multidão faminta

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Pensar a literatura de Mário de Sá-Carneiro é enveredar por um contexto densamente elaborado. Há os arroubos dos modernistas portugueses - tão bem conectados - que ele e Fernando Pessoa exploraram com maestria, seja em seus projetos pessoais, seja na Revista Orpheu, projeto que desenvolveram em comum. Além disso, há o desenvolvimento de um eu-lírico melancólico, à beira de um abismo de sentimentos. Enquanto Pessoa estava em Lisboa e Sá-Carneiro, em Paris, os dois poetas mantiveram intensa correspondência. Dessas cartas, são conhecidas as enviadas por Sá-Carneiro, as quais extrapolam os limites do pessoal e apresentam fruição poética, uma espécie de arcabouço literário, a que se articula Dispersão - conjunto de poemas publicado em 1915. A melancolia é encontrada também nas linhas consideradas como palavras do próprio Sá-Carneiro em diálogo com o amigo. É aí que a sobreposição literário/extraliterário se evidencia; é aí que ambas as instâncias dialogam. Se as cartas têm notadamente cunho pessoal e os poemas estão no campo do ficcional, as armadilhas da escrita ali tomam corpo, levando o leitor a aproximar ficcional e biográfico, tomando-os por uma escrita confessional, corroborada pelo suicídio do poeta, dado que acaba sendo considerado o elo necessário para dar respaldo a tal leitura.

Este livro perfaz 2 movimentos, 2 estratégias de leitura, a da intermidialidade e a da literatura de multidão. A fronteira entre elas é tênue e provisória. O que as separa é um filtro, que tanto deixa passar quanto retém. É um livro de crítica, um exercício de experimentação crítica que propõe um olhar transversal sobre as obras, com a finalidade de compreendê-las por aquilo que nelas remete para as formas de vida, para os espaços de produção simbólica e de sua logística de circulação e consumo. É um livro de crítica porque não negligencio 100 anos de poética literária, 100 anos de métodos e pesquisas em nome de conteúdos que, por não observando os muitos movimentos de sentido que as obras perfazem, tornam-se conteúdos-clichês, por mais bela que seja a causa, o projeto, a demanda. Se os textos não são as origens da literatura, como um certo lugar comum costuma dizer, se são antes o resultado de uma série de operações é porque estas não podem funcionar sem que o texto as medeie. Por isso, penso menos nos textos por si mesmos e mais nas nossas relações com eles e, através deles, com nós mesmos. Mas este é um livro de crítica porque creio ainda ser possível voltar à leitura pormenorizada das obras, acredito inclusive que qualquer significado ético, político, identitário ou qualquer outro só pode ser compreendido, se for honesto, observando os meios e modos que dão estruturalidade às obras. Se é preciso ir além delas e de suas textualidades, que nunca são só “obras” e “textos”, proponho-me inclusive lê-las à revelia delas mesmas, naquilo que têm de médium, o que está entre, no interior e em volta. A prosaística de Lima Barreto e a poética de Augusto de Campos são os modelos, moleculares, das 2 estratégias de leitura aqui propostas. É com eles que a literatura de multidão se transforma em intermidialidade e a intermidialidade assume-se multidão. Tão diferentes em quase tudo, são, contudo, tão parecidos no “compromisso total perante a linguagem”, com os problemas mais urgentes que seu tempo coloca para a prática literária e simbólica em geral, para os espaços de preservação da memória e de sua expansão para além de todo passado aprisionado em si mesmo. Em Lima Barreto, fui buscar a potência dos pobres e a escrita e seus gabinetes de produção de verdades e de mentiras como objeto de pesquisa inseparável da prática literária. Em Augusto de Campos, encontrei todos os fora da literatura e da poesia em sua articulação com uma pesquisa sobre seu próprio estatuto e de sua longa tradição nas sociedades contemporâneas e de suas muitas tecnologias de produção de signos. Em ambos, a multidão aparece ora como vozes dissonantes, ora como as muitas formas de solidariedade e partilha atravessadas por uma reflexão sobre o fazer literatura e poesia em tempos de transformação violenta, técnica, política e cultural, das sociedades contemporâneas.

Como você interpreta os versos fazendo da memória um balde cego vazando no negrume de um poço?

[Resposta pessoal] Interpreto esses versos como uma espécie de metáfora com o funcionamento da memória, que não pode ser controlada. Ela simplesmente se vai, assim como um balde no negrume de um poço.

Por que no poema A orquestra é caracterizada?

C) A "orquestra irônica" de que fala o autor refere-se ao som de dor e de morte, caracterizado pelo barulho das correntes, dos chicotes, somados aos gemidos, choros, gritos, ais e lançamento de corpos ao mar.

Que sentidos podem ser percebidos?

Os cinco sentidos, que estão relacionados com a percepção do meio interno e externo, são o olfato, paladar, visão, audição e tato.

Qual a sua percepção sobre o navio negreiro?

Em O Navio Negreiro aprendemos que a percepção da tragédia da escravidão não se deveu apenas aos sentimentos humanitários de alguns, mas à ação dos próprios envolvidos no tráfico, especialmente os marinheiros que retornavam aos portos com histórias monstruosas e cicatrizes emocionais e físicas.