O mundo sombrio de sabrina richard coyle

Esse texto vai falar da terceira parte da série e pode conter spoilers para quem não viu a Primeira e Segunda Parte.

Sabrina (Kiernan Shipka) está procurando uma forma de entrar no Inferno e salvar seu namorado, Nick (Gavin Leatherwood), que tem passado por sofrimentos inimagináveis, tanto nas mãos de Lúcifer (Luke Cook) como na de Lilith (Michelle Gomez). Ela conta com a ajuda dos seus amigos mortais, Harvey (Ross Lynch), Rosalinda (Jaz Sinclair) e Theo (Lachlan Watson) nessa empreitada, que mesmo tentando levar suas vidas normais de adolescentes, formando uma banda e participando de atividades extracurriculares na escola, não conseguem se desvencilhar do lado sobrenatural que ronda Greendale. Ao começarem a percorrer a estrada infernal eles percebem que pode ter sido um erro terrível entrar no reino de Satã e ter que lidar com seus piores medos.

Enquanto Sabrina usa toda sua energia para recuperar o namorado, a Igreja da Noite está sendo conduzida por suas tias. Zelda (Miranda Otto) e Hilda (Lucy Davis) tentam manter a academia e o coven em segurança, porém isso não se mostra uma tarefa muito fácil, visto que elas sentem que os poderes das bruxas têm enfraquecido. Prudence (Tati Gabrielle) e Ambrose (Chance Perdomo) estão caçando o Padre Blackwood (Richard Coyle) e os gêmeos Judas e Judith e logo percebem que precisarão descobrir novas bruxarias para chegar perto do padre, muito mais sábio nas artes ocultas do que os dois juntos.

Os primeiros episódios são intensos e de resolução rápida para os problemas que se apresentam e isso agiliza a narrativa e mostra a evolução dos personagens. Infelizmente isso não se estende para o resto da temporada que se perde ao mostrar soluções fáceis e ao inserir objetos e personagens que são introduzidos com o propósito de tapar as falhas de roteiro. Na tentativa de escalar ainda mais o conflito, toda resposta é intermediária, ela nunca encerra o conflito em si e apenas aumenta a chance de dar errado, numa tentativa de aumentar o clímax nos episódios finais. Episódios que, para mim, são os piores da temporada porque os roteiristas brincam com as expectativas do público e escolhem a alternativa mais preguiçosa para resolver os conflitos do novo ano da série e já deixar engatilhado as pertubações que podem causar na próxima parte.

Nem tudo é ruim e a família Spellman continua sendo uma das melhores famílias da ficção. Quando todos estão juntos para enfrentar o caos, que muitas vezes foi criado por eles mesmos, dá gosto de ver todos em ação. A amizade da Sabrina com seus amigos mortais também entra no prumo e mostra ótimos momentos, mesmo que em alguns momentos os roteiristas entregassem falas e ações subentendidas para problemas futuros. Prudence continua sendo uma das melhores personagens, em toda sua complexidade. Lilith também entrega ótimos momentos, seu senso de preservação e egoísmo continuam intactos. Já o Lorde das Trevas continua cínico e sempre consegue extrair o pior daqueles com quem entra em contato, mas foi quase um coadjuvante de luxo nessa temporada. Uma escolha acertada foi ter trazido novos deuses para essa mitologia, mostrando que tem muito mais gente brigando nesse páreo que só o céu e o inferno e como foi vaticinado no fim, o pior ainda está por vir.

Depois de tanto esperar uma temporada nova, a sensação foi agridoce, foi bom rever os personagens e esse mundo sobrenatural, porém a sensação que fica é que poderia ter sido melhor. Os musicais em alguns episódios não me incomodaram, mas não fazem diferença. Fica a torcida para que a parte quatro volte com o mesmo encanto das duas primeiras.

Jornalista. Ansiosa. Apaixonada por livros. Velha e louca. Ver todos os posts por Camila