O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?

O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?

Cientistas puderam estudar até
o conteúdo estomacal do fóssil. 
Foto: AFP. CLIQUE PARA AMPLIAR

No último dia 19 de maio, a divulgação da descoberta de um novo fóssil chamou a atenção da comunidade científica de todo o mundo. Chamado de Darwinius masillae, o fóssil foi achado em Messel, na Alemanha, ganhou o apelido de Ida e tem 47 milhões de anos.

Os cientistas acreditam que ele pertence a uma nova espécie, ancestral do ser humano. O paleontólogo Jørn Hurum, um dos co-autores do artigo sobre a descoberta, disse em entrevista ao jornal britânico "The Guardian" que este é mais o completo fóssil já encontrado de um primata que tenha vivido antes de ser inventado o enterro humano. Isso porque, em geral, os fósseis contêm apenas pequenos pedaços de ossos. Já Ida está 95% completa, não só em termos de ossos, mas também ainda tem vestígios de pele, pelos e conteúdo estomacal.

"Com um fóssil tão bem preservado, podemos estudar as características que mostram tendências evolutivas e que dão pistas sobre como o ser humano se tornou o que é hoje", afirma Sílvia Gobbo, pesquisadora do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. A pesquisadora afirma também que não há nenhum indício de que esse fóssil seja ancestral próximo do ser humano. "Já foram encontrados muito fósseis mais jovens e mais ligados a nós.

Pela idade, Ida é da linha de evolução dos antropóides, mas se encaixa antes de ela ter se dividido, um lado indo para o desenvolvimento dos seres humanos, outro para o dos macacos", explica Sílvia Gobbo. Além disso, não se pode dizer que Ida é nosso ancestral direto, já que isso só pode ser determinado por meio de exames de DNA, quase impossíveis de realizar em fósseis. "O que se sabe é que esse é mais um aparentado e está na linhagem de evolução que vai até os humanos. É mais provável que seja um tio ou um primo do que avô da nossa espécie", diz a professora. Como os primeiros estudos sobre Ida acabaram de ser divulgados, outros pesquisadores ainda precisam analisar o fóssil e as conclusões preliminares . Porém, se ficar comprovado que ele pertence a uma espécie ainda não catalogada, será o 15º ancestral do homem de que temos notícia.

Para a ciência, a descoberta de um mais um ancestral humano é de grande importância. Primeiro, porque é mais uma prova de que a evolução aconteceu e vai continuar acontecendo. Além disso, é essencial para que possamos entender a diversidade da natureza e também a nossa história evolutiva. "Descobrir um novo fóssil é muito legal, é como descobrir um irmão novo. Mas o importante mesmo é que eles nos ligam à natureza. Isso mostra que o homem não é uma criação especial. É mais um ser vivo dentro da escala natural", conclui Sílvia Gobbo.

Quer saber mais?
Na internet: Árvore filogenética do homem - http://anthropology.si.edu/humanorigins/ha/a_tree.html

A deriva continental é uma teoria proposta pelo meteorologista alemão Alfred Wegener, no ano de 1912, e que explica a formação dos continentes. Antes de obterem sua configuração atual, as terras emersas do planeta formavam um único bloco continental, a Pangeia. Com o passar do tempo geológico, esse bloco se fragmentou, dando origem, inicialmente, a Laurásia e a Gondwana. Seu movimento contínuo ocasionou um novo rompimento e a atual distribuição dos continentes.

Leia também: O que é uma península?

Tópicos deste artigo

  • 1 - Resumo sobre a deriva continental
  • 2 - Videoaula sobre a deriva continental
  • 3 - O que é a deriva continental?
  • 4 - Origem da deriva continental
  • 5 - Características da deriva continental
  • 6 - Exercícios resolvidos sobre a deriva continental

Resumo sobre a deriva continental

  • A deriva continental é uma teoria elaborada por Alfred Wegener em 1912.

  • De acordo com essa teoria, os continentes terrestres formavam, há mais de 200 milhões de anos, uma massa única chamada Pangeia. Esse bloco continental era banhado pelo oceano denominado Pantalassa.

  • A Pangeia se fragmentou e deu origem a dois continentes: Laurásia e Gondwana. Como não são estáticos, os continentes continuaram a se movimentar até chegarem à atual configuração.

  • A comprovação da existência de grandes blocos rochosos que formam a litosfera (placas tectônicas) e a explicação do mecanismo que os movimentam sobre o magma vieram somente na década de 1960, 30 anos após a morte de Wegener.

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Videoaula sobre a deriva continental

O que é a deriva continental?

A deriva continental é uma teoria, elaborada pelo meteorologista e geofísico alemão Alfred Wegener (1880-1930) no início do século XX, em 1912, que propõe que os continentes terrestres, antes de chegarem a sua forma e posição atual, compunham uma só massa chamada Pangeia há, aproximadamente, 225 milhões de anos. Esse bloco continental seria circundado também por um único oceano, que recebeu o nome de Pantalassa.

As ideias de Wegener foram sistematizadas e publicadas, no ano de 1915, no livro chamado A origem dos continentes e dos oceanos.

O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?
Meteorologista e geofísico alemão Alfred Lothar Wegener, autor da teoria da deriva continental.

Origem da deriva continental

Antes da apresentação da teoria da deriva continental feita por Alfred Wegener, outros cientistas e pensadores contemporâneos e também muito anterioresa ele fizeram proposições semelhantes com relação ao ordenamento da litosfera e à forma dos continentes. Entre elas estão as ideias de Abraham Ortelius, cartógrafo belga que é considerado o pai do Atlas Moderno e que, ainda no século XVI, escreveu sobre a união pretérita dos continentes tendo como base a sua geometria conhecida.

Embora as ideias de que os continentes estiveram outrora encaixados tenham se propagado com o passar do tempo, elas ganharam força a partir do século XIX sem que houvesse, entretanto, a sua sistematização e maior explanação a respeito dos motivos e mecanismos que levaram à disposição atual dos continentes.

A teoria da deriva continental de Wegerer se originou da observação do desenho das costas da América do Sul e da África, as quais possuem formas complementares que parecem se encaixar perfeitamente. Diferentemente dos seus antecessores, o meteorologista fundamentou as suas ideias com base nas similaridades físicas, geológicas e fósseis encontradas em porções de terra separadas pelos milhares de quilômetros que formam o oceano Atlântico.

O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?
Mapa da Pangeia elaborado por Alfred Wegener.

Com o passar do tempo, e após a morte de Wegener, sua teoria foi sendo aperfeiçoada e se tornou ainda mais abrangente, ganhando elementos que auxiliaram na explicação e no entendimento da dinâmica da litosfera terrestre.

Veja também: Qual a diferença entre tempo geológico e tempo histórico?

Características da deriva continental

A deriva continental explica que, há 225 milhões de anos, no Permiano, todos os continentes estavam unidos em um só bloco que recebeu o nome de Pangeia. O oceano que circundava a Pangeia recebeu o nome de Pantalassa. Alfred Wegener baseou a sua teoria na semelhança entre a foma das costas dos continentes sul-americano e africano principalmente, mas esse não foi o único argumento utilizado por ele.

A composição geológica do substrato rochoso de países localizados em diferentes continentes bem como a continuidade geomorfológica e a semelhança de formas que compõem o relevo sul-americano e africano, por exemplo, foram utilizados também para justificar a ideia de que essas áreas estiveram conectadas no passado geológico.

Para além das evidências geológicas e geomorfológicas, a deriva continental se apoia, ainda, nos registros fossilizados da vida animal e vegetal em continentes diferentes e que representam as mesmas espécies ou indivíduos com características biológicas muito semelhantes.

O gradual movimento dos continentes levou à fragmentação da Pangeia e à formação de duas massas distintas, uma predominantemente no Hemisfério Norte e a outra no Sul, que foram chamadas, respectivamente, de Laurásia e Gondwana. A formação delas ocorreu na era Mesozoica (período Triássico) há, aproximadamente, 200 milhões de anos. Uma vez que as terras não eram estáticas, a sua movimentação contínua fez com que houvesse uma nova separação e o posterior estabelecimento dos continentes como hoje os conhecemos.

A deriva continental não foi um consenso na comunidade científica quando foi lançada, e Wegener, em 1930, não conseguiu provar a sua teoria e também não obteve melhores explicações a respeito do mecanismo que condicionava a movimentação dos continentes. À época, não havia informações suficientes a respeito da formação do interior do planeta Terra e de como era composta a sua crosta. De acordo com Wegener, as extensas massas emersas flutuavam sobre as águas oceânicas, e era o que causava a movimentação dos continentes e a sua consequente fragmentação.

O aperfeiçoamento dos estudos do assoalho oceânico fez com que, na década de 1960, surgisse uma teoria que viria a corroborar com a deriva continental e explicar a formação da litosfera e o porquê de haver o deslocamento das massas continentais. Trata-se da teoria das placas tectônicas ou da expansão do assoalho oceânico. Identificou-se que a litosfera, camada mais externa do planeta Terra, é formada por grandes blocos de rocha que comportam tanto os continentes quanto o fundo dos oceanos. Esses blocos se encontram em movimento lento e constante sobre o magma, o que é causado pelas chamadas correntes de convecção.

A teoria da deriva continental, em conjunto com a tectônica de placas, é a mais aceita e utilizada para a explicação da formação dos continentes e configuração atual da litosfera terrestre.

Exercícios resolvidos sobre a deriva continental

Questão 1 - (Fuvest) A Litosfera é fragmentada em placas que deslizam, convergem e se separam umas em relação às outras à medida que se movimentam sobre a Astenosfera. Essa dinâmica compõe a Tectônica de Placas, reconhecida inicialmente pelo cientista alemão Alfred Wegener, que elaborou a teoria da Deriva Continental no início do século XX, tal como demonstrado a seguir.

O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?

As bases da teoria de Wegener seguiram inúmeras evidências deixadas na superfície dos continentes ao longo do tempo geológico. Considerando as figuras e seus conhecimentos, indique o fator básico que influenciou o raciocínio de Wegener.

A) As repartições internas atuais dos continentes no Hemisfério Norte.

B) A continuidade dos sistemas fluviais entre América e África.

C) As ligações atuais entre os continentes no Hemisfério Sul.

D) A semelhança entre os contornos da costa sul‐americana e africana.

E) A distribuição das águas constituindo um só oceano.

Resolução

Alternativa D. O raciocínio de Wegener foi influenciado pela semelhança que existe entre o desenho das linhas costeiras da América do Sul e da África, que formam um encaixe quase que perfeito.

Questão 2 - (UFJF) As Figuras 1, 2, 3, 4 e 5, a seguir, mostram a história tectônica da Terra nos últimos 250 milhões de anos de tempo geológico. Cada era, período e época da história geológica da Terra teve uma distribuição de terra e mar, com regiões climáticas, vegetação e fauna distintas, caracterizando uma geografia física diferente da que presenciamos hoje.

O que são fósseis Qual é a importância dos fósseis para o desenvolvimento da teoria da deriva continental?

Com base nas figuras apresentadas, responda:

Qual das formas representa o continente Pangea?

A) Apenas a Figura 1.

B) Apenas a Figura 2.

C) Apenas a Figura 3.

D) Apenas a Figura 4.

E) Apenas a Figura 5

Resolução

Alternativa A. A Pangeia consistia em um único conjunto de terras continentais, representado somente na primeira figura.

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Qual a importância do fósseis para a teoria da evolução?

Os fósseis fornecem dados importantes quanto a evolução biológica, datação e reconstituição da história geológica da Terra. Os paleontologistas examinam o registro fóssil para entender o processo de evolução e a forma como as espécies em particular evoluíram.

O que são os fósseis e como eles se formam?

Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos são partes de animal (ex.: ossos, dentes, escamas) ou planta (ex.: troncos) e vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades (ex.: pegadas).

O que é um fóssil Brainly?

Resposta verificada por especialistas São chamados de fósseis os restos de seres vivos ou, ainda, evidências das atividades biológicas deles, preservados em diversos materiais. Essa preservação acontece principalmente em rochas, podendo também ocorrer em outros materiais como gelo, sedimento, piche, solo, resina, etc.

Qual é a importância dos fósseis Brainly?

Através do estudo dos fósseis é possível saber as características dos seres vivos (fauna e flora) que não mais habitam o nosso planeta. Pode-se perceber através desses estudos que o nosso planeta não é nada parecido, biologicamente falando, do planeta de milhões de anos atrás.