O que é o povo de Deus?

O que é o povo de Deus?

Pensando em nossa América Latina, com sua variedade de povos e costumes, vislumbramos uma riqueza imensa de vida, de fé e de sonhos.

Nossa vida é de peregrinos, algo enraizado em nossa existência. Nenhum ser humano é capaz de se estabelecer numa quietude sem fim. Ele é como a fonte que não para de jorrar a água, mesmo sem saber onde ela vai parar ou a quem vai servir.

Somos um povo de caminheiros. Já no Antigo Testamento, Abraão foi convidado por Deus a deixar sua terra e ir para a terra que ele havia lhe prometido (Gênesis,12). Moisés, por sua vez, teve de deixar seu lugar privilegiado e partir para o Egito e se fazer irmão do povo oprimido. No Novo Testamento, o maior grau dessa peregrinação inerente no ser humano é a vinda de Jesus, o Filho de Deus, que veio estabelecer sua tenda, sua morada no meio de nós. Ele nasceu em Nazaré e Maria sua Mãe, se fez a serva do Senhor.

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Santuário Nacional, enorme em seu tamanho, abriga uma imagem pequenina, de apenas 36 cm. A primeira mensagem que vem ao coração do peregrino certamente é esta: “Fazer-se pequeno, humilde, simples”, assim como são os povos da América Latina. Maria proclamou seu Magnificat na casa de Isabel. Ali ela proclama a grandeza do Deus Salvador em que colocou sua fé e esperança. Nasce ali a espiritualidade dos pobres, dos simples, daqueles que são reconhecidos pelo Deus da Vida. Maria reconhece as grandes coisas que o Senhor realizou no seu povo, nos pobres, nos marginalizados e nos injustamente oprimidos.

Cada santuário, assim como o de Aparecida, mostra-nos a aceitação do nada do homem diante da grandeza de Deus. Espelhamos isso em Nossa Senhora, como o coração que se esvazia e que se doa. Nos corações que se esvaziam de si mesmos é que Deus trabalha para mostrar aos poderosos a salvação dos pequenos.

Desse modo, ninguém pode negar, subestimar ou negligenciar a fé daquele que vem a pé, ou entra de joelhos no santuário ou ainda vai acender sua vela com muita fé, independentemente de sua origem raça ou lugar. Nossa mente intelectualizada, ou simplesmente dominada pela razão, pode negar ou não saber medir o tamanho de um coração pequeno que se coloca diante da grandeza de Deus. A imagem pequenina ensina-nos a tornarmo-nos humildes, simples e pequenos diante de Deus e diante do irmão. Maria trilhou esse caminho e ensina-nos a fazer o mesmo. Ser romeiro é ser querido por Deus, por isso, nenhuma atmosfera que possa subestimar esses peregrinos pode aninhar no coração daqueles que o recebem.

Na América Latina e no Brasil particularmente, onde a Igreja é marcada por grande massa de povo, pobre e marginalizado, há plena identificação com essa Mulher pobre e simples de Israel, “embora vestida de sol como o arrebol”. Ela, fazendo-se pequena diante de Deus, conseguiu a maior grandeza humana. Pobreza que gera grandeza e nobreza.

Assim, o peregrino depara-se com a grandeza e a beleza desse Santuário Nacional, mas se confronta com a pequenez da Imagem que nele faz morada. Admira e se extasia diante do tamanho, a altura e suas proporções, mas emociona-se, comove-se diante da Imagem pequenina, tirada das águas do rio Paraíba quase 300 anos atrás.

Como medir esse índice de liberdade que se passa no coração do peregrino motivado pela fé, pela esperança e por seu amor para com Deus? Não é, portanto, o Santuário, um lugar de milagres sem fim e de coisas estupendas ou grandiosas? O silencioso rio Paraíba, naqueles idos do século XVIII, guardava uma Imagem tosca e simples. Hoje o Santuário Nacional, como o rio Paraíba, guarda uma imagem silenciosa, mas que grita ao coração do povo brasileiro e no de cada peregrino que a busca com sinceridade. Aqui está o silêncio que ecoa mais forte que qualquer outra voz: é a voz de Maria, a Senhora Aparecida!

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4.0 out of 5 stars Compreender e conhecer o outro

Reviewed in Brazil on March 17, 2022

Este livro me ensinou muito. Quem não é evangélico sempre ouve falar deles, tem conhecidos que são, e infelizmente dentro da ignorância e por eles muitas vezes terem ideias muito conservadoras surge até mesmo um preconceito contra. Mas a questão que eu tinha, era porque tantas pessoas estavam se convertendo e muitas deixando o catolicismo, pergunta que este livro responde. Foi possível compreender que uma grande maioria encontra nas igrejas evangélicas o apoio e o acolhimento que o Estado e outras igrejas não oferecem diante da miséria, da pobreza, de viver em meio ao crime, de ter que lidar com a polícia muitas vezes violenta, a falta de emprego, não ter onde deixar seus filhos para trabalhar, ajuda com médicos e remédios, ajuda com um advogado entre tantas outras coisas. A fé também está aí, pois se sentem acolhidos e socorridos por Jesus. Um outro ponto relevante e que confesso ter tido um pouco de dificuldades em compreender foi o empoderamento das mulheres, mas dentro do contexto deles é fato isto, pois são mulheres que apanham, sofrem violência principalmente de homens alcóolatras, mulheres que nunca são ouvidas, que tem dupla jornada ou como tem pouco ensino não conseguem um trabalho, e indo para a Igreja elas são ouvidas, conseguem um trabalho, falam, e os maridos acabam se convertendo também e deixam de beber e se dedicam mais à família. Que ele seja o chefe da casa não é um problema para elas, pois sabem que se ele está ali é graças a sua atuação com a igreja, e elas ficam felizes com sua presença e atuação.
Porém se por um lado o livro nos mostra o porque destas igrejas estarem crescendo tanto, e também nos explica as diferenças dentro do protestantismo e suas várias igrejas, ele também traz uma crítica a questão da busca de poder junto ao Estado e suas consequências para todos que não são evangélicos. Se inicialmente a igreja protestante chegando ao Brasil lutou pela liberdade religiosa em um país predominantemente católico, agora ela quer inverter isto, e impor aos outros suas ideias e dogmas. E isto devido ao fato de acreditarem que Jesus somente voltará quando todos estiverem evangelizados, entre os fiéis, mas do lado das lideranças é um jogo de poder que muitas vezes nem condiz com o que pensam os fiéis.
Uma visão contra os direitos humanos, contra o meio ambiente, contra a ciência, e querendo introduzir nas escolas uma visão neopentecostal sobre o criacionismo, por exemplo, ou uma visão histórica baseada na bíblia. O livro explica bem o que é a teologia da prosperidade e a questão da meritocracia para eles, diferente da ética protestante do trabalho das igrejas históricas. Penso que vale a pena ler, conhecer e compreender melhor o nosso país, mas continuo defendendo o Estado laico e a liberdade religiosa de todos.

5.0 out of 5 stars Povo de Deus

Reviewed in Brazil on November 6, 2020

Abordar um assunto dessa natureza, como muitos outros, num pais pobre, mai educado, povo humilde e sofredor, explorado por castas de privilegiados como e o nosso Brasil, nao é facil...e com isencão e conhecimuento a partir da proximidade..
Reconheco o meu distanciamento do tema e a superficialidade e esteriotipos que criei, por falta de aprofundar o conhecimento. O livro ajuda a uma relexão mais sensata, mais madura, sem muitas emoçōes e cOm mais racionalidade.
Parabens Juca, recomendo essa leitura a todos que pretendam se abstrair de preconceitos ....valeu !!!! Asterio

5.0 out of 5 stars Excelente leitura

Reviewed in Brazil on January 13, 2021

Gostei muito do livro e recomendo a leitura! O autor fez uma leitura fiel sobre os evangélicos pertencentes a classe C e também a postura da igreja atual como um todo. A leitura é facil e didática. Elogio o trabalho pois reconheci como o autor realmente se dispôs de preconceitos para avaliar essas pessoas de forma respeitosa e mostrar o quanto os evangelicos são complexos e como é imprescindível conhece-los para entender porque eles foram importantes na decisão da ultima eleição.

3.0 out of 5 stars Uma leitura sem preconceitos acerca desta faixa da população

Reviewed in Brazil on November 24, 2020

O autor faz um relato bem escrito e fundamentado sobre quem é o evangélico brasileiro. Totalmente livre de esteriótipos o autor busca , a partir de sua imersão nestas comunidades , entender quem é , de onde veio, como pensa e para onde deve ir esta faixa populacional cada vez mais numerosa e influente na sociedade brasileira .

5.0 out of 5 stars Aprendi muito sobre a relação do Neopentecostalismo com o discurs

Reviewed in Brazil on October 22, 2022

Com o discurso que elegeu Bolsonaro em 2018 e também de como a Teoria da Prosperidade explica a relação do Neopentecostais com as políticas de desmamento implementadas por Jair Bolsonaro. Entendi por que o evangélico da periferia vota para também eleger a Bancada do Agro e da Bala.

O que é um povo de Deus?

Este povo, ao qual nós pertencemos pela fé e pelo batismo, tem origem em Deus Pai. É belíssimo saber disto, que o povo de Deus, a igreja como povo de Deus, não nasceu no coração de um Santo, não nasceu no coração humano, mas nasceu no coração do próprio Deus. Este povo de Deus tem por cabeça Jesus Cristo.

Quem é o povo de Deus na Bíblia?

O livro do Gênesis relata que Abraão foi chamado de Ur dos Caldeus para Canaã, para formar um povo com a crença no Deus Único. Quando a terra de Canaã foi assolada pela fome, Jacó (Israel), seus 12 filhos e suas famílias foram para o Egito, onde seus descendentes foram escravizados.

Quem é o povo do Senhor?

As pessoas que fazem convênios com o Senhor e com quem o Senhor faz convênios são conhecidas como o povo do convênio do Senhor. Os membros da Igreja são parte do povo do convênio do Senhor. No evangelho, um convênio significa um acordo sagrado ou uma promessa mútua entre Deus e uma pessoa ou grupo de pessoas.

Quem é o povo escolhido por Deus?

São muitos os que se perguntam por que Deus escolheu Israel para ser seu povo especial ao longo da história. O Senhor mostrou favor para com o povo judeu, em parte por causa da fé de Abraão, o patriarca fundador dessa nação.