O idoso é Senil ou Senescente? Show Para quem trabalha com o envelhecimento é importante que exista a familiarização com alguns termos, principalmente quando estes são semelhantes mas significam coisas bem diferentes. A ideia de que a velhice é dominada pela doença é algo bastante presente no imaginário populacional. No entanto, nem sempre se mostra como algo real, pois, mesmo existindo perdas, tanto no nível biológico como econômico, social e psicológico, a manutenção das atividades e do engajamento social e familiar favorece um envelhecimento saudável. Os termos senescência e senilidade vieram para identificar o quanto o envelhecimento normal não pode ser tratado como um processo voltado à doença. Ambos se referem a como aquele idoso está em seu processo de envelhecimento, a diferença entre eles é sobre alterações decorrentes de um processo patológico (provocado por alguma doença crônica) ou pelo próprio processo do envelhecimento, considerado por estar ligado à capacidade de adaptação do indivíduo aos rigores e às agressões do meio ambiente. A senescência é o reflexo de um envelhecimento normal como um processo progressivo de diminuição funcional. Por outro lado, na senilidade podemos observar o desenvolvimento de uma condição patológica ocasionada por estresse emocional, acidentes ou doenças. Vale ressaltar que em ambos os processos, seja o idoso senescente ou senil, é indispensável a atuação de profissionais de saúde com atuações focadas na prevenção, manutenção e até recuperação da saúde e funcionalidade do idoso, promovendo saúde, bem estar e qualidade de vida. Que tal visitar nosso canal no Youtube? Lá tem muita informação esperando por você, vai lá!Imagem-freepik O desejo de viver uma vida longeva é bastante comum. No entanto, muita gente teme adentrar a velhice por associar essa fase da vida a uma etapa de doença. De fato, algumas pessoas vão chegar ao final da vida debilitadas e portadoras de doenças; o tema, aliás, já foi até analisado por um estudo famoso da revista científica The Lancet. O "Global Burden of Diseases" (Carga Global de Doenças, em tradução livre) faz um cálculo para chegar ao número de anos vividos por indivíduos com alguma deficiência. A última versão, de 2019, mostra que tem aumentado o período vivido doenças não-transmissíveis como diabetes, hipertensão e infarto, entre outras. RelacionadasMas é importante dizer que não, a velhice não é uma doença. Tanto que a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) tem lutado para uma alteração no CID 11, que entrará em vigor em 2022 e inclui a classificação "MG2A - Velhice". Para Ivete Berkenbrock, geriatra e presidente da SBGG, isso não só colabora com o preconceito como prejudica a captação de dados epidemiológicos sobre o envelhecimento. "Pessoas serão extremamente prejudicadas em contratação de planos de saúde, seguros e financiamentos pois podem ser consideradas portadoras de uma doença baseada exclusivamente em idade", lamenta. No entanto, é importante dizer que a mudança pela qual o corpo passa durante esse processo pode, sim, tornar algumas patologias mais frequentes. Ao processo de envelhecimento associado a doenças damos o nome de senilidade. Já as mudanças naturais adquiridas com o avançar dos anos são chamadas de senescência. "São alterações próprias do envelhecimento como rugas, branqueamento dos cabelos, diminuição de estatura, entre outras", diz o geriatra Omar Jaluul, médico-assistente do Serviço de Geriatria do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). A questão é que muitas vezes esses processos se confundem. A memória, por exemplo, acaba sendo um pouco reduzida com a idade, mas esquecer-se ou atrapalhar-se com algo que já se sabia pode ser um sinal de problemas mais sérios. "Todas as vezes que houver comprometimento das atividades de vida diária, da autonomia e da independência, estaremos em face da senilidade", afirma a geriatra Maria Zali San Lucas, médica do HU-UFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão) da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Para ajudar a entender melhor esses processos, os especialistas apontam as principais diferenças entre os dois processos. Confira: 1. Cognição e memóriaQuem nunca ouviu um idoso dizendo que a cabeça não é mais a mesma? Isso ocorre porque as alterações cognitivas são normais, já que há uma redução do número de neurônios e das sinapses do hipocampo. "É comum que se detecte uma menor prontidão da memória, lentidão em executar tarefas e nas reações, esquecimento de nomes com posterior lembrança, rememoração de fatos remotos com maior apelo emocional e até a repetição da mesma história para a mesma pessoa em diferentes ocasiões", lista Berkenbrock. Ela reforça que isso só começa a ser preocupante quando as atividades básicas e instrumentais de vida diária começam a declinar ao ponto comprometer a logística da vida do indivíduo. "Muitas vezes não é tão fácil identificar uma perda de memória patológica, por isso é importante procurar um médico em caso de dúvida", diz Jaluul. 2. SentidosComeçando pela visão, San Lucas reforça que é comum e esperado que com o tempo ocorra uma redução na acuidade visual, como redução da flexibilidade do cristalino (o que leva à presbiopia, conhecida também como "vista cansada") e diminuição da capacidade de contração muscular (prejudicando a visão periférica e a capacidade de reação da pupila para o controle da luz), entre outros. Nos ouvidos, o tímpano também perde sua elasticidade, além da perda de flexibilidade dos ossículos do ouvido médio, o que compromete a audição. Já no nariz, há uma degeneração das células olfatórias, então perde-se também a capacidade de percepção do cheiro, o que também afeta o paladar. Mais uma vez, essas alterações pedem acompanhamento médico adequado, e começam a se tornar patológicas quando prejudicam o dia a dia do idoso. 3. Sistema cardiovascular"Existem diversas mudanças nessa idade como endurecimento das artérias, calcificação das válvulas e alterações de frequência cardíaca, mas alterações como pressão alta, níveis de colesterol acima dos preconizados ou situações sintomáticas como dor e cansaço não fazem parte do envelhecimento normal", ressalta Jaluul. Vale lembrar que os fatores de risco para o aumento das doenças cardiovasculares (alterações do colesterol e triglicerídeos, diabetes, vida sedentária e predisposição genética) são os grandes causadores de doenças do coração com a chegada da idade. "Mesmo assintomáticas, as pessoas devem fazer periodicamente avaliação de sua saúde como um todo", reforça Berkenbrock. 4. Sistema respiratórioA respiração também não é mais a mesma conforme envelhecemos. "O pulmão vai perdendo elasticidade e, portanto, diminui a capacidade de expiração e troca de oxigênio e gás carbônico. Consequentemente, a capacidade vital diminui, comprometendo o condicionamento físico e levando a um cansaço aos médios esforços", diz San Lucas. No entanto, isso não deve trazer problemas a situações de mínimo esforço, como pequenas caminhadas e ações do dia a dia. Quando isso ocorre, é preciso investigar comprometimentos patológicos, tais como doenças pulmonares infecciosas e obstrutivas crônicas, que costumam estar ligados a maus hábitos de vida (tabagismo, sedentarismo e obesidade). 5. MobilidadeTambém é normal que o envelhecimento provoque uma perda de massa muscular geral e progressiva. "No entanto, dificuldade de andar, quedas ou dificuldade maior de se locomover podem representar alguma alteração patológica", alerta Jaluul. O normal é que a pessoa de idade, apesar de mais lenta, consiga ainda ter independência para se locomover e executar suas atividades diárias. 6. AparênciaA perda gradual de colágeno e o aparecimento de manchas e lesões verrucosas são alterações comuns na pele envelhecida. "Ela se torna mais rígida e frágil, com dificuldade de penetração de raios solares para a modulação de vitamina D e possíveis neoplasias", afirma San Lucas. As unhas, diz a especialista, também acabam mais enrijecidas, dificultando os cuidados e facilitando a contaminação por fungos. Outra característica importante da aparência são as orelhas e nariz, que seguem em crescimento na idade adulta enquanto a estatura diminui —dando a impressão de serem maiores. Mas nada que cause dor, cansaço ou prejuízos para a qualidade de vida é normal. "Muitas alterações não fazem parte do envelhecimento e precisam ser investigadas", diz Berkenbrock. Pilares da velhice saudávelMais importante que a idade no RG é a combinação de genética e estilo de vida, que deve ser levada em conta a vida toda. Alguns estudos mostram que a carga hereditária pesa entre 35 a 45% na nossa saúde. Se ela for desfavorável, o estilo de vida será o principal determinante para modificar o estado de saúde durante a velhice. Ou seja, as estratégias de prevenção de doenças devem ser pensadas desde a infância, promovendo bons hábitos de vida, e continuadas e reforçadas durante toda a vida. Por isso, de acordo com San Lucas, são quatro os fatores para prestar atenção:
Parece simples, né? E é, mas exige preocupação e disciplina. "A adoção de estilo de vida saudável deve estar presente em todos os ciclos da vida, é uma poupança que o indivíduo faz, uma reserva de capital que será utilizada durante toda a vida", finaliza Berkenbrock. Qual a diferença de senilidade e senescência?Diferentemente da SENESCÊNCIA, o termo SENILIDADE abrange processos patológicos (doenças) “típicos da velhice” que podem acometer alguns indivíduos, como doença do coração, câncer, demências (por exemplo, a Doença de Alzheimer), depressão etc.
O que é senilidade e senescência dê exemplos?Por exemplo, alguns lapsos de memória são frequentes com o avanço da idade e são parte da senescência. No entanto, há alterações de memória que causam prejuízo funcional e que são características de doenças, como o Alzheimer, e nesse caso, configuram um quadro de senilidade.
O que é a senescência?O que chamamos de velhice natural, ou senescência, é o envelhecer sem doenças incapacitantes ou condições que não necessariamente afetam todos os idosos. São as alterações orgânico-fisiológicas que ocorrem quando envelhecemos.
Quando começa a senescência?A senescência é um processo natural do desenvolvimento. No entanto, muitas vezes, ela é uma resposta ao estresse, como a queda de temperatura que se inicia no outono e segue até o inverno, principalmente em regiões temperadas.
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