Quais artistas formavam o Grupo dos Cinco na Semana de Arte Moderna?

No cenário cultural brasileiro, a Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco histórico. Nem tanto pela repercussão que teve na época, mas pela maneira como produziu ecos ao longo de um século inteiro. Neste centenário da Semana de 22, o Jornal Nacional foi ouvir historiadores sobre a importância do evento, e a primeira reportagem especial da série mostra o papel central de cinco personagens daquele movimento.

Não há foto ou filme conhecidos da Semana de Arte Moderna. O festival de artes plásticas, literatura e música que, em fevereiro de 1922, desconcertou o comportado público do Theatro Municipal de São Paulo.

Mas podemos imaginar o choque diante da ruptura da forma, da subversão das regras. Quase ouvir a poesia declamada e a música entre as vaias.

Nos registros da imprensa, os críticos gritam. Alguns chegam a xingar os autores daquela nova proposta de arte. Era tudo o que eles queriam.

“E, logo depois da semana, numa carta que o Mário de Andrade publicou para o Menotti, ele diz: ‘A partir de hoje em diante, nós seremos insultadíssimos, humilhadíssimos, mas seremos conhecidos. Entraremos definitivamente na história da arte brasileira’”, explica Luiz Armando Bagolin, curador da exposição “Era Uma Vez o Moderno”.

Que visão do futuro! Cinco daqueles modernistas, que se chamavam de "Grupo dos Cinco", hoje são clássicos da literatura e da pintura. Os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e as pintoras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral - essa recém-chegada da Europa.

Artistas inovadores que assinaram as primeiras linhas do modernismo brasileiro. A poesia que não precisa rimar, livre de métrica, mais falada que declamada. A pintura que não se enquadra aos princípios da academia, que não quer ser fotografia, que nunca cansou de buscar o Brasil. Quem éramos ali diante do espelho da arte?

“Esteticamente, a arte no Brasil mudou muito. Mudou com Anita Malfatti, com Brecheret, depois com a Tarsila. Mudou com a poesia de Mário de Andrade, com os textos de Oswald de Andrade. Então, tivemos uma revolução estética. Se passou a fazer arte ou, pelo menos, se pensar arte de uma outra forma”, define o professor de Literatura José de Nicola.

Nas exposições de colegas modernistas e dentro das casas, nos ateliês, nas salas de música, sentados ao piano ou espalhados pelo chão, o “Grupo dos Cinco” se reuniu durante todo o ano de 1922. As terças-feiras eram no segundo andar da casa de Mário de Andrade, no estúdio onde ele dormia e trabalhava. Os relatos são de encontros com música, poesia, discussões acaloradas sobre a nova proposta de arte. A história da amizade desses artistas tem a efervescência, o calor, paixões e rivalidades: acertos e desencontros próprios do movimento modernista brasileiro.

“Esses encontros que aconteceram depois. A repercussão dessa semana sedimentou a ideia de um país moderno, a visão nova para a cultura do país. E formaram também uma ideia de uma arte genuinamente nacional”, ressalta Ivanei da Silva, da Casa Mário de Andrade .

As cartas que o grupo trocava revelam o bastidor daquela nova estética de arte.

"Só havia um meio de alcançar a celebridade, lançar uma arte verdadeiramente incompreensível, fabricar o carnaval da Semana de Arte Moderna e deixar que os araras (os críticos) falassem", disse Mário em carta para Oswald.

“O Oswald já começa a se interessar pela Tarsila. Ela era encantadora, linda, chique, elegante. O Mário também começa a se apaixonar pela Tarsila”, afirma Bagolin.

"Que és deusa tenho certeza disso: pelo teu porte, pela tua inteligência, pela tua beleza", elogiou Mário em carta para Tarsila.

“A Tarsila, de fato, aprende o que é arte moderna quando ela conhece as obras da Anita Malfatti”, diz Bagolin.

“Querida Annita, estou certa de que as tuas telas teriam perfeitamente aceitação, pois é essa a arte compreendida aqui. As tuas pinturas nunca foram futuristas como queriam dizer os pouco entendidos”, escreveu Tarsila para Anita.

“Essa rivalidade vai, por muitas outras razões, se acirrando até que, em 1929, o Mário rompe definitivamente a amizade com o Oswald”, explica Luiz Armando Bagolin.

"A elevação de amizade sempre existida entre você, Oswald e eu foi das mais nobres e tenho a certeza que, das mais limpas, tudo ficou embaçado para nunca mais. É coisa que não se endireita, desgraçadamente para mim", disse Mário em carta para Tarsila e Oswald.

Numa palestra no Rio de Janeiro, em 1942, Mário de Andrade diz que o grupo não deveria servir de exemplo para ninguém. Mas talvez pudessem servir de lição.

“Eu acho que nós temos que olhar para aquilo que eles pensaram, para aquilo que eles propuseram, essa é a lição que eles deixam. No momento atual em que a gente vive, pensar a cultura, pensar o país, pensar as nossas tradições culturais: isso é fundamental, mais fundamental do que nunca”, enfatiza o historiador Lucas Nicola.

Cem anos depois, os pesquisadores dizem que aquela semana ainda não terminou.

“Tentar pensar o que é arte brasileira, o que esse movimento trouxe para a nossa cultura, para a nossa arte num momento em que a arte, a cultura está desprestigiada, é fundamental”, diz o historiador José de Nicola. 

Quem participou do Grupo dos Cinco da Semana de Arte Moderna?

Cinco daqueles modernistas, que se chamavam de "Grupo dos Cinco", hoje são clássicos da literatura e da pintura. Os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e as pintoras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral - essa recém-chegada da Europa.

Quais foram os 4 principais artistas participantes da Semana da Arte Moderna?

Entre eles estavam Anita Malfatti, Ismael Nery, Milton Dacosta, Di Cavalcanti e Lasar Segal. Falar sobre os artistas da Arte Moderna significa falar sobre o maior evento que marcou a história da arte brasileira.

Quais artistas participou da Semana de Arte Moderna?

11 artistas que participaram da Semana de Arte Moderna.
Anita Malfatti (1889-1964) ... .
Di Cavalcanti (1897-1976) ... .
Mario de Andrade (1893-1945) ... .
Oswald de Andrade (1890-1954) ... .
Victor Brecheret (1894-1955) ... .
Manuel Bandeira (1886-1968) ... .
Villa-Lobos (1887-1959) ... .
Guiomar Novaes (1895-1979).

Quais foram os 7 principais artistas da Semana da Arte Moderna?

Principais Artistas.
Mário de Andrade (1893-1945).
Oswald de Andrade (1890-1954).
Graça Aranha (1868-1931).
Victor Brecheret (1894-1955).
Plínio Salgado (1895-1975).
Anita Malfatti (1889-1964).
Menotti Del Picchia (1892-1988).
Ronald de Carvalho (1893-1935).